Review | The Flash 3x04/05 - The New Rogues/Monster
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3x04 - The New Rogues
The Flash sempre foi uma série bastante focada em viagens no
tempo, mais do que deveria, na minha opinião. Esse episódio, porém, já se
inicia com um flashback da noite da explosão do acelerador de partículas, cena
bastante importante para apresentar seus vilões. Em um mundo no qual os
meta-humanos estão surgindo devido ao Doutor Alquimia, somos apresentados ao
Mestre dos Espelhos e à Pião, um grande vilão do Velocista Escarlate e uma outra pouco conhecida, respectivamente. Tudo isso ainda vem com o bônus de uma aparição do saudoso
Capitão Frio nos seus tempos sem arma de gelo. O Mestre dos Espelhos é um
vilão bem conhecido para os leitores de HQ’s, fazendo parte da Galeria de
Vilões do Flash, e me surpreendeu que demoraram três temporadas para apresentá-lo.
Isso, de forma alguma, me chateia. Estava ansioso pela aparição e não me
decepcionei nem um pouco.
Com a habilidade de movimentar-se através de superfícies
reflexivas, Sam Scudder retorna ao mundo três anos depois de ficar preso em um espelho. Ele possui um único desejo: vingar-se de Leonard Snart. Para isso, conta com ajuda de sua amante Rosalind
Dillon, ou Pião, como foi batizada por Cisco. Ela é, originalmente, um personagem
masculino, mas a mudança na série foi feita para criar um elo com Scudder.
Confesso que essa parte me agradou pouco, não por terem mudado o sexo do personagem, mas por simplesmente terem criado uma relação Coringa-Arlequina
entre os dois, que foi completamente forçada e desnecessária. Ficou óbvio que
essa foi a intenção, e simplesmente não deu certo. Além disso, o episódio também conta com a
primeira “missão” de Jesse Quick ao lado do Flash. Gostei da dinâmica desenvolvida
entre os dois, mas, ao mesmo tempo, fiquei
pensando se a Pião não foi colocada apenas para termos uma briga entre dois
homens e duas mulheres. As participações de Jesse foram tão impactantes quanto as de Rosalind, e fiquei com a impressão de que foi apenas para que a Jesse tivesse
seu “momento de glória” antes de voltar para a Terra-2.
No quesito romance, os roteiristas mostraram-se bastante
apaixonados, visto que tivemos Wally e Jesse, Iris e Barry, e até mesmo Joe, que recebeu umas cantadas de uma promotora de Central City. Apesar de não ser o foco da temporada, essas cenas de
vários casais felizes mostra que a série está evoluindo ainda mais na
construção de seus personagens, mas a falta de foco direto faz parecer que a CW não quer cometer os mesmos erros de Olicity com The Flash. Espero que não
me provem errados nos próximos episódios. Enquanto for plano de fundo, podem
continuar que não me importo!
O ponto alto do episódio foi Barry preso no espelho. Não apenas por mostrar o quão poderoso o Mestre dos Espelhos pode ser, mas sim porque foi a cena que mostrou que Caitlin está controlando cada vez mais seus poderes, ao mesmo tempo que prefere escondê-los do resto do Team Flash. Confesso que não sei como lidar muito bem com essa Caitlin que conhecemos tendo esses poderes, mas talvez esse estranhamento seja apenas por estar acostumado com Killer Frost, vilã, e não com um alter-ego bom da personagem.
O ponto alto do episódio foi Barry preso no espelho. Não apenas por mostrar o quão poderoso o Mestre dos Espelhos pode ser, mas sim porque foi a cena que mostrou que Caitlin está controlando cada vez mais seus poderes, ao mesmo tempo que prefere escondê-los do resto do Team Flash. Confesso que não sei como lidar muito bem com essa Caitlin que conhecemos tendo esses poderes, mas talvez esse estranhamento seja apenas por estar acostumado com Killer Frost, vilã, e não com um alter-ego bom da personagem.
Por fim, The New Rogues trouxe um ar misto de passado com
presente, misturando as origens da série com o que o futuro apresenta, e apresentou isso muito bem. Apesar de algumas críticas (que sempre tenho por tratar-se das
posições da CW), o episódio conseguiu trazer um ótimo vilão e um
desenvolvimento real dos personagens, que mostra que a série não está se
prendendo tanto ao já repetitivo formato de vilão da semana.
P.S.: Que ideia
horrível foi essa de trazerem um novo Harrison Wells? Sem dúvidas, a coisa mais
estúpida proposta pela temporada, mas comentarei mais no próximo episódio.
3x05 - Monster
Um episódio bastante tocante. Com dois focos principais
diferentes, não fui capaz de separar o arco de Caitlin e do Julian da realidade
de muita gente, e muito menos deles mesmos. Se eu tivesse que descrever este
episódio em uma palavra, seria "preconceito". Como já disse, os destaques foram Caitlin e
sua mãe na busca por conhecimento a respeito dos seus poderes, e Julian com
sua caça às bruxas direcionada aos meta-humanos. Tudo isso veio com um plano de
fundo do novo Wells do grupo, ou HR, vindo diretamente da Terra-19.
Caitlin, longe do S.T.A.R. Labs, vai em busca de sua mãe, uma
cientista de renome, na expectativa de que ela a ajude a entender e controlar melhor
os seus poderes de gelo. A dinâmica é interessante, uma vez que as duas guardam
muito ressentimento uma da outra e não parecem ter muito em comum. Foi interessante ver Caitlin fora do Team
Flash, ela era a única que sabíamos pouco do lado familiar, e este episódio
veio para cobrir essa falha. Gostei de como os poderes estão sendo explorados,
mas não gostei do clichê do cientista que não quer ter o trabalho ofuscado.
Gostei de vê-la perdendo a cabeça e congelando o braço dele, ao mesmo tempo que
fiquei assustado com a maneira que ela sai de si ao utilizar seu potencial. Eu
quero ver isso ser mais explorado já no próximo episódio, porque gosto muito de
Caitlin e acho que ela merece um foco especial agora que Alquimia está
inatingível e o Flash não tem mais tantos problemas pessoais para focar.
Por outro lado, temos um monstro – literalmente – solto por
Central City, e isso traz à tona sentimentos bastante ferozes em Julian. Nosso
querido Malfoy tem se mostrado bastante desprezível nos episódios em que apareceu,
e dessa vez concorda em "ensinar" Barry a ser um CSI melhor em troca de ficar
com o laboratório só para ele. Porém, esse monstro faz Julian mostrar seu
completo ódio e desgosto pelos meta-humanos, algo que o incita a ser capaz de
matar alguém. A história do porquê Julian guarda isso dentro de si foi pouco
convincente, achei que a motivação pessoal do personagem foi mal pensada, mas o
que importa de verdade é que esse episódio veio para fazê-lo refletir.
Já no S.T.A.R. Labs, temos a recente adição de HR Wells, que é
um tanto... curioso! Desde a sua vestimenta (que, nas palavras de uma grande
amiga, "ele se veste que nem o Usher") até as suas motivações para ter ido à
Terra-1, tudo nele é estranho. Um escritor, criador de ideias, que resolve
mudar de universo para... escrever um livro? É, não comprei essa trama não!
Talvez seja a desconfiança latente de um Wells entre eles, mas acho que tem
muito mais por trás dessa viagem. Já sinto falta do Harry, e preferia mil vezes
participações esporádicas dele do que esse novo HR todo esquisito.
No fim das contas, o monstro que aterrorizava Central City
foi apenas o plano de fundo para resumir
o real tema do episódio: o preconceito. De um lado temos Caitlin, a
pessoa que o sofre, que vive com medo de mostrar para as pessoas ao seu redor
quem ela realmente é. A pessoa que, quando finalmente decidiu mostrar seu
interior para alguém que tinha tudo para desprezá-la, a acolheu e a entendeu.
Do outro temos Julian, o personagem que impunha o preconceito, que possuía
opiniões generalizadas sobre coisas que não entendia completamente e que, no
fim, percebeu que aquilo estava errado e se redimiu. E o monstro? O monstro era
só um adolescente, vítima de bullying, que queria sentir-se poderoso alguma vez
na vida.
Eu posso ter pensado muito além do que o episódio realmente
quis, mas das vezes que assisti aqueles 40 minutos isso era só o que vinha na
minha cabeça. E agradeço a CW por ter feito isso, pela maneira singela que os
roteiristas colocaram esse tema, sem perder em momento algum a essência da
série e sem interferência na trama da temporada. Confesso que talvez esse seja
o meu episódio favorito de The Flash em muito tempo, e fico feliz por poder
escrever a respeito, já que é um tema importantíssimo e deve ser abordado de
todas as maneiras possíveis.