[Review] Gotham 1x01/02 - Pilot/Selina Kyle
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Gotham era, para
mim, a série mais esperada dessa fall season. A ideia de ver a cidade do Batman
enquanto o herói ainda não existia parecia muito boa, mas o resultado final
acabou deixando um pouco a desejar.
Durante todo o primeiro episódio fomos apresentados a uma enorme quantidade de
personagens famosos das histórias em quadrinhos. Ou melhor, as versões mais
novas delas. E isso foi, sem dúvida nenhuma, um dos acertos do episódio.
Compreendo quem acha que criar essa ideia de que todos já se conheciam ou
tiveram ligações em algum momento pode ficar meio forçado, mas se isso vai
acontecer mesmo teremos que esperar o resto da temporada para descobrir porque,
até aqui, isso ainda soa como uma maneira interessante de introduzir os
personagens que tanto já apareceram em outras mídias.
Ainda falando sobre o que teve de bom é preciso citar a cena em que os pais do
Bruce são assassinados. Ela ficou fantástica em todos os aspectos,
especialmente na atuação do jovem Bruce (David
Mazouz), que quase tirou uma lágrima de mim no seu momento de desespero. O
jovem ator está fantástico no papel e com certeza vai ser peça importante para
o sucesso da produção. Aliás, falando em boas atuações, a série está cheia
delas: os detetives Bullock e Gordon ( Donal
Logue e Ben McKenzie, respectivamente) são a
melhor parte do aspecto policial da série. Admito não ter gostado muito da
forma como o jovem Gordon foi retratado, acho que uma aproximação diferente
teria um resultado melhor, mas o ator conseguiu convencer.
Outros que merecem destaque são Pinguim e a Fish Mooney. Fish, que é uma personagem original da série, é simplesmente genial. Bem construída e interpretada, a personagem precisa aparecer mais vezes (e o segundo episódio mostrou que isso realmente vai acontecer). Já o Pinguim teve uma representação digna de sua importância para as histórias de Gotham: o personagem está fantástico, e a interpretação ajudou muito nisso. Com certeza ele será um dos pontos altos da série.
Outros que merecem destaque são Pinguim e a Fish Mooney. Fish, que é uma personagem original da série, é simplesmente genial. Bem construída e interpretada, a personagem precisa aparecer mais vezes (e o segundo episódio mostrou que isso realmente vai acontecer). Já o Pinguim teve uma representação digna de sua importância para as histórias de Gotham: o personagem está fantástico, e a interpretação ajudou muito nisso. Com certeza ele será um dos pontos altos da série.
Agora vamos falar da parte ruim. As personagens são ótimas,
os atores e atrizes também, mas a série em si não é interessante. Ao analisarmos os
dois primeiros episódios, o que ficou claro pra mim é que Gotham errou tentando acertar. Tantas personagens incríveis que o
foco na história foi perdido. Se tratando de séries, especialmente dramas, é
difícil fazer esse equilíbrio entre a trama e o uso dos personagens dentro
dela. O mais comum é que alguns personagens não sejam bem explorados para que o
episódio se desenvolva, mas Gotham faz o contrário. Tentando tirar o máximo do
tempo de tela das personagens, a história em si acabou ficando comprometida.
Esse problema pode ser visto nos dois primeiros episódios, mas foi no piloto
que isso foi mais grave: o ritmo ficou estranho, a história se desenrolou muito
rapidamente e, com isso, o aspecto policial da série acabou ficando extremamente
sem graça. Essa mudança pode ter sido proposital, alterar o ritmo para se
diferenciar dos outros tantos procedurais, mas se essa foi a intenção então
faltou habilidade na execução.
Como resultado eu fui assistir o segundo episódio sem nem
mesmo um décimo da expectativa que tinha para o piloto, e acabei tendo a
surpresa inversa: apesar de não ter sido excelente de maneira alguma, o segundo
episódio reduziu o número de erros quando comparado ao primeiro, e conseguiu
entregar um caso muito mais interessante de assistir. Tudo bem que a qualidade
de algumas personagens específicas teve mais a ver com isso do que a história,
mas não deixa de ser um saldo positivo.
A história sobre os sequestros de crianças e adolescentes de
rua foi muito mais interessante - e bem feita - do que a investigação do
homicídio dos Wayne, e isso é inegável. O excesso de personagens e de suas
aparições não ligadas à trama acabou fazendo com que tudo fosse fácil demais
novamente, mas dessa vez o dano à trama principal foi menor e as outras cenas
mais interessantes. É verdade que esses momentos não ligados aos casos muito
provavelmente vão se juntar para formar o enredo da reta final da temporada,
mas por enquanto é preciso tomar cuidado para que isso fique bem balanceando,
se não é possível que peguem uma trama tão interessante, ou até mais, do que
essa e a desperdicem.
O destaque, sem dúvida, foi Selina (ou Cat). A jovem ladra
de Gotham foi peça chave do segundo episódio e com certeza o ponto alto dele.
Somando mais um ponto positivo para o já ótimo elenco da série, a jovem atriz
conseguiu ser bem convincente como a versão mais jovem da Mulher Gato. Aliás,
ela é provavelmente uma das melhores adaptações dos quadrinhos
até aqui. Tudo o que se esperaria na Selina Kyle original foi colocado na jovem
Cat, e Camrem Bicondova conseguiu dar
vida à maior ladra de Gotham de uma maneira que destruiu Halle Berry muito
convincente.
Caso essa review fosse apenas do primeiro episódio, eu diria
que Gotham desperdiçou seu enorme
potencial, mas depois de ver como a(s) história(s) e os personagens são
tratados e, principalmente, de ver que é possível corrigir ou diminuir os erros
do piloto, eu posso dizer que a série conseguiu cumprir sua premissa. Se vai ser
algo fantástico ou se vai ser cancelada ainda não sabemos, mas a série tem
muitos pontos positivos e até o momento as falhas apresentadas, por mais que
desanimem, estão longe de ser o bastante para ignorar esse incrível universo
que é a cidade de Gotham.