[Review] The Walking Dead 4x01 - 30 Days Without an Accident
De volta ao zero.
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De volta ao zero.
E The Walking Dead está de volta. Não falo isso como uma comemoração, é mais como um lamento. Não tenho expectativas, não tinha ansiedade pelo retorno e muito menos estou empolgado para mais uma temporada de sonecas, diálogos arrastadíssimos e poucas cenas realmente dignas. Por que eu ainda assisto? Porque é uma série sobre zumbis, e isso eu não consigo largar... Talvez por simplesmente não esperar absolutamente nada desse retorno é que fui surpreendido positivamente.
The Walking Dead retorna trazendo todos os clichês e marcas da série, incluindo o Rick chorão.
Com a fusão da prisão com Woodbury, somos apresentados a novos personagens que –
como já era esperado – não durariam. Não senti carisma por Patrick e por Zack,
apesar do segundo ter me cativado um pouquinho mais. Agora com mais pessoas, a
cadeia foi transformada em um verdadeiro e seguro lar. Plantações, criações de
animais, biblioteca, como “professora das crianças”, tudo isso para enfrentar o
apocalipse que o mundo se tornou. A cena de Carol ensinando secretamente as
criancinhas a como usarem facas foi fantástica, e o medo de Carol de que Carl
pudesse contar para Rick mostra que apesar de não parecer, os habitantes da
cadeia ainda vivem sob a não democracia de Rick Grimes.
O ponto alto do episódio, que de fato me prendeu, foi
estranhamente o arco mais lento dessa première: o de Rick. Desde que a mulher
caiu em frente a ele já fiquei intrigado de uma humana parecer muito com um
walker. Aquilo me prendeu e me surpreendeu positivamente pela maneira como
algo tão grotesco e cruel foi trabalhado na série. Desde o episódio piloto
sabemos que é uma série sobre o comportamento das pessoas, mas ver aquilo
refletido na loucura de uma mãe que viu seu filho se transformar em um zumbi
foi uma jogada ousada dos produtores e que deu muito certo. É disso que a série
precisa, sair da zona de conforto e se aventurar mais na psicologia humana.
Outro momento que se encaixa nessa perspectiva é a cena entre Daryl e Beth na
cela, onde ela diz que não chora mais por ninguém...
Paralelo a tudo isso, a cena do mercado foi bizarramente
encantadora. Quem diria que zumbis caindo do telhado trariam uma cena de ação
tão envolvente? A sequência foi fantástica, cheia de tiros, flechas, cabeçadas,
e não poderia terminar sem uma morte: Zack foi a perda menos significativa da
série, mas acredito que se tivesse durado mais tempo, poderia se tornar um
personagem agradável.
A cena final foi um ganho clichê, mas que pode se
desenvolver em uma trama interessante para o quarto ano da série se for bem
trabalhada. Passando mal o dia todo, Patrick vai tomar uma ducha noturna e
acaba caindo morto e se transformando num walker ali, dentro do espaço público
da prisão. A questão que fica é como ocorreu a contaminação dele, já que ele morreu do mais absoluto nada.
The Walking Dead trouxe uma première bastante interessante,
que reacendeu a chama há tempos perdida para essa série. Agora seguindo um rumo
completamente diferente da HQ, acredito que a série será mais atrativa para
mim, porque não sei mais o que esperar. Que a série melhore daqui para a frente,
ou mantenha o nível desse retorno, que talvez consiga me prender por mais um
bom tempo.