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[First Look] Reign 1x01 - Pilot

E a CW teve a pachorra de criar uma série de época. 


E a CW teve a pachorra de criar uma série de época. 

Não que seja uma coisa ruim, de verdade. No mínimo, é uma atitude audaciosa e bem sucedida da pequena emissora que, cada vez mais, vem nos surpreendendo com a qualidade de suas produções, sem deixar de “temperar” tudo com muitas tramas adolescentes. É bem verdade que a CW anda tomando um novo direcionamento, principalmente quando abraçou séries como Nikita e Arrow em sua grade, de forma gradativa, notável em produções como essa nova e saborosa aposta.

Reign é assim: uma série teen diferente. Pode ter um leve apelo histórico, mas não perde o quê adolescente. E essa combinação bizarra origina um dos pilotos mais interessantes e promissores da Fall Season, tudo porque soube aproveitar muito bem seus minutos para apresentar a trama principal e dar pistas dos rumos fantasiosos que a série pode seguir. Tudo bem trabalhado para convergir no plot central da série: o casamento de Mary Stuart, futura rainha da Escócia, e seus jogos políticos agregados. 

Diferente de muitas séries da mesma temática e de TV a cabo por aí, Reign tem foco. Não é como se tivesse uma trama para cada personagem, ou até animal, todas acontecendo ao mesmo tempo; então, quando paramos para pensar, um plot ocupou apenas UMA cena de todo o episódio. Pelo contrário, tudo é bem ágil, sem enrolação e propenso a várias reviravoltas, devido a quantidade de personagens interessados ou não nesse casamento e no que estão dispostos a fazerem. Afinal, toda união matrimonial com intenção de consolidar uma aliança política desperta interesse de muita gente.

Mas se engana quem acha que pode faltar todas as aulas de História, correr para casa e assistir Reign, como se não fosse fazer falta. Claro que não dá para cobrar essa veracidade, chega a ser absurdo pensar que esse é o objetivo porque a série levantou o dedo do meio para a compatibilidade histórica em várias cenas. Uma delas, minha favorita aliás, envolve um lado mais teatral que muito me agrada em séries de época, e que Reign conseguiu fazer direitinho, ao mostrar a protagonista e suas amigas dançando indiscriminadamente em meio à festa de casamento, em slow motion, enquanto penas de travesseiros caem sobre elas. 

Essa cena, inclusive, também expõe um recurso visualmente atraente, que é o de flashbacks mesclados às cenas. Posso dizer que não sou fã do artifício porque, muitas vezes, quando mal utilizado, ele interrompe uma cena que já me envolveu, e que pode acabar cortando o clímax. Mas em Reign, não. Enquanto a protagonista caminha, por exemplo, ela projeta suas memórias logo em frente. É claro que não é original, mas foi bem utilizado porque foi breve e rápido, sem qualquer contato e interação direta com a protagonista. Mais dinâmico. 

Nossa protagonista, aliás, é interpretada por Adelaide Kaine, vista recentemente em Teen Wolf. É um papel diferente do que ela fez na série de lobisomens, o que me levou à conclusão de que ela dá conta do recado e consegue transparecer a inocência e ingenuidade, além da coragem. Parece que ela conseguiu construir uma personagem um pouco “sem vida”, no entanto. Fora ela, não há nenhum outro destaque na atuação, positiva ou negativamente. Nem mesmo do seu par amoroso – aliás, os (futuros) pares.

Muita gente reclamou do triângulo amoroso. Que parece The Vampire Diaries, que estão copiando a fórmula. Não deixa de ser verdade. Mas acredito que o rumo deles seja outro. Primeiro porque um deles tem uma amante e está sob a pressão dos pais em relação ao seu casamento, tudo pelo bem de sua nação. E o outro não conquistou o interesse de Mary, e sua mãe está de olho para puxar a coleira. Então, espero que não seja parecido, para evitar mais comparações.

A trama em si parece um pouco crua ainda, e precisa de desenvolvimento. A correria com os fatos pode soar forçado para alguns, mas creio que será resolvido nos próximos episódios, quando a série terá mais tempo para desenvolver os seus personagens fora de suas ambições. Porém, o que me perturbou foram as cenas em que Mary pergunta a Francis sobre suas intenções, se não quer mesmo casar com ela. Ela estava praticamente implorando! E mais de uma vez.

Mas tudo é compensado pela sua impecável trilha sonora, que consegue acertar o ponto exato da série, sendo este seu maior trunfo, juntamente com seu teor de fantasia, que me deixa intrigado e curioso. Por esse motivo, disse, logo no início, que a produção foi bem sucedida. Por conseguir ser agradável, coisa que 80% das séries nesta Fall Season não conseguiram. Portanto, Reign é altamente recomendável.

Devido à falta de compromisso com a história, não creio que seja necessário reter informações sobre a vida de Mary, Queen of Scots. Então, em vez de spoilar com o possível (ou não) futuro da série, vou trazer uma informação sobre os próximos episódios. O Piloto foi gravado na Irlanda, assim como Game of Thrones, mas, por falta de orçamento da emissora, os episódios seguintes serão filmados em Toronto, Canadá. Resta saber se a mudança será tão impactante assim na série.

P.S.: Não se esqueçam... “Don’t drink the wine”.

P.S. 2: Reign e Masters of Sex, na minha opinião, foram os melhores Pilotos da Fall. E para vocês?

The CW 8455289193722967553

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