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[Crítica] Um Bom Partido


Não entendo a escolha de Gerard Butler para protagonizar Um Bom Partido. Está certo que ele pode ser considerado o tipo de astro que aceita fazer filmes como este, mas não acredito em sua capacidade de ser um ator que carrega todo o filme e vive o único personagem que pode despertar algum interesse por parte do público. Mas este não é o maior dos problemas...

Aquele texto utilizado para comédias familiares do pai ausente que tenta se redimir nós já conhecemos, e em Um Bom Partido ele é reciclado da seguinte forma: George Dryer (Butler) foi um glorioso jogador de futebol, mas após certa imaturidade durante os tempos de sucesso, não consegue mais se manter empregado, e ainda tenta recuperar a confiança de sua ex-esposa (Jessica Biel) e filho (Noah Lomax), mas após assumir o time mirim local de futebol, consegue se aproximar do filho, mas "sofre" com o assédio das mães das crianças que treina, vividas sem nenhum esforço por nomes importantes como Uma Thurman, Catherine Zeta-Jones, Judy Greer e devo até citar Dennis Quaid, o que é até interessante por sugerir um assédio homossexual por parte de seu personagem, e nem os próprios roteiristas devem ter notado isto.

Enquanto treina o time, Dryer busca oportunidades como comentarista esportivo, e em uma situação muito peculiar para o personagem, logo consegue uma vaga na ESPN. E no tempo que resta de seu dia, tenta superar as bipolaridades de seu filho, que muda de comportamento em relação ao pai sem motivos para isto, e reconquistar sua esposa, enquanto nutre casos com as mães de seus alunos.

Não há problema em utilizar clichês, especialmente em filmes deste gênero, como vários títulos nos provaram, mas o essencial é que a equipe de roteiristas utilize-os bem dentro do desenvolvimento do longa, mas neste caso falta justamente uma maior noção de como fazer isto a Robbie Fox, roteirista de Um Bom Partido e que desde os anos 90 estava afastado do Cinema, que prefere ocupar seu tempo - longo demais para o que é contado - mostrando como seu protagonista é capaz de atrair e conquistar todas as mulheres que conhece e exaltar seu sotaque - algo que até agora estou tentando compreender - ao invés de inserir cenas funcionais para o desenvolvimento da trama, que sobem o nível do longa como comprova o encontro entre George e Stacie, numa ótima química entre Gerard Butler e Jessica Biel, e ainda insere personagens superficiais que desperdiçam os já citados nomes de Catherine Zeta-Jones e Uma Thurman, que nada mais vivem do que mulheres interessadas no protagonista, sem nenhum tipo de emoção ou profundidade.

E mesmo que tenha certo crescimento em seu terceiro ato, quando finalmente um conflito mais interessante some com os personagens desnecessários da trama e foca-se somente em George, sua ex-esposa e seu filho, finalmente amadurecendo seu protagonista e re-estabelecendo a paixão entre ele e Stacie, não há perdão para um roteiro insensível e fraco como o de Um Bom Partido, a base de uma série de péssimos personagens com interpretações no mesmo nível.
Um Bom Partido 9128881431723739606

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