[Review] Homeland 5x08/09/10 - All About Allison/The Litvinov Ruse/New Normal
Efeitos do terror.
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Efeitos do terror.
Esta reta final de Homeland está diferente do que as últimas temporadas costumaram mostrar. Este ano, a série conseguiu atrair a atenção para outros personagens além de Carrie. Na verdade, Carrie nem pode ser considerada a protagonista do ano, e sim mais uma peça no tabuleiro. Quem roubou a atenção - se é para escolher alguém - foi a novata Allison Carr. Seu caráter duplo foi tão bem colocado que mesmo quando ela é pega em flagrante, existe um jeito de distorcer os fatos a seu favor. Pior para Saul e Carrie, melhor para a história.
Allison
pode ser considerada uma vilã aos olhos de Saul e Carrie, mas a questão
é mais complicada que esse ponto de vista superficial. Afinal. ela
trabalha para os EUA e para a Rússia, e ambos tentam combater grupos
extremistas a sua maneira. Não há mocinhos ou vilões, o que existe é um
jogo de interesses e uma guerra de espionagem por informação. A própria
Carrie já mandou um drone disparar mísseis em um casamento, então não
há porque achar que Allison é pior pessoa que a protagonista da série. Allison acabou se tornando uma das personagens mais complexas da
história de Homeland de um jeito que nem Brody foi. Um problema
que surge aqui, é que a história de Brody era mais emocionante e
proporcionou os momentos memoráveis desta série, algo que Allison ainda
não conseguiu. Contudo, temos dois episódios adiante para mudar isso.
Enquanto isso, o plot
envolvendo Peter Quinn foi deixando de ser trama paralela para se
tornar o foco das atenções. Um ataque iminente de uma célula do EI a uma
cidade europeia torna o roteiro extremamente crível, uma vez que todos
acompanharam o que ocorreu mês passado em Paris. Não pretendo me
aprofundar nessa questão da proximidade de Homeland com a
realidade, pois sendo ela uma série que tem o terrorismo como tema,
coincidências como essas podem acontecer. O que quero destacar é que na
narrativa da série esse ataque deve obrigar Carrie a trabalhar em
conjunto com Allison. Além do mais, não sabemos como Otto e sua equipe
vai reagir à traição de Saul. Vários elementos foram expostos, e
acredito que teremos um final de temporada arrepiante.
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Ainda vivo, o que o futuro reserva para Peter Quinn? |
Esta
quinta temporada vem sendo bem "morna" no quesito ação. O que temos em
excesso é a tensão e o suspense, como a agoniante sequência de
sofrimento que Quinn passou. Foi uma temporada que apostou em mexer em
relações praticamente estáveis, como Saul e Dar Adal, antes aliados
inseparáveis e agora têm a relação estremecida, assim como Saul e Carrie.
Mesmo que todos estejam apaziguados, algum ressentimento deve ficar.
Vale lembrar que Carrie já não lidou bem com algumas decisões de Dar
Adal na temporada passada. Nestes últimos episódios fica claro que seu
elo com Quinn ainda é muito forte, mesmo com toda a distância.
Impossível não se sensibilizar com Carrie na cena em que ela presencia a
suposta execução de Quinn na TV. E imagino que ninguém aqui esqueceu a forte
carga dramática da execução de Brody, que ela também presenciou.
Sinto que a série tem um bom roteiro em mãos e muitos episódios não
foram escritos pelos criadores Alex Gansa e Howard Gordon. Homeland também continua tendo uma ótima fotografia e direção, já muitas vezes reconhecida em diversas indicações ao Emmy.
Essas são algumas razões de a série ser renovada para a sexta
temporada. Não é a melhor no ar, mas ainda tem qualidade acima da
média. No entanto, eu mesmo não estou convencido a continuar
acompanhando a jornada de Carrie, pois sinto que o gás já acabou e
nada de novo pode sair daqui. Esses dois últimos episódios serão
determinantes em minha decisão.
Considerações Finais
- Quinn não é imortal, mas tem sorte... muita sorte.
- Um monte de vans andando pela cidade é muito suspeito, é bom que os roteiristas percebam isso.