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[Review] American Horror Story: Asylum 2x12 - Continuum

Nas portas do caos.


Nas portas do caos.

Falar desse penúltimo episódio de Asylum, não é uma tarefa fácil, afinal quando terminei de assisti-lo não sabia bem o que pensar. Todos os elementos que tornaram a segunda antologia de American Horror Story memorável estavam lá, mas a estranheza diante das decisões narrativas escolhidas para Continuum podem ter levado boa parte dos fãs a enxergar o episódio como um momento aleatório e de pura loucura (não no bom sentido). Sim, Ryan Murphy já tinha dito que a penúltima hora ia se dividir em quatro atos conectados por pontos específicos, mas essa divisão baqueou o ritmo como um todo. Dentre os seguimentos mostrados, o que eu menos esperava chegou como o mais significativo. Estou falando do “fim” reservado ao trio Kit, Grace e Alma.

Minha opinião sobre a história dos alienígenas já está formada. Enquanto os seres ficarem mais na sugestão do que na história em si, ela vai funcionar para mim. E deixo aqui todo o meu contentamento com as escolhas destinadas aos personagens mais misteriosos de Asylum. O teaser de abertura já impressiona por nos deixar perdidos diante do Kit ensanguentado e de machado na mão, mas os fatos que levaram ele até o momento mostrado, não são menos dignos de lembrança. Ao sermos guiados até 1967, descobrimos que Kit vive com seus dois amores e filhos, mas Alma e Grace guardam reações diferentes ao que passaram em suas respectivas abduções.

Enquanto Alma sente um horror crescente só de pensar no retorno dos seres, Grace continua o discurso de milagre. Eu sei que nada é o que parece, mas não posso deixar de negar que passei a ver os alienígenas com a visão de Grace. Depois de tudo o que ela falou sinto que vão ser eles a desempenhar o papel final na semana que vem. Kit nunca esteve tão bem quanto agora e posso dizer que a explicação para sua abdução me convenceu. Segundo Grace, ele é especial por ter uma mente aberta e bem mais a frente da sociedade em que eles vivem esse detalhe não fugiu a superioridade intelectual dos alienígenas. Tanto é que aparentemente os filhos do rapaz estão destinados a perpetuar essa evolução nos conceitos humanos.  

Foi através de Grace que vimos o porquê de Alma ter essa sensação ruim ao lembrar o que passou. A primeira esposa de Kit, sempre teve medo do julgamento alheio e preferiu se manter trancada a mostrar quem realmente é para o mundo. Esse conceito de involução levou aos experimentos fracassados que culminaram na morte de Alma narrada por Grace semana passada. Porém, os alienígenas devem ter visto um futuro para a criança que crescia dentro dela e a trouxe de volta. As visões distintas conferiram um crescimento louvável tanto a Alma quanto a Grace. Se não nos importássemos com as duas, o hediondo desfecho de sua história, não surtiria efeito algum, felizmente minha reação não foi diferente da de Kit. Fiquei sem chão com Alma matando Grace e tenho quase certeza de que não fui o único. Um final incômodo, mas que linkou bem os dois atos que teríamos pela frente. 

Do abismo ao mais profundo dos infernos, essa é a realidade de Jude. Se no começo da série, Kit, Lana e até mesmo Shelly nos comoviam com suas lutas pessoais no Briarcliff, nada se compara a situação vivida por Jude. Gostei de como explicitaram a sua loucura, pois genialidade define trazer Frances Conroy para encarnar um possível nêmesis da outrora freira. Foram cenas que utilizaram de todo o talento das atrizes, pois Jessica Lange me emocionou bastante. O que mais me incomodou na história de Jude, foi que a inversão de papéis chegou como um twist que confundiu ainda mais quando descobrimos o lapso temporal vivido por ela.

Talvez Jude tenha sido dopada depois da morte de Pepper (acredito nessa explicação) e do abandono por parte do monsenhor Timothy, assim ela perdeu dois anos e meio da sua vida. Mesmo tomando isso como contraponto depois que tudo foi revelado a ela, eu desisti de procurar mais sentido. Agora, conectar o Briarcliff (transformado numa prisão ou algo do tipo) com Alma, foi essencial para descoberta de Kit, que percebeu o descaso de Lana ao descobrir que Jude ainda residia na instituição. E é justamente por causa de Lana que tive vontade de criticar mais o episódio, portanto o "ato" dela é que merece aquele momento decepção.

Não gostei e nem queria que tivessem feito a personagem passar por um retrocesso tão desnecessário. Nos despedimos de uma Lana disposta a tudo para acabar com o Briarcliff, para encontrarmos uma escritora mesquinha e nojenta em 1969. Não tem defesa, para o que ela fez. Deturpar tudo o que viveu para angariar mais leitores foi o ato máximo da repórter, talvez a única cena boa veio daquele insight permitido por Thredson e Wendy. A conversa dela com Kit foi desnecessária, pois só alimentou nossa revolta contra uma das personagens mais queridas até uma semana atrás. Certo que descobrimos como Kit encontrou Jude no Briarcliff e que Alma chegou morrer, mas fica por aí. Não sei o que foi de Ryan Murphy, mas tentar uma reversão a essa altura do campeonato soou mais falho do que inteligente.

O cliffhanger deixado após o diálogo de Johnny com a dona da livraria foi bom, mas também não passou disso. Assim, já deu para perceber que meu descontentamento com o episódio veio das escolhas mais surtadas do que propriamente dos momentos que queríamos ver. Claro que uma hora fraca não tira o brilho de uma temporada tão incrível, mas sim, poderíamos ter ficado sem reclamações. E vocês, estão prontos para loucura final na semana que vem?

P.S.: Ryan Murphy prometeu três dicas sobre o tema da terceira temporada e depois de algumas declarações, tenho quase absoluta certeza de que vai ser bruxaria mesmo. Mas antes de tudo, o lance da história ter um teatro como centro das atenções parece tomar forma, afinal Continuum foi escrito como uma ópera.

P.S.2: Jude disse que um dia sairia voando do Briarcliff mesmo sem o seu chapéu, significa?

P.S.3: O antagonista da próxima temporada vai ser uma mulher designada a substituir o Hubber Man e o Bloody Face, significa?

P.S.4: As menções ao jogo Candy Land, talvez façam referência ao conto de João e Maria, significa? Bruxaria né, minha gente?
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