[Review] The Walking Dead 3x15 - This Sorrowful Life
Quanto pesa um monstro?
https://siteloggado.blogspot.com/2013/03/review-walking-dead-3x15-this-sorrowful.html
Não
vou dizer que The Walking Dead acertou
em tudo desde que voltou do hiatus,
mas uma coisa dá para se ter noção: o novo showrunner, Scott M. Gimple, sabe o material que
tem em mãos e mais uma vez nos entrega um episódio que mistura ação com o
desenvolvimento dos personagens, de uma forma no mínimo surpreendente. Se
Michonne já havia ganhado sua dose de humanização, foi a vez de Merle ter
espaço para mostrar que poderia ir além da figura porca e sem sentimentos que
sempre aparentou ser.
Dosando bem os momentos de
tensão com diálogos mais ágeis que o normal, o episódio fugiu do estigma de
preparação que se espera de uma hora pré-finale,
e botou o impasse de Rick sobre cumprir ou não o trato com o Governador em
segundo plano, já que o que nos interessava mesmo era a ácida relação entre
Michonne e Merle construída desde o primeiro encontro dos dois. Nesse meio
tempo, Daryl também teve a chance de mostrar ao irmão mais velho que Merle
também poderia ter o que ele conseguiu naquele grupo.
Por mais que os integrantes da
Ricktatorship tenham tido um
simbólico tempo de tela, como a decisão de Glenn em firmar relação com Maggie
(a cena do anel foi gratuita, mas a gente releva) ou mesmo Rick dialogando com
seus próprios demônios, foi o pequeno momento entre Carol e Merle que
significou mais para mim, e só somou a despedida esperada desde a conversa
final dele com o irmão.
A viagem de Merle e Michonne
foi o que mais teve significância na redenção do personagem. Eu suspeito que os
produtores mantenham Michonne calada porque sempre planejam para ela as
melhores frases e piadas. Ver a samurai sorrindo e aos poucos sentindo o peso
da decisão de Merle foi sensacional. Depois do ataque dos walkers no motel, ela diz na cara dele que notou o quão difícil
está sendo para Merle limpar algo que vai afastá-lo ainda mais do irmão, e
nesse jogo Michonne o compara sutilmente com o Governador e suas decisões. A
metáfora sobre o peso do mal também me fez admirar o cuidado (crescente) com os
diálogos, que antes eram o ponto mais fraco da série.
Para ser sincero, eu não
esperaria uma despedida menos marcante. Sendo um dos personagens mais icônicos
até aqui, Merle angariou fãs e haters,
sem nunca perder a pose que demonstrou desde o começo de The Walking Dead. O ataque surpresa no ponto de entrega foi
inteligente, mas temos que contar o fato dele estar sozinho. Morrer nas mãos do
novo símbolo do mal na série soou mais do que justo, assim como ter o fim
definitivo pelo único que importava para ele. Meu coração se partiu com a
reação de Daryl no final, porém é essa emoção cortante que eu espero da série.
Temos que torcer por uma finale que
ao menos faça jus a primeira boa temporada do show que sempre ficou na
promessa.
P.S.: Greg Nicotero e o
dom de dirigir episódios com mortes importantes.