[Crítica] Caminhos da Floresta

Quando surgiu a notícia que o musical Caminhos da Floresta seria adaptado pela Disney com direção de Rob Marshall, que ficou conhecido por Chicago, (vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2003) e elenco estelar com direito a Meryl Streep e Johnny Depp entre eles, rapidamente criou-se uma grande expectativa sobre o longa, seja por parte dos fãs da peça original ou por aqueles que gostam de um bom musical. 

Bem como na peça, somos apresentados ao padeiro e sua mulher (James Corden e Emily Blunt) que vivem em um vilarejo onde se encontram vários personagens famosos dos contos de fadas, como Chapeuzinho Vermelho (Lila Crawford) e Cinderela (Anna Kendrick). Um dia, eles recebem a visita da Bruxa (Meryl Streep), sua vizinha. Ela avisa que lançou um feitiço sobre o casal para que não tenham filhos, como castigo por algo feito pelo pai do padeiro, décadas atrás. Ao mesmo tempo, a Bruxa avisa que o feitiço pode ser desfeito caso eles lhe tragam quatro objetos: um capuz vermelho como sangue, cabelo amarelo como espiga de milho, um sapato dourado como ouro e uma vaca branca como o leite. Eles têm apenas três noites para encontrar tudo, caso contrário o feitiço será eterno. 

Entre alguns dos problemas da projeção, posso destacar a excessiva vontade de Marshall em fazer teatro na tela grande, o que muitas vezes não funciona; e mesmo com um prazo para os eventos acontecerem, não há um sentimento de urgência. Além disso, o longa é bastante irregular e acaba sofrendo bastante ao longo de seus 124 minutos. Existem também alguns números musicais que beiram a vergonha alheia, vide "Agony" interpretada pelo Príncipe Encantado (Chris Pine) e seu irmão (Billy Magnussen). Alguns poderão até gostar da cena e achar divertida pela galhofa, mas esse que vos escreve teve vontade de enfiar a cabeça debaixo da poltrona e realmente "ficou em agonia".

Mas nem tudo são críticas, afinal, existem coisas boas em Caminhos da Floresta e a melhor delas atende pelo nome de Meryl Streep. Ela rouba a cena em suas aparições e, mesmo debaixo da maquiagem, consegue transitar bem entre as nuances de sua personagem e ainda tem um belo número cantando para Rapunzel. Ainda posso destacar a canção inicial "Prologue: Into the Woods (I Wish...)", que apresenta de maneira divertida os personagens da história. Vale destacar também a bela voz de Emily Blunt e a cena em que Cinderela canta nas escadarias do palácio.

Com uma boa ideia e diversos problemas na sua execução, Caminhos da Floresta diverte em alguns momentos, mas falha como conto de fadas/musical live-action, coisa que a Disney provou saber fazer em Encantada.