[Especial] Dois Anos sem Harry Potter
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Dentre as inúmeras sagas literárias que surgiram e foram iniciadas na última década, nenhuma se consagrou como a de Harry Potter. Criada pela escritora britânica J.K. Rowling, a história saiu das páginas e ganhou vida nas telas do cinema, conquistando fãs em todo o mundo. Hoje, Harry Potter é considerado um dos maiores sucessos na literatura e no cinema. Completando dois anos desde seu final emocionante no Cinema, o LoGGado prepara um especial para relembrar a essência da série que, até hoje, vive entre nós.
Desde que o primeiro livro da série, Harry Potter e a Pedra Filosofal, chegou às prateleiras de
todo mundo, em 1997, até o lançamento do último filme, Harry Potter e as Relíquias da Morte parte 2, em 15 de
Julho de 2011, se passaram 14 anos. E dentre estes anos muita
coisa mudou: seja nas telas, na vida de quem interpretou os personagens ou para "quem
acompanhou Harry até o fim".
Foram mais de 1 bilhão de cópias vendidas e os livros
traduzidos em mais de 67 idiomas. Além da magia, contextos como
amizade, relacionamentos, vingança, ambição, crescimento, coragem,
responsabilidade, moral e escolhas são abordados de uma forma sutil e certeira,
fazendo J.K. Rowling se tornar a mulher mais rica na história da literatura.
No mais, toda a saga faturou prêmios importante do mundo literário, tais
como Hugo Awards e Scottish Arts Council Books Award.
As premiações que vieram em peso no mundo da literatura não
se repetiram no cinema. Com 12 indicações ao Oscar, os filmes não faturaram
nenhuma estatueta. Entretanto, a adaptação cinematográfica conseguiu levantar
bons números de bilheteria: todos os filmes se encontram no TOP 40
dos filmes mais assistidos de todos os tempos. A saga possui a maior arrecadação
mundial, com números que giram em torno dos US$ 7 bilhões.
Nas palavras de Stephen King, Harry Potter surgiu como "uma perspicaz história de mistério", esta que surgiu para J.K. Rowling durante uma viagem de trem entre
Manchester e Londres. Em seu site pessoal autora declara: "Durante as quatro
horas no trem, aquele garoto de óculos e cabelos negros que não sabia que era
bruxo, se tornou mais real para mim". Tudo isso em 1990. Até o ano de lançamento do
primeiro volume passaram-se sete anos.
Esse garoto de óculos e cabelos negros teve sua trajetória iniciada antes mesmo de se tornar adolescente e, desde sua infância, coisas
estranhas aconteciam a sua volta (tais como mudar a cor do cabelo da professora,
fazer um vidro sumir e falar com uma cobra). Harry (Daniel Radcliffe) não sabia o quão era especial,
e quando um gigante derrubou a porta da casa onde morava com seus tios, em seu aniversário de onze anos (quando todo bruxo recebe sua carta, segundo a mitologia da história), é que o menino teve
que enfrentar os fatos: “Você é um bruxo, Harry.”
Logo em seu primeiro ano, Harry conhece seus melhores
amigos, que o acompanharam durante seus sete anos seguintes. A
dedicada Hermione Granger (Emma Watson), filha de pais Trouxas (aquele que não é bruxo), a mais
cautelosa dos três e, digamos, a mais responsável, além de inteligente. Sem deixar de
se mostrar corajosa, Hermione faz sábias escolhas durante os anos, e nos
apresenta uma tenacidade contagiante nos últimos volumes da saga.
Ronald "Rony" Weasley (Rupert Grint): “Expressões
vazias, vestes de segunda mão... Você só pode ser um Weasley”, disse Lucio
Malfoy, ao descrever Rony num encontro na Floreios & Borrões. Sem
habilidades mágicas impressionantes ou qualquer qualidade que o distingue da
maioria, Rony pode ser lembrado por um principal adjetivo: sua lealdade. Ele esteve
com Harry do começo ao fim, entre êxitos e derrotas, o garoto sempre esteve
presente na vida do amigo.
Juntos, os três ingressam na
Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, onde durante sete anos
eles teriam ensinamentos em Magia. A Escola tem seus alunos divididos em quatro
casas: Grifinória, Corvinal, Lufa-Lufa e Sonserina, e toda a aventura começa
para os três quando todos são selecionados para a mesma casa. Mas logo os primeiros vilões da saga são despertados.
O onipresente Lord Voldemort, ou,
Você-Sabe-Quem, que possui toda a influência na história de Harry por ser a única
pessoa que sobreviveu ao ataque do Bruxo das Trevas. Junto com Voldemort,
também há seus seguidores, os Comensais da Morte, que foram recrutados pelo
mesmo desde sua entrada na escola de Hogwarts. Após a queda do Lord, muitos
viveram na escuridão, outros, tomaram o poder, enquanto outros ainda, renegavam a
existência do Bruxo. Mas também havia Severo Snape.
Quando o primeiro filme estava
sendo dirigido, Rowling chegou até Alan Rickman (intérprete de Snape nos filmes)
e o falou sobre da profundidade que o personagem carregava, tendo o ator se tornado a primeira
pessoa a saber do final da história. Snape foi um dos personagens que menos
demonstrava, mas sendo, no entanto, o que mais amava. Odiado durante seis anos da história de
Harry, Snape emocionou a todos os fãs na última sequência de filmes, e deixou
uma palavra marcada por toda uma geração.
A palavra “Always” na vida de um
Potterhead (como são chamados os fãs de Harry Potter), é interpretada de uma forma singular, e mostra o amor de um
personagem, que apesar de não transparecer, esteve presente o tempo todo ao lado de Harry, com o amor perdido. “Ele realmente entendia o personagem”, disse o produtor David
Heyman. “Agora, olhando para trás, você pode ver que havia sempre algo a mais –
um olhar, uma expressão, um sentimento – uma dica daquilo que estava por vir… a
sombra que ele lançava nos filmes é enorme, e a emoção que ele demonstra é
imensurável.”
Retratado inúmeras vezes como a
magia mais poderosa existente, foi o Amor de Lilian Potter que salvou Harry do
ataque de Voldemort. Foi o Amor da mãe que deu a vida pelo seu único filho que faz
Harry sair ileso, apenas com uma cicatriz em forma de raio na testa. Dezoito anos
mais tarde, foi o mesmo Amor de mãe que o salvou novamente. Quando Narcisa
Malfoy se aproxima de Harry para poder descobrir se seu filho está vivo,
tomando uma atitude inesperada, ela mente para Voldemort, que considera a batalha
ganha.
Nos livros, somos colocados entre
duas apostas harmônicas: ou o poder do Amor, ou o poder da Morte. Enquanto
Voldemort deu as costas ao poder que fez sua ruína, Harry teve talhado em seu seio
e cravada em sua jornada, com um crescimento orgânico, poderes como o do
perdão, a capacidade de amar, os vínculos de amizade e sua bondade, que muito
foi vista em atitudes mostradas, tal como foi com Dobby, o Elfo Doméstico.
No seu segundo ano, Dobby alerta Harry para que ele não volte para a Escola, e mesmo o Elfo Doméstico tendo
aparecido na sua casa, bloqueado a passagem para o mundo dos Bruxos e enfeitiçado
uma bola de quadribol para perseguir o garoto, ele o liberta. Mais tarde, numa
das cenas mais emocionantes descritas pela escritora, Dobby é morto quando uma
adaga, lançada por Bellatriz Lestrange, o atinge no peito.
“Eu não acho que isso algum dia
irá se repetir”, disse Emma Watson, que não aguentou e desabou em lágrimas, na última
première mundial de Harry Potter. O salgado gosto das lágrimas é sentido inúmeras
vezes quando você se pega pensando que tudo acabou, ou quando você lembra
daquelas palavras: “Tudo estava bem”, e quanto deseja que nada estivesse bem,
que a cicatriz voltasse a incomodar Harry.
Mas para muitos críticos (que
não são fãs), a saga terminou em seu ápice, deixando Harry Potter e as Relíquias
da Morte – Parte 2 como o terceiro filme (atualmente o quarto) mais visto da
história do cinema. Inúmeras vezes mencionado, seja em filmes ou em até mesmo
outros livros, o sucesso estrondoso que Harry Potter causou em todo o mundo, e fez
uma legião de fãs crescerem com ela, hoje, se tornou imortal.
“Nos últimos meses, eu estive em
negação de aceitar que realmente acabou”, disse Rupert Grint a BBC quando a saga chegou ao fim. “Quando eu
vejo os pôsteres com enormes letras dizendo ‘IT ALL ENDS’, eu não consigo
entender. Eu vou sentir falta de tudo isso.”
Para finalizar, deixo um vídeo
Tributo à Harry Potter. Um dos vídeos mais fiéis, mais emocionais que eu já vi
desde que Harry Potter chegou ao fim. É difícil controlar as lágrimas ao ver mais de
dez anos da nossa vida passando em nossa frente, deixando marcado uma das
melhores fases que, infelizmente, não terá volta.
Mas, lembrem-se: “Hogwarts sempre
estará lá para ajudar a quem dela precisar, e a magia só deixará de existir se
você parar de acreditar nela.”
Falar de Harry
Potter é sempre complicado. Personagens que ganharam nossos corações algumas
vezes são esquecidos, mas deixo aqui minhas menções honrosas: Maggie Smith, como Minerva McGonagall;
Helena Bonham Carter, que desempenhou um lindo papel ao dar vida à Bellatriz
Lestrange; Gary Oldman, interpretando o padrinho de Harry, Sirius Black.