[Review] Mad Men 7x08 - Severance
Sinais de uma vida não vivida.
https://siteloggado.blogspot.com/2015/04/review-mad-men-7x08-severance.html
Sinais de uma vida não vivida.
Agora é inevitável fugir da realidade. Para a tristeza minha e de muitos Mad Men está de volta pela última vez. A partir daqui começa uma contagem regressiva para o final da melhor série que já assisti, e uma das minhas favoritas. O pior de tudo é que a série retorna com um daqueles episódios fantásticos, cheios de toques sutis de drama e também humor. Ou seja, só confirma que fará muita falta mesmo. Mas assim como The Sopranos e Breaking Bad, ela entrará para o hall das séries que inspiram outras séries. E seu protagonista, que já é cult, será ainda mais cultuado com o tempo, mas ainda não é hora do adeus. Estamos no fim do caminho, porém ainda há alguns passos, então vamos a eles.
Severance foi mais um episódio em que Don teve oportunidades para fazer aquela autocrítica que ele tanto evita fazer sobre quem ele é e como vive a vida. A agência vai bem, e seu emprego está mais do que assegurado. Novamente está acompanhado de diversas belas mulheres, a família está distante - tanto que nem apareceu no episódio - enfim, tudo bem ao estilo Don Draper de ser. O problema começa quando... quando o problema começa mesmo? Não sei se Don tem a resposta, mas sonhar com Rachel pode ser o estopim da crise atual. Um sonho que lembra o publicitário de que ele não está nada bem.
Rachel - lembra dela? primeira temporada - morreu. A cena em que Don se encontra com a irmã dela é emblemática. Enquanto ouve que Rachel teve a vida que quis, ele tem que contar como anda a sua - divórcio, outro casamento, outro divórcio - e assim acaba por buscar, numa garçonete em algum bar, alguma resposta para seus anseios internos. Consegue sexo como de costume, mas isso há muito tempo não preenche o seu vazio. O mais triste é vê-lo buscar respostas sobre a morte com a mesma garçonete que mal conhece. Don não se aproxima de ninguém, a filha Sally é a única quase exceção, talvez Peggy seja outra. Don se aproxima de estranhos, que logo o esquecerão, que nunca sentirão sua falta, por isso é solitário. Talvez essa dificuldade para entender a si mesmo, não há ninguém que o conheça bem para aconselhá-lo. Quem o conhecia vivia na Califórnia, mas já morreu, assim como Rachel.
Semelhante a ele, mas não tanto, temos Peggy. Ela é solitária, mas quantas vezes já tentou mudar isso e se deu mal? Talvez se ela compreendesse Joan as coisas melhorassem para ela. Mas Peggy é egoísta demais para mudar seu jeito de ser. É engraçado ver como ela se empolga para ir à Paris com alguém que acabou de conhecer, e depois tenta manter esse alguém em sua vida para, então, sóbria, desprezar tanto o estranho quanto sua vontade de ir à Paris, que não representa nada mais do que seu anseio por algo novo, algo que a empolgue. Aquela agência parece sugar tanto Don quanto Peggy, mas eles não são os únicos. Poderia falar de Joan, mas ela ganha muito com a agência, o suficiente para, mesmo lidando com a escrotidão de seus clientes, conseguir lidar com isso... talvez. É certo que Joan quer se impor, isso está claro na cena do vestido ou ao rejeitar a ligação do tal Ford. O triste é Peggy achar que a maneira com que Joan se veste abre espaço para a estupidez dos clientes, que seriam estúpidos de qualquer forma.
Só que quem mais me agradou neste episódio, e por isso deixei para o final, foi Ken. Ele foi sempre esmagado nessa agência, tanto por Roger quanto por Peter. Como a mulher dele bem disse, ele perdeu um olho pelo seu trabalho, um trabalho que nunca gostou de fazer. Lembro quando Roger desprezou o fato de Ken ser escritor somente porque o próprio Roger nunca achou nada para fazer na vida. É Ken quem despeja em Don que trabalhar naquela agência não o faz feliz. Não faz nenhum dos dois feliz. Contudo, o fato de ele se tornar cliente é, além de muito engraçado, um soco na cara de Roger e do sempre boçal Peter. Só consigo pensar "bem feito!" e torcer para Ken terminar essa série feliz, fazendo o que gosta, mesmo que não se torne um grande escritor. Já é muito mais do que Peter e Roger, além de Don tentaram fazer.
Mad Men retorna afinada sabendo que são seus últimos dias. Matthew Weiner cuida bem demais de sua obra-prima e não vai decepcionar. Cada episódio daqui por diante é uma peça do quebra-cabeças que vai concluir a jornada de Don Draper, de sua família e do pessoal da agência. Triste, mas ansioso por cada episódio que vier, pois sei que a série vai fechar muito bem o que começou lá na primeira temporada.
Considerações Finais
- Que bigode é esse, Roger??
- Que bigode é esse, Ted?? Viva os anos 1970 hahaha
- Queria Don com bigode também.
Só que quem mais me agradou neste episódio, e por isso deixei para o final, foi Ken. Ele foi sempre esmagado nessa agência, tanto por Roger quanto por Peter. Como a mulher dele bem disse, ele perdeu um olho pelo seu trabalho, um trabalho que nunca gostou de fazer. Lembro quando Roger desprezou o fato de Ken ser escritor somente porque o próprio Roger nunca achou nada para fazer na vida. É Ken quem despeja em Don que trabalhar naquela agência não o faz feliz. Não faz nenhum dos dois feliz. Contudo, o fato de ele se tornar cliente é, além de muito engraçado, um soco na cara de Roger e do sempre boçal Peter. Só consigo pensar "bem feito!" e torcer para Ken terminar essa série feliz, fazendo o que gosta, mesmo que não se torne um grande escritor. Já é muito mais do que Peter e Roger, além de Don tentaram fazer.
Mad Men retorna afinada sabendo que são seus últimos dias. Matthew Weiner cuida bem demais de sua obra-prima e não vai decepcionar. Cada episódio daqui por diante é uma peça do quebra-cabeças que vai concluir a jornada de Don Draper, de sua família e do pessoal da agência. Triste, mas ansioso por cada episódio que vier, pois sei que a série vai fechar muito bem o que começou lá na primeira temporada.
Considerações Finais
- Que bigode é esse, Roger??
- Que bigode é esse, Ted?? Viva os anos 1970 hahaha
- Queria Don com bigode também.