[Crítica] A Culpa é das Estrelas
Okay?
https://siteloggado.blogspot.com/2014/06/critica-culpa-e-das-estrelas.html
Okay?
Há algum tempo, quando o fenômeno John Green explodiu por meio de A Culpa é das Estrelas - um dos livros mais vendidos de sua época -, ficou clara a especulação por uma versão cinematográfica da obra. Como de costume, pouco tempo depois as informações foram confirmadas, e chegamos aqui a uma das adaptações mais esperadas por seu público. E, meus caros, que bela adaptação.
Com um roteiro - fiel e bem construído - assinado por Scott Neustadter e Michael H. Weber (ambos de 500 Dias com Ela), e supervisionado pelo próprio Green, o longa acompanha a história de Hazel Grace Lancaster (Shailene Woodley), uma jovem que desde cedo luta contra o câncer, que rapidamente passou a fazer parte da sua rotina e do seu estilo de vida. Cética e realista de modo extremo, Hazel conhece o galanteador Augustus Waters (Ansel Elgort) - ou simplesmente Gus - que, também marcado pela doença, entra em sua vida para torná-la inesquecível.
Apesar do receio de o longa soar previsível para aqueles que possuíam conhecimento prévio sobre a obra através da leitura, A Culpa é das Estrelas faz exatamente o contrário. Usando justamente a previsibilidade a seu favor, a direção de Josh Boone se mostra extremamente eficiente ao que o filme se propõe. Com cortes e planos utilizados magistralmente, o diretor consegue criar a atmosfera perfeita para o espectador, que reflete a todo instante aquilo que a obra pretende nos passar. Numa montagem também eficaz, somos rapidamente apresentados aos nossos protagonistas, e em instantes já nos encontramos submersos em um só universo sem o mínimo de esforço: o do filme. Alegria, amor, dor, sofrimento, solidão, medo, esquecimento... tudo isso retratado da forma mais orgânica e real possível.
E se falamos de um clima orgânico e encantadoramente propício, grande parte disto se deve ao seu elenco. Se a escalação de Shailene Woodley e Ansel Elgort como protagonistas causou um certo desconforto logo quando anunciada, gerando dúvidas e críticas, sinto desapontá-los, mas a interação de Hazel e Gus em cena é simplesmente hipnotizante e responsável por sequências lindíssimas. A excelente atuação de Shailene trouxe para a tela a essência exata que Hazel precisava para ser retratada: cética, porém esperançosa; desapegada, ainda que isso não fosse completamente verdade; e claro, o mais belo exemplar de doçura e ingenuidade. Elgort não fica para trás quando dá a seu Gus a força, o jeito cortês e inocente e o carisma inegável mostrado ao longo de seu tempo em tela.
Para um time de protagonistas que fez jus a seus personagens, os demais membros do elenco também não poderiam decepcionar. E não o fizeram. Isaac, melhor amigo de Gus e interpretado pelo simpático Nat Wolff (Ligados pelo Amor), dá ao filme um tom sarcástico e quase mórbido, garantindo cenas inesquecivelmente divertidas. Laura Dern (da série Enlightened) e sua Frannie, mãe de Hazel, se tornaram alguns dos pontos mais bonitos do filme. É impossível não se emocionar a cada conversa ou abraço trocado entre Frannie e Hazel; a dor e a alegria fielmente retratadas na tela do cinema. Destaque também para Willem Dafoe (Ninfomaníaca), que interpretou com tanto rancor e tristeza o escritor Peter Van Houten.
Outro item que também se destaca em meio a tantas qualidades é a fotografia. Com cores vivas e alegres, todo o filme passa a quem assiste a sensação de beleza e vida, além da vontade dos personagens em viver seus pequenos infinitos dentro das escassas possibilidades restantes. As cenas em Amsterdã são um show a parte, e eu o desafio a não querer sair do cinema com uma passagem de ida - sem volta - para aquele lugar tão deslumbrante. Se você é fã da boa música, também ficará encantado com a trilha sonora, perfeitamente utilizada.
Promessa cumprida neste ano de 2014, A Culpa é das Estrelas chega para agradar os mais diversos públicos. Se entrelaçando em um tema pesado como o câncer, o filme trata com leveza a trajetória de seus personagens, nos fazendo acreditar, a cada nova cena, o quanto viver ao lado de quem se ama é mais importante que qualquer outra coisa, independente da condição em que nos encontramos. Sem dúvidas, um filme para ser visto e revisto.
Apesar do receio de o longa soar previsível para aqueles que possuíam conhecimento prévio sobre a obra através da leitura, A Culpa é das Estrelas faz exatamente o contrário. Usando justamente a previsibilidade a seu favor, a direção de Josh Boone se mostra extremamente eficiente ao que o filme se propõe. Com cortes e planos utilizados magistralmente, o diretor consegue criar a atmosfera perfeita para o espectador, que reflete a todo instante aquilo que a obra pretende nos passar. Numa montagem também eficaz, somos rapidamente apresentados aos nossos protagonistas, e em instantes já nos encontramos submersos em um só universo sem o mínimo de esforço: o do filme. Alegria, amor, dor, sofrimento, solidão, medo, esquecimento... tudo isso retratado da forma mais orgânica e real possível.
E se falamos de um clima orgânico e encantadoramente propício, grande parte disto se deve ao seu elenco. Se a escalação de Shailene Woodley e Ansel Elgort como protagonistas causou um certo desconforto logo quando anunciada, gerando dúvidas e críticas, sinto desapontá-los, mas a interação de Hazel e Gus em cena é simplesmente hipnotizante e responsável por sequências lindíssimas. A excelente atuação de Shailene trouxe para a tela a essência exata que Hazel precisava para ser retratada: cética, porém esperançosa; desapegada, ainda que isso não fosse completamente verdade; e claro, o mais belo exemplar de doçura e ingenuidade. Elgort não fica para trás quando dá a seu Gus a força, o jeito cortês e inocente e o carisma inegável mostrado ao longo de seu tempo em tela.
Para um time de protagonistas que fez jus a seus personagens, os demais membros do elenco também não poderiam decepcionar. E não o fizeram. Isaac, melhor amigo de Gus e interpretado pelo simpático Nat Wolff (Ligados pelo Amor), dá ao filme um tom sarcástico e quase mórbido, garantindo cenas inesquecivelmente divertidas. Laura Dern (da série Enlightened) e sua Frannie, mãe de Hazel, se tornaram alguns dos pontos mais bonitos do filme. É impossível não se emocionar a cada conversa ou abraço trocado entre Frannie e Hazel; a dor e a alegria fielmente retratadas na tela do cinema. Destaque também para Willem Dafoe (Ninfomaníaca), que interpretou com tanto rancor e tristeza o escritor Peter Van Houten.
Outro item que também se destaca em meio a tantas qualidades é a fotografia. Com cores vivas e alegres, todo o filme passa a quem assiste a sensação de beleza e vida, além da vontade dos personagens em viver seus pequenos infinitos dentro das escassas possibilidades restantes. As cenas em Amsterdã são um show a parte, e eu o desafio a não querer sair do cinema com uma passagem de ida - sem volta - para aquele lugar tão deslumbrante. Se você é fã da boa música, também ficará encantado com a trilha sonora, perfeitamente utilizada.
Promessa cumprida neste ano de 2014, A Culpa é das Estrelas chega para agradar os mais diversos públicos. Se entrelaçando em um tema pesado como o câncer, o filme trata com leveza a trajetória de seus personagens, nos fazendo acreditar, a cada nova cena, o quanto viver ao lado de quem se ama é mais importante que qualquer outra coisa, independente da condição em que nos encontramos. Sem dúvidas, um filme para ser visto e revisto.