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[First Look] Betrayal 1x01 - Pilot

Brochante.


Brochante.

Normalmente, há sempre o cuidado de não deixar spoilers escaparem numa review sobre as primeiras impressões de uma série. Mas, neste caso, não vejo outra alternativa, a não ser comentar tudo sobre essa nova estreia do canal ABC. O motivo? Ela é deliciosamente ruim. Não há nada aproveitável dessa experiência de pouco mais de 40 minutos, e ela não é inteiramente intragável. Portanto, se não quer saber o que acontece no Piloto, minha sugestão é pular para a nota final.

Vamos começar pelo mais básico: por que Betrayal é lead-out de Revenge? Além do tom novelesco, as duas utilizam o recurso do flash forward para prender o espectador, com a diferença de que Revenge é bem sucedida neste quesito. Primeiro porque a cena não tem qualquer introdução, trata-se de um tiro que atingiu nossa protagonista, da qual ainda nem sequer conhecemos. Segundo, porque não há qualquer mistério envolvido, devido à trama rasa e pouco criativa, e o tiro poderia ter partido de qualquer um dos seis personagens existentes na série, incluindo o próprio marido. Ao final do episódio, a identidade do autor do tiro não ganha novas pistas e nem se mostra suficiente para prosseguir nessa jornada; contudo, após um belo esforço mental, acabei considerando a cena como o único momento minimamente interessante do Piloto.

À exceção do flash forward, não há ganchos para o próximo episódio, o que é um erro astronômico. Se o espectador não comprar o gancho da temporada, adeus a série. O desenvolvimento do Piloto em si também não consegue fisgar alguém. É tanto clichê de filme romântico, tanta “coincidência do destino” e tanto drama desnecessário que o resultado é risível. E isso tudo foi refletido na audiência: a premiere já não agradou, e no segundo episódio a queda foi brusca. O cancelamento está bem próximo.

Não só de romance vive Betrayal. Temos todo um “arquitetado” plot da empresa do amante, que encarrega de unir o marido e o amante, um contra o outro, no twist mais manjado e cretino existente. Daí podemos dizer com a boca cheia que eles estão um contra o outro no trabalho e no amor. Não é lindo? Mas temos a protagonista no meio disso. Ah, nossa protagonista fotógrafa de sushi é bem resolvida.  Ela perdeu o interesse no relacionamento com o marido, já que ele não aceita mais usar as gravatas que ela compra no evento que ela pedir. E as desculpas continuam... O marido comprometeu-se demais com o trabalho, e não dá mais atenção a ela. Toda essa frustração direciona-a para o amante. Acho engraçado que o amante também tem esposa e filhos, e em nenhum momento essa esposa pareceu estar desinteressada nele; foi até buscar o quadro do trabalho para colocar na sala, só para agradar! Mas o cara, não. Foi todo rude com ela. Quem garante que ele não vá tratar a protagonista do mesmo jeito? Alguém pode dizer: “Eles estão apaixonados!”. Agora estão. Agora.

E a série vive nesse impasse. Ou melhor, nossa protagonista. Porque o amante dela não pensou na esposa e filhos em momento algum, somente no final. Nem na icônica cena da história da girafa. Para entender melhor a história, sugiro ao leitor que retorne à primeira palavra da review e analise a imagem por alguns segundos. Agora, pense nisso: os dois estão prestes a fazer sexo, depois de uma paixão relâmpago que não-sei-de-onde surgiu, daí o marido/filha liga para a protagonista bem na hora, pedindo o afamado livro da girafa! Brochante, não? Mas estamos falando de uma série que não tem limites. Uma série que junta o casal na estação de trem, numa sacada e numa praia, e em todos os cenários potencialmente românticos possíveis. Então, eles deitam na cama, e a protagonista conta a maldita história da girafa! Caros roteiristas, isso não é fofo. 

E quanto ao futuro da série, está tudo bem claro. Os dois homens na vida da nossa protagonista são adversários no caso, e ela deve começar a vazar informações de um lado para o outro conforme a posição da lua. Isso será mais constante, porque tenho essa impressão de que os roteiristas vão colocar o marido como infiel, para facilitar a decisão da moça sobre os encontros secretos. Posteriormente, os filhos dos dois vão descobrir e fazer birra, e assim em diante. Porém, se a série souber trabalhar bem esse caso jurídico que está em segundo plano, pode se tornar muito mais que um punhado de cenas extraídas de filmes românticos de qualidade duvidosa. Um brinde com taças de vinho para que isso aconteça.

Betrayal é protagonizada por Hannah Ware, que interpreta Sara Hanley (a quem denominei na review como “nossa protagonista”, não por desconhecer o nome dela, claro), e Stuart Townsend, que cheguei a conhecer na série XIII, interpretando Jack McAlister - o amante. Criada por David Zabel (E.R.), a nova aposta da ABC é baseada numa série holandesa chamada Overpsel.

P.S.: Contei para vocês que o multipremiado James Cromwell (American Horror Story) está nessa série? Pois é. 

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