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[Review] Homeland 3x05 - The Yoga Play

O difícil mundo da espionagem.


O difícil mundo da espionagem.

Existe uma grande tarefa para todos os showrunners e roteiristas de séries de TV. Essa tarefa consiste em manter seu show interessante a cada episódio, semana pós semana. Afinal, sabemos que um bom episódio não salva toda uma temporada ruim. É claro que são poucas as séries que conseguem fazer de cada episódio uma obra de arte inesquecível (recentemente apenas Breaking Bad conseguiu esse feito em grande parte de sua temporada final). Nesse caso é necessário que o capítulo da semana seja pelo menos satisfatório, que agrade a maioria do público, que façam eles voltarem na semana seguinte para acompanhar a continuidade da história. Em séries ruins essa é uma tarefa quase impossível, mas em séries boas isso é comum, e essa é a diferença entre um show que continua no ar e um que sai de cena. 

Enfim, após duas boas temporadas, Homeland enfrenta sua temporada mais crítica. Após desenvolver bem seu plot principal, com toda a questão de Brody, a série agora tem que continuar com outra história. Essa já não é uma série sobre uma agente que desconfia de um ex-fuzileiro naval. No momento ela é uma série sobre operações anti-terrorismo e como uma talentosa, porém paranoica agente está envolvida nisso tudo. E como podemos sentir em The Yoga Play essa história é tensa e promissora. Aqui me refiro a sequência final do episódio, onde ficamos paralisados observando tudo o que acontecia com Carrie. Nisso Homeland é muito boa, prende a atenção e se torna interessante a ponto de querermos continuar assistindo a série na semana seguinte. Foi assim que esta obra conquistou tanto público. 

Os problemas surgem pelo fato de a série não conseguir ocupar 50 minutos de episódio somente com seu plot principal, o que é natural. Séries possuem várias personagens, tramas e direções. A questão é que, no caso de Homeland, os plots secundários são muito inferiores aos principais, prejudicando muito a narrativa e o ritmo da série em si. Porque é muito ruim a sensação de em um momento estar acompanhando a história de Carrie, para logo depois ter que aguentar o dramalhão de Dana. Muitas séries já sofreram por causa de demasiada atenção destinada a personagens ruins e é isso que infelizmente vem prejudicando Homeland nessa temporada. O tempo que anteriormente era gasto com o bom personagem Brody, agora é gasto com a nada carismática filha dele. 

Nesse episódio foi possível ver uma ligação entre as tramas, porém a utilidade disso, no final das contas, não foi das melhores. Fica cada vez mais claro que a série tem que apostar somente em seus agentes da CIA. Que deem mais destaque a Peter Quinn, por exemplo, ao invés de mostrar cenas e mais cenas de Dana, como se fosse alguém que o público se importasse. Saul é outro que fica com pouco tempo para desenvolver seu drama familiar, já que Dana rouba preciosos minutos do episódio. Resumindo tudo isso: Sei que a série não pode depender exclusivamente de Carrie. Mas quem tem Saul, Peter Quinn e até mesmo a carismática e novata Fara, não precisa de Dana. Até mesmo Jess merece mais destaque. Parece óbvio, mas Homeland é melhor quando aposta no que tem de bom, basta lembrarmos dos últimos minutos do episódio dessa semana.

Os primeiros minutos desse episódio se dedicaram a explicar melhor o que vimos no episódio anterior. A fala de Saul para Quinn deixa clara a operação e todo o esquema para Carrie atrair Javadi. Com os olhos da CIA voltados para esse diretor de operações do Irã, Carrie se torna uma peça crucial nessa delicada missão em que qualquer passo errado pode determinar em fracasso. O que acontece então para complicar a vida de Carrie? Jess aparece desesperada pedindo ajuda para encontrar Dana. Não há outro motivo, a não ser os sentimentos de Carrie por Brody, que expliquem o fato dela ajudar a encontrar a garota. Então, inicia-se uma maratona de arriscados eventos para Carrie conseguir se comunicar com o FBI e pedir que eles encontrem Dana. Se a intenção do roteiro era mostrar que "um fator externo pode prejudicar toda uma operação", eles conseguiram. Vale lembrar a bem colocada frase de Jess, que muito diretamente atinge Carrie: "Dana está apaixonada, quem sabe o que ela verá?". Não é preciso lembrar que foi um motivo semelhante que fez Carrie não prever o atentado em Langley. 

Enquanto isso, observamos Saul sofrer um duro golpe ao saber que não continuará no cargo de diretor da CIA. O Senador Lockhart com certeza não tem o perfil para o cargo e lembra muito o vice-presidente Walden. O brilhante discurso de Saul revela uma característica dele que o aproxima de Carrie: ambos não conseguem ficar em silêncio diante de uma situação que os desagradem. Agora ele tem duas semanas para conseguir concluir essa difícil missão onde ele pode botar tudo a perder, até mesmo a relação com a esposa. Não é de se estranhar a irritação de Saul ao saber que Carrie quase arrisca tudo para ajudar a encontrar Dana Brody. Sem falar no sujeito que estava lá na casa dele enquanto ele estava fora.

Sendo inevitável falar dela, tento ver seu plot com a melhor boa vontade possível, mas não consigo chegar a novas conclusões. Dana, como já afirmei anteriormente, é uma vítima indireta do terrorismo e sofreu uma grande decepção com quem mais amava. Isso explica todas suas atitudes irresponsáveis e sua falta de importância com a família. Novamente, só resta afirmar que é o reencontro com Brody que vai determinar se Dana terá algum momento realmente importante nessa temporada. Mas a personagem não evoluí e não agrada, complicando realmente uma grande parte da série. Só resta torcer para que agora seu tempo de tela diminua e a série foque na missão de Carrie em relação a Javadi. 

Os minutos finais do episódio mostraram toda a tensão característica da série e a humilhante situação que Carrie teve que passar, provando que seu trabalho não é nada fácil. Peter Quinn estava logo ali e quase se complica também. Sua preocupação excessiva com Carrie é outro assunto que pode ser melhor explorado daqui para a frente. Agora é esperar o encontro de Carrie com Javadi, que pode até odiar os EUA, mas não se a nega comer um bom Big Mac. Há muito em jogo, desde essa operação até a recuperação da moral da CIA. Só posso dizer que se a série manter o foco nisso, não teremos mais tantos problemas. Resta esperar que Homeland use o que tem de bom.

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