[Review] Once Upon a Time 5x05/06 - Dreamcatcher/The Bear and the Bow
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É bom que haja certo equilíbrio
no andamento de uma série. Sempre é importante fazer a história ir pra frente,
mas não se pode esquecer de dar tempo para desenvolver os personagens e
contar histórias diferentes. Nesses últimos dois episódios Once Upon a Time tentou fazer isso, mas a execução deixou um pouco
a desejar.
5x05 - Dreamcatcher
Entre os dois últimos episódios, esse foi o que deu certo. Várias escolhas interessantes foram feitas pelos
roteiristas e o resultado foi muito bom. E penso que ninguém discorda
disso, a primeira boa escolha foi não enrolar muito no fato de que os pais da
Emma estavam sendo controlados por magia. Apesar de ter sido um final tão
interessante no capítulo anterior, era importante que isso não durasse muito,
até porque ficaria parecendo enrolação.

Pensando ainda nas cenas da Emma,
tanto no passado quanto no presente: que atuação da Jennifer Morrison! A
salvadora das primeiras temporadas já não aparece mais na série, e o que vemos
são duas personagens novas e, ao mesmo tempo, muito diferentes. A primeira está
indo cada vez mais para o lado dos vilões, e ao mesmo tempo em que em alguns
momentos o rosto dela está muito mais sério do que o normal, em outros o
sofrimento por fazer o filho ser rejeitado ainda é visível. Já a Emma do
presente está quase completamente maligna, e a falta de expressão e a seriedade
são bem marcantes.
Já que estamos falando sobre as personagens
femininas sendo bem exploradas, finalmente chegou a hora de falar de Regina. Foi só reclamar da ausência dela na review anterior que ela voltou com
tudo neste episódio. O ponto mais interessante foi o diálogo final com Emma,
mas também os pequenos momentos cômicos no começo não ficaram para trás e, aliás, foram
divertidos de verdade. Outra que apareceu bem foi a Merida. Apesar de o destaque
dela ter sido no episódio seguinte, em Dreamcatcher
ela teve bons momentos. A impressão que tenho é que de todos os
personagens que apareceram até agora na série, ela está entre aqueles que mais
se aproximam da sua versão animada, e que, portanto, mostra melhor essa
personagem tão interessante.
Com um bom desenvolvimento na
história, comédia na medida certa e atenção às personagens que mais estavam
precisando, OUAT fez um quinto
episódio muito bom, combinando com a boa temporada que a série está tendo.
5x06 - The Bear and the Bow
E é aqui que as coisas não dão
tão certo. O episódio teve bons momentos, mas as partes ruins acabaram se
destacando mais do que o resto. Este capítulo errou, em especial, naquilo que o outro acertou em cheio: como adaptar as personagens femininas na série.
Começando então pelos problemas,
é importante falar sobre o relacionamento entre a Belle e o Rumple. No começo
da série eu gostava desse casal justamente por não combinar e por ser
estranho. O relacionamento entre eles trazia o melhor dos dois personagens (na
Belle era ver o bem em todos e, no Rumple, era o amor dele por ela sendo uma das
únicas partes não malvadas do personagem), mas é absurdo que eles insistam em
manter os dois juntos; e é especialmente absurdo que façam a Belle ainda querer
um relacionamento com alguém que já a fez sofrer tanto. Ver o melhor nos
outros, ignorando erros e aparência, é uma ótima qualidade da personagem, mas a
série errou feio no quanto é possível perdoar alguém que te faz sofrer.
Eu realmente queria que o antigo
senhor das trevas tivesse fugido de Storybrooke sozinho. E quando ela deixou o
carro e voltou para a cidade, eu sonhei com um enredo no qual o plano da Emma o
tempo todo era mostrar o lado heroico na Belle (coisa que foi bem explorada o
episódio todo) e fazer com que ela tirasse Excalibur da pedra. Eu pensi por alguns segundos que essa era a ideia, e já estava parabenizando mentalmente
os roteiristas. Mas aí a série cometeu um erro inédito, pelo menos até onde eu
me lembro: transformou uma personagem feminina em uma simples garota indefesa
que precisa ser salva. OUAT sempre
ganhou muitos pontos comigo por pegar histórias de princesas completamente submissas
e sem graça e transformá-las em heroínas interessantes (vide a Branca de Neve),
mas dessa vez eles pisaram feio na bola. E o pior, conseguiram fazer isso no
mesmo episódio em que a própria Belle e a Merida mostraram que as mulheres,
sozinhas e sem nenhuma ajuda (nem mesmo da magia), podem se tornar grandes
heroínas e grandes líderes.

Voltando ao enredo principal, é
muito bom ver que o Arthur do presente finalmente foi “desmascarado”. Eles
podem ainda não saber quais as intenções dele, mas pelo menos já sabem que ele
não é confiável, e isso já é um bom avanço. O mais interessante nisso tudo foi a cena
final, a presença de Nimue promete trazer algo bem interessante para a série.
Apesar de os flashbacks terem sido muito bons, Storybrooke deixou muito a
desejar, especialmente na forma como tratou uma das personagens mais icônicas
dos contos de fadas. Eu realmente espero que essa temporada coloque um ponto
final no relacionamento entre a Bela e a Fera, porque esse casal não tem nenhum
lado bom, nem sendo muito otimista.