Arrow | 5x10 - Who Are You?
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A primeira parte desta temporada de Arrow foi realmente muito boa, e o nono episódio foi um cliffhanger
fantástico. A impressão que ficou assistindo Who Are You? depois de tudo isso foi muito semelhante a um banho de
água fria.
A primeira coisa a se apontar como problema foi a Black
Siren. Não foi a maior surpresa descobrir que ela não era a Laurel real, o
problema foi como retrataram a personagem. Ela entra para a lista de
personagens femininas com as quais os roteiristas não sabem trabalhar muito
bem. Seus diálogos foram muito bons e a atuação da Katie Cassidy nos momentos
de maior crueldade da personagem foi com certeza um ponto positivo. Meu
problema foi com os combates. Quando apareceu pela primeira vez na Terra 2 ela foi capaz de derrotar o Flash sozinha, e se não fosse o protagonismo
a ajuda aparecer na hora certa, a combinação das habilidades de combate com os
poderes da personagem realmente poderiam ser perigosos para o velocista de
Central City. Aí ela chega em Arrow e o que acontece: o Prometheus a humilha e depois quem dá o golpe final e a nocauteia é a Felicity. Sério? Até entendo
quererem dar essa vitória para a Overwatch, levando em conta o fato de que ela
foi uma das melhores coisas do episódio, mas isso foi forçado demais.
Outro ponto complicado foi o personagem principal. Os
momentos finais do episódio mostraram um Oliver menos chorão e mais otimista,
mas todo o resto do tempo ele agiu da mesma forma que vem agindo desde a
primeira temporada. Esse é um bom momento para fazerem o personagem evoluir
definitivamente, tomara que aproveitem essa oportunidade da mesma forma como
fizeram com outros membros do Team Arrow. Curtis, por exemplo, teve um desenvolvimento
muito interessante neste episódio. Com o final do seu relacionamento e após
ser espancado pela centésima vez, ele finalmente se questionou. E se isso é
repetitivo e chato no Oliver, com ele é algo novo e interessante. Ele vem sendo
o saco de pancadas do grupo até aqui, então ver que isso não é algo que passa
em branco e, mais ainda, ver o personagem sendo útil para equipe do modo que ele
faz melhor, é uma mudança de ritmo bem agradável.
Wild Dog e Ragman foram menos explorados no episódio, mas
isso não é algo necessariamente negativo. Agora que o time tem um membro a
menos, eles provavelmente terão mais destaque eventualmente. Enquanto isso a
história do Diggle está ficando interessante e o personagem terá que lidar com
um inimigo particular até o final da temporada. Espero que essa história que
está começando a se desenrolar seja tão boa quanto o personagem merece.
E é impossível falar de desenvolvimento de personagem sem
falar da Felicity. Nós já vimos que ela funciona bem como alívio
cômico e até mesmo como alguém para conversar nos momentos mais dramáticos (alguns
diálogos dela são pontos de destaque na fraca terceira temporada), mas dessa
vez nós vimos um novo lado, e muito promissor. Vale mencionar que mesmo sendo
algo novo, de forma alguma soou forçado, como todo aquele drama chato da quarta
temporada. Arriscar a própria vida para vingar seu namorado é algo que se
poderia esperar da personagem (e na verdade o que surpreendeu foi a forma
inteligente como ela fez isso), mas desafiar o Oliver diretamente foi
provavelmente um dos momentos mais marcantes dela. Ver a Felicity se
impondo como figura de liderança ante os novos membros foi algo inesperado e
que faz muito sentido. Enquanto que desafiar o Arqueiro parece uma consequência
dos acontecimentos recentes, que está levando a personagem para uma direção mais interessante. Se ela tem visão quase completa das ações de campo, faz
sentido que tenha uma voz mais ativa na forma como tudo acontece, e essa
dinâmica nova pode ser uma boa evolução para a personagem. Só espero que nunca
mais a façam acertar o soco em um vilão, porque isso foi tão ruim que eu sou
forçado a me repetir.
O desenvolvimento dos personagens foi muito bom, a forma
como a Black Siren foi retratada deixou a desejar, mas todos esses momentos
estavam imersos em um episódio que pareceu morno na maior parte do tempo. Muita
coisa aconteceu, mas o ritmo geral de Who
Are You? pareceu muito mais lento do que deveria, de forma que mesmo algumas
cenas mais interessantes deixaram uma sensação de "caramba, isso ainda não
acabou?". O cliffhanger foi promissor e quero muito ver essa possível nova
Canário, mas depois de tudo o que aconteceu até aqui fica difícil não se
decepcionar com o episódio.