[First Look] The Awesomes - Pilot (Part 1 & Part 2)

E o Hulu estreia sua primeira série animada...

Uma vez ou outra aparece uma série com nomes fortes por trás das câmeras que, inevitavelmente, geram boas expectativas. Como se não bastasse ser a primeira série de animação do Hulu, The Awesomes estreia com um banquete de membros do Saturday Night Live e com direito a deliciosas participações especiais. Criada por Seth Meyers e Michael Shoemaker, a novata conta com as vozes de Tina Fey (30 Rock), Rashida Jones (Parks and Recreation) e Ike Barinholtz (The Mindy Project), além de boa parte do elenco de SNL. Quem gosta das comédias da NBC sabe como essa estreia foi farta.

The Awesomes é sobre um grupo de super-heróis financiados pelo governo. Quando o fundador do grupo decide se aposentar, o cargo é deixado ao seu filho, que não possui um poder tão relevante. Após assumir a posição, Prock acaba perdendo a confiança dos membros e tem que reunir heróis para não perder o apoio financeiro. No entanto, como os melhores heróis saíram do grupo, ele acaba adicionando os mais desajeitados e tem que administrá-los para trabalharem em grupo.

Não há muito o que dizer sobre The Awesomes. Do pouco que conheço sobre animação, não há qualquer recurso que o destaque, graficamente falando, de outras produções. A premissa não é original - versões de heróis atrapalhados e desajustados não faltam -, mas a produção ganha uma medalha pela simpatia exalada pelos seus personagens. Diria que o mínimo para manter uma série no ar. A verdade é que ela passaria (ainda mais) batida se não fossem os grandes nomes da TV dando vida à série. 

O roteiro não tem nada demais. Tem um quê de esquetes do SNL, integrando situações particularmente divertidas, embora um pouco estereotipadas, para cada novo integrante do grupo. Os personagens são apresentados gradativamente, o que possibilita incluir a experiência adquirida no programa da NBC em cada um deles. As piadas são bem fracas e em nenhum momento chegam a surpreender. A questão de problema familiar é utilizada frequentemente, em todas as vezes servindo de base para as piadas, e não foge do óbvio. O foco acabou sendo em apresentar o ambiente em que esses heróis foram criados, em vez de apresentar suas particularidades. 

Também não se pode esperar muita ação do Piloto, mesmo que o tema seja super-heróis. A intenção foi apresentar os integrantes do grupo antes de colocá-los em ação, o que acaba acontecendo somente no final do episódio. A princípio, por serem inexperientes, acredito que esses momentos de resolver os conflitos pela organização, em vez da força, vão prevalecer. Até porque o super poder do protagonista somente possibilita ganhar mais tempo para raciocinar. 

Apesar de ser uma animação pouco interessante, ainda mais para quem gosta do gênero, ela tem seus breves bons momentos. Destaco o dos super vilões que aparentavam ser inofensivos. Juro que dava para saber o que aconteceria na cena seguinte, mas, mesmo assim, não deixou de ser engraçado, ainda mais depois de ver como eles terminaram. Um outro ponto positivo é que os Awesomes tem concorrência, e mesmo que salvem a cidade, podem não levar os créditos, contribuindo também para a falta de autoestima da equipe.

Embora pareça ser marcada por um estilo procedural em relação aos vilões, a série possui um plot central, ou melhor, um vilão da temporada. Infelizmente, isso não chegou a despertar o interesse. Tudo em The Awesomes é... legal. Ela parece ficar no meio do caminho em tudo que faz. Não é um Piloto ruim, mas também não é ótimo; simplesmente dá para assistir, sem compromisso algum. O mesmo acontece com os personagens, roteiro e a animação em si. Sinceramente, não dá vontade de assistir ao próximo episódio. Simples assim.

Uma produção não pode sobreviver somente pelo hype, não é mesmo?