Supergirl | 2x10 - We Can Be Heroes
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Parece que Supergirl
está tendo um pouco de dificuldade em encontrar o ritmo depois do hiato, e We Can Be Heroes não ajudou muito. Bem
pouco coeso e por vezes confuso, o episódio mesclou ótimos momentos com
subplots desgastados e realmente chatos, e em nenhum momento se preocupou em
ligar bem tudo isso.
A conclusão a qual este episódio leva é a de que os roteiristas
queriam se livrar de diversas pontas soltas, e We Can Be Heroes foi o resultado dessa necessidade. Houve momentos bons e ruins, e os bons até foram mais frequentes, mas a falta de
conexão entre os diferentes enredos explorados fez com que o resultado final
fosse confuso e ficasse com uma aparência desleixada. A única coisa que ficou
realmente clara é que a intenção por trás disso tudo era dar um pouco mais de
destaque aos personagens masculinos da série, que de fato estavam carentes de
desenvolvimento.
Um dos resultados mais importantes dessa atenção foi o fato
de que a Kara finalmente ficou sabendo quem é o Guardião. Jimmy Olsen é, desde
sempre, uma âncora na série. O personagem é sem graça, foi o responsável por
alguma das cenas mais desnecessariamente melosas e chatas de Supergirl até aqui e essa necessidade
dele em ser herói sem nenhum motivo realmente forte e convincente mais parece
birra pelo fato de que o cara novo, que pode ser um interesse amoroso para a
Kara, tem poderes e ele não.
Mas parece que todas
as cenas dele como Guardião finalmente valeram de alguma coisa. A conversa
entre ele a Kara quando ela descobriu sua identidade foi muito boa. A
preocupação dela é muito bem fundada, levando em conta que ele não tem nenhum
treinamento de combate que tenhamos notícia (ele sabe lutar um pouco, mas não
sabemos a extensão disso), diferente da Alex, que é muito capaz de se defender;
e que ele também não é super poderoso como o Mon-El. Ver a conversa entre dois
deixou ainda mais claro que ele não deveria estar fazendo isso. A única parte
ruim da discussão foi o final: o que ele tem na cabeça para desafiar a
Supergirl a pará-lo? Ele queria tanto ter a última palavra que ele esqueceu do
fato de que ela tem pelo menos dez formas diferentes de impedir que ele faça sua
saída dramática.
Já Mon-El, outro que ganhou tempo extra de tela essa semana,
está se destacando como um dos pontos positivos da série. A diferença entre a personalidade
dele e a da Supergirl cria interações muito interessantes, e esse episódio não
só foi um bom exemplo disso como também desenvolveu um pouco mais a história do "relacionamento" entre eles. Se ele serve ou não para ser herói, isso ainda
vamos ter que esperar mais um pouco para confirmar, mas como interesse amoroso
ele com certeza se destaca. Os roteiristas escolheram não investir nisso neste
momento, o que é bom, sabendo que ele está no centro de um evento grande da
temporada, mas as chances desse casal se tornar realidade são boas, e espero
que esse seja o caso.
Até aqui a ligação entre as duas histórias é superficial, um
dos personagens tem a mentalidade de um herói, mas não a capacidade para isso,
enquanto que o outro é extremamente capaz, mas não parece ser do tipo heroico.
É pouco, mas foi o bastante para uni-los durante a trama e colocar ambos na
posição de prisioneiros indefesos para serem salvos pela heroína, o problema de
coesão começa aqui. Provavelmente a parte mais interessante do episódio, o
subplot do J’onn e da M’gann não só explorou muito bem o passado dos dois
personagens, mas também abriu possibilidades muito interessantes para o futuro.
O diálogo entre os dois dentro das memórias da Miss Marte foi muito bem
escrito, e com certeza um dos melhores momentos de We Can Be Heroes. E ainda existe a possibilidade de uma invasão dos
marcianos brancos, o que poderia ser incrível se bem executado.
O problema é que isso
não teve nenhuma relação com o que acontecia ao redor, e tirando o momento mais "família" da situação onde J’onn pediu que Kara e Alex ficassem ao seu lado,
todo o resto dos eventos poderia ter acontecido em qualquer lugar e em qualquer
momento da série que não faria diferença alguma. O momento para esses eventos
também foi estranho, e a não ser que os marcianos brancos sejam aqueles que
estão caçando o Mon-El, colocar duas invasões alienígenas no futuro da série
parece querer forçar o tema um pouco.
O último ponto importante é a presença da Livewire. A vilã
ganhou o título de nêmesis da Supergirl, e por mais que isso pareça ser meio
forçado, pelo menos o resultado foi bem interessante. Colocar aquela que seria
sua principal inimiga como vítima gerou uma situação que só poderia ser bem
aproveitada nessa série. E apesar da boa sequência de ação, o que realmente
terminou o conflito foi a habilidade da heroína em vencer batalhas apenas
conversando. Pode parecer bobo, mas ela lembra muito o Superman clássico com
essa empatia, e para quem conhece o personagem isso é algo bom de ver.
A falta de coesão prejudicou o episódio, assim como o
excesso de tempo dedicado ao Guardião (para variar), e por isso mesmo os momentos
bons pareciam presos por um ritmo que não fazia muito sentido. O excesso de
ideias prejudicou o resultado final, mas pelo menos o episódio não foi uma
perda completa.