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Review | The Walking Dead 7x02 - The Well

Um ponto fora da curva.


Um ponto fora da curva.

Se tem uma série que consegue, com maestria, jogar um balde de água fria no público quando as coisas ficam interessantes, essa série é The Walking Dead. É incrível a dificuldade dos roteiristas em desenvolver sua narrativa e seus personagens de maneira que desperte interesse, sem deixar o ritmo maçante para quem acompanha essa história. Salvo exceções, como a primeira metade da quinta temporada, The Walking Dead tem a mania de oscilar seu ritmo, o que torna esse The Well uma verdadeira cura para a insônia, o que não deveria ser, porque apresenta elementos novos muito intrigantes.

Se a ideia era mostrar uma premiere caótica para depois apresentar uma alternativa à extrema violência, a série deixou bem claro para o público que essa extrema violência é mais interessante de acompanhar. Rei Ezekiel, nobre, calmo e acolhedor, se opõe muito ao líder dos Salvadores, Negan. Contudo, assim como para Carol, é difícil levar esse homem a sério, pelo menos a princípio. O reino e seu quase folclórico monarca surgem como uma possibilidade de se manter uma civilização nesse mundo pós-apocalíptico, algo que Morgan deve ter gostado muito de ver, mas fica implícito que este regime só se manterá enquanto eles abastecerem os salvadores. Logo, Ezekiel não é uma alternativa a Negan, nem tem poder de fogo para derrotá-lo. A tigresa Shiva assusta, mas ela nada pode contra as metralhadoras dos Salvadores.

Tendo isso em mente, resta esperar como Ezekiel se encaixará na trama. Os leitores da HQ já devem saber ou imaginar, mas eu não tenho ideia de como a relação desse rei com Carol e Morgan vai se desenvolver, muito menos como ele pode ajudar Alexandria e seus moradores a se livrarem de Negan em algum momento. A perspectiva de uma aliança é interessante, entretanto é provável que nada aconteça até o final dessa primeira metade de temporada, pois a sensação que fica é a de que serão longos episódios para mostrar essa "Nova Ordem", com Negan no comando absoluto e todos, sem exceção, submetidos a sua liderança.

The Walking Dead tem o sério problema de ser um mundo de possibilidades infinito, cuja única preocupação dos personagens é sobreviver. Logo, como não há grandes expectativas sobre o futuro, o drama imediato tem que ser interessante. O problema agora é Negan, tirá-lo de cena para usar um episódio inteiro apresentando um outro núcleo só é interessante se houver algum conflito imediato nesse outro núcleo. Como não aconteceu - ou, para ser justo, aconteceu de forma bem apática -, ocorre o que vimos em The Well: algo sonolento e difícil de conseguir a atenção até o fim.

Em outros tempos isso até era aceitável, pois não conhecíamos bem a série. Mas no auge de uma sétima temporada, apresentar episódios assim é pedir para perder audiência. Como fã e defensor da série, mesmo em outros momentos ruins, espero que este episódio seja um ponto fora da curva neste ano.
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