[Review] Once Upon a Time 5x11 - Swan Song

Expectativa é uma coisa complicada. Quanto mais você espera algo bom, maior é a tristeza quando o resultado final não é aquele que você queria. E acho que decepção define bem o que sinto com relação a esse episódio, mas irei analisar os pontos positivos. A vontade de ver o resto da temporada me ajudou a colocar tudo em perspectiva um pouco antes dos episódios novos. Então vamos lá, pois existem muitas coisas a serem comentadas.

Once Upon a Time não criava um enredo tão envolvente há algumas temporadas: nunca os inimigos foram tão poderosos e os personagens principais tão afetados pelo mal. O ar de novidade e a qualidade geral dessa quinta temporada estava sendo uma grata surpresa (mesmo levando em conta alguns tropeços aqui e ali), e é normal que isso aumente a expectativa do público. Os roteiristas sabiam disso, e mesmo assim o que vimos em Swan Song foi um descaso aparentemente gerado pela pressa de chegar logo ao final desejado e algumas escolhas bem ruins. Preciso pontuar que o começo do episódio foi bem interessante e o cliffhanger foi muito animador, mas a passagem entre um e outro foram o problema. Dois momentos específicos foram, para mim, capazes de estragar um episódio que tinha tudo para ser um ótimo ponto final para uma ótima história.

Começando com o maior deles, aquele que ninguém deve discordar: o que foi aquele confronto entre Emma e Killian na casa deles? Eles precisavam que a espada ficasse com o gancho, mas não planejaram como aquilo deveria acontecer, e o resultado final foi uma das cenas mais ridículas da série. OUaT já fez isso antes: para resolver uma situação que deveria ser mais longa, eles fazem algo bobo apenas para que aquilo termine rápido e a história possa alcançar o ponto desejado. E isso é horrível de assistir. Na primeira vez esse tipo de coisa passa, na segunda já está irritando, mas nesse ponto da série algo assim não poderia mais acontecer.

Outro problema foi a inconsistência com os personagens, e o exemplo aqui é, obviamente, o “casal” Belle e Rumple. Já reclamei deles, fiquei feliz porque eles foram separados e agora estou irritado (e reclamando) de novo porque eles estão juntos mais uma vez. E tudo isso aconteceu em apenas uma temporada. Afastar os dois por escolha da Belle foi a melhor coisa que podiam ter feito nesse sentido, mas aí no episódio seguinte eles ignoram toda e qualquer evolução da personagem e a colocam nos braços da pessoa que mais a fez sofrer na vida. Rumple novamente é malvado porque sim e pronto, e tudo o que aconteceu com ele (inclusive a sua exibição de coragem) vai pelo ralo. A impressão que tenho é que no momento os roteiristas não sabem mais o que escrever sobre os dois, então esse looping infinito entre término e reconciliação vai se manter até que a série acabe ou até que um deles morra.

Nem vou falar muito sobre o fato de que os Charming, os heróis quase ideais que sobreviveram a absolutamente tudo, foram os primeiros a desistir de qualquer chance de sobreviver, ou então ao fato de que Emma e Regina, duas mães superprotetoras, acharam que seria uma boa ideia levar o filho delas para o inferno só para tentar salvar o gancho. Até entendo que separar esse grupo principal de personagens é complicado para manter a dinâmica dos episódios, mas pelo menos faria mais sentido.

Todos esses problemas conseguiram prejudicar muito o fim da primeira parte desta temporada, mas nem tudo foi ruim. A atuação do casal principal, especialmente do gancho, foi incrível mais uma vez, e o começo do episódio foi bem interessante, especialmente as cenas que nos mostraram mais sobre o passado do pirata. Mas a melhor coisa aqui, ao meu ver, é aquilo que está sendo prometido para a segunda metade deste quinto ano da série. Arriscando algo novo, que pode gerar uma decepção ainda maior se mal executado, OUaT irá se aventurar na mitologia grega. Caronte e sua barca foram apenas o começo de tudo o que está por vir, e a ida ao submundo para salvar o amado (clara referência à história de Orfeu e Eurídice, da mitologia grega) promete uma aventura de proporções épicas.

Parece que essa temporada foi aquela escolhida para se arriscarem com coisas novas e expandir o universo da série, mas de nada vale uma ótima ideia se ela não for bem executada. Consistência é o que falta para Once Upon a Time, uma história ótima com bons episódios não pode ir água abaixo por causa de problemas justamente no final. Porque não adianta confirmarem uma próxima temporada se os fãs não acreditam mais na chance de uma melhora na série.