[First Look] Welcome to the Family 1x01 - Pilot

Aqui vai uma dica de sobrevivência nesta Fall Season...

Pegue um caderninho e anote: se encontrar uma comédia com foco em família, e que isso transparece no título, não assista. Não importa se é sobre mãe, pai(s), esposa, ou até mesmo a família Goldberg toda. Este ano, tem muita comédia por aí querendo embarcar no sucesso de Modern Family, então fique de olho!

Welcome to the Family não foge à regra e entrega um Piloto recheado de más atuações e piadas forçadas, com um roteiro que não tem potencial cômico algum. E tudo isso já é percebido nos primeiros segundos, que tenta, sem sucesso, ser engraçada com a cena de constrangimento de Dan, interpretado por Mike O’Malley (Glee), que não dá conta do recado em momento algum.

A série é centrada em duas famílias bem diferentes que são unidas por uma gravidez (parece familiar?). Como conflito central, a aposta da série é fazer com que os homens da casa se encontrem, por ironia do destino, e tenham uma má impressão um do outro, tudo da maneira mais "sutil" possível. A partir dessa primeira desavença, enfileiram-se outras discussões entre os dois que são tão infantis e óbvias que não são capazes de esboçar um sorriso. Ao começar pela ideia genial de reunir essa família maravilhosa num parque de diversões, com direito a expressões de birra, surtos de competitividade e mais brigas que começam do nada. 

Daí, como se não pudesse ficar melhor, a produção tem a ideia de ouro, que dá aquele toque especial: a trilha sonora. Porque como uma das famílias tem origem latino americana, é mais que apropriado, pelo menos na cabeça das pessoas que fizeram essa série, utilizar esse artifício para enfatizar esse característica, então resolvem usar e abusar de trilha sonora de novela mexicana, talvez pensando que seria divertido.

Revirei o Piloto à procura de uma cena que fosse razoável, ou que chamasse a atenção, mas foi uma tarefa quase impossível. O máximo que pude encontrar consiste em uma ou duas falas soltas. Para não spoilar esse momento raro, a parte que foi um pouquinho diferente foi a crise de feminista da filha, que é a personagem mais simpática de Welcome to the Family. Nesse marasmo sem fim, onde o episódio parecia ter tido uma hora de duração, qualquer vantagem, por mínima que seja, merece créditos. O gancho para o próximo episódio é bom. Pode levar a série para um outro caminho melhor, mas é um fator isolado, que não compensou os mais de 20 minutos de sofrimento.

O grande erro de séries como essa, além de todos outros já ressaltados, é que ela ainda quer fazer o espectador sentir alguma coisa. Querem que os momentos "bonitinhos", de união familiar, sejam eficazes e nos façam sentir algum apego por eles, o que não aconteceu porque toda a dinâmica da série é errada. Quanto ao futuro da série, não há sinais de será muito diferente do que vimos. A conciliação das famílias aparenta demorar um pouco mais do que se pensa, e isso não foi estímulo algum para continuar.