[Review] Glee 5x09/10/11 - Frenemies/Trio/City of Angels
Um feijão com arroz requentado, porém com gosto de quero mais.
https://siteloggado.blogspot.com/2014/03/review-glee-5x091011-frenemiestriocity.html
Estamos bem perto do que eu venho chamando de
primeira series finale de Glee e já assumi estar bastante
satisfeito com os rumos que a série tomou em 2014. Aos poucos, os personagens
secundários que não fazem parte do plano final de Ryan Murphy para sexta e última temporada, foram sendo apagados e o
que vai ficando de verdade é o que sempre fez a diferença na série, ou seja, os
integrantes do Glee Club original. Frenemies e Trio tem mais da metade das suas horas destinadas ao embate entre
Rachel e Santana – um duelo bastante anunciado nos últimos meses e que trouxe
um novo ar para série –, já City of
Angels é o prelúdio do derradeiro capítulo do New Directions em Lima que, mesmo oferecendo uma das Nacionais mais fracas da história de Glee, ainda consegue utilizar do fator
emoção e saudosismo para nos deixar com um sorriso no rosto.
Existe uma mítica competição nos
bastidores de qualquer musical quando se fala do protagonista e do seu
substituto. Frenemies é genial justo
ao conseguir evocar esse clima – utilizado a exaustão por séries do gênero como
a finada Smash – inserindo ele no
contexto da própria Glee. Eu falo
isso porque chega a ser surpreendente o fato de algo tão cliché resultar num
comovente estudo de personagem (sim, Glee
também pode ser PNC). Santana e as amigas fizeram da vida de Rachel um verdadeiro
inferno no colegial, logo a jovem estrela entra em desespero só de cogitar
estar sob a sombra da sua antiga bully
no ambiente de certa forma sagrado para ela. Eu pensei que eu não conseguiria
escolher um lado, pois gosto bastante das duas, mas quando Santana entra no
auditório cantando o solo clássico de Rachel e copiando até os trejeitos dela,
eu percebi quem era a canalha da vez.
A escolha de um tom mais sério
para ressaltar a briga das “amigas” foi outra decisão acertada. Claro, é
exagero Rachel achar que Don't Rain on My
Parade é patente dela, mas há nas ações de Santana uma vontade de afrontar
a colega de quarto, pois ela sabe que na Broadway Rachel vai conseguir ser a
estrela que sempre sonhou. Não, Santana não é ruim, porém ela sempre foi fria e
sempre colocou qualquer que fosse a sua vontade na frente da dos outros. E
aqui ela pode recuperar um pouco do status
de bitch que perdeu desde que foi
para o mundo fora do McKinley. Nisto tudo, eu confesso que a merecida tapa dada
por Rachel foi uma das sequências mais dolorosas e impactantes de Glee, assim como cada uma das cenas de
briga até o fim do episódio.
No McKinley, o conceito de
amigos/rivais foi tão capenga que eu não queria nem me dar ao trabalho de
comentar. Desculpa quem é fã de Tina, mas não existiu um momento na série que
eu simpatizasse com a personagem. Acho a atriz Jenna Ushkowitz bem antipática e isso só aumenta o meu desprezo
para com os plots de Tina. Fiquei
feliz por Artie estar lá e dizer na cara dela todas as verdades possíveis e
teria comemorado ainda mais se não tivessem dado um espaço desnecessário para
ela no episódio Trio. Sorte nossa que
o McKinley ainda tem Sue Sylvester para fazer piadas inspiradas com as
incongruências e exageros da série, portanto, eu sempre comemoro a tirada
genial da vez.
O deboche utilizado em Trio para trazer, por exemplo, o sonho
de Will em ser pai, me divertiu mais do que todos os choros dramáticos de Tina ao constatar que o fim do colegial está se aproximando. É bem avulso Emma
voltar só para protagonizar um plot
de rapidinha no banheiro com Will, mas eu fiquei sorridente com a versão do
casal para a clássica Danny's Song. Dando
a César o que é de César, pelo menos Don't
You (Forget About Me) cantada nos corredores do McKinley – numa merecida
homenagem ao indispensável Clube dos
Cinco – por Sam, Tina e Blaine, me agradou mais do que eu achei que fosse
agradar.
Como nada em Glee é levado a sério por muito tempo, a disputa Rachel/Santana assume um tom pastelão e eu fiquei feliz, pois não gosto da série com clima
sombrio. Excelente o dueto de Rachel com Elliott, assim como a versão de Gloria cantada no Spotlight Diner pelos
dois e Santana. Por falar em Elliott, o personagem do Adam Lambert consegue fazer a diferença em Nova York e confesso que
desde a aproximação dele com Kurt em Frenemies,
eu desisti ainda mais facilmente da ideia de Blaine migrar para Big Apple.
Nacionais em Glee sempre trazem eventos clássicos, histórias bacanas e uma vez
ou outra músicas que dão vontade de ficar ouvindo repetidamente. No caso de City of Angels, fica difícil algo assim
acontecer, já que, convenhamos, o New Directions não é mais o mesmo. Na minha
concepção, há uma constatação geral de que o coral, o McKinley e tudo o que
envolva Lima, tem de ter um fim merecido quando o cansaço gera má vontade na
maioria dos expectadores em comprar as ideias pretendidas, por exemplo, com a
construção de mais uma homenagem a Finn. Eu gostei muito do episódio, me
emocionei na apresentação do New Directions, fiquei com um nó na garganta em
todas as cenas com a Carol, porém a sensação de que faltava algo mais permeou
todos os quarenta minutos que deveriam ser marcantes.
A fala de Sue no final do
episódio mostra que o fim do coral no McKinley não foi algo planejado de
última hora e pasmem, foi estabelecido da forma mais crível e sincera possível.
Existe uma marca a ser comemorada nos dois episódios que virão a partir de
agora, e nós gleeks sabemos que ela
merece toda a pompa saudosista que conseguirmos angariar. São 100
episódios e o fim de uma era. E aí, ansiosos?