[Critica] Oscar 2013: Lincoln
Um filme feito para ganhar o Oscar.
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Um filme feito para ganhar o Oscar.
Líder de indicações ao Oscar deste ano, Lincoln é um retrato de um dos mais famosos presidentes da história dos EUA. Com direção de Steven Spielberg e protagonizado por Daniel Day-Lewis, o filme vem para se tornar uma obra definitiva sobre a vida do homem
que aboliu a escravidão em seu país e encerrou uma das mais famosas
guerras civis já relatadas.
O
filme retrata os anos finais da Guerra de Secessão (1861-1865), quando
Lincoln liderava o norte do país na guerra contra os estados do sul. Mas
essa não é a questão central do roteiro. O foco aqui é na votação no Congresso Americano para uma ementa que determine a abolição da
escrevidão no país, e os esforços do presidente para que ela seja
aprovada. E é nesse jogo político extremamente complicado que a história
se desenvolve nas duas horas seguintes.
Com um tema desse porte, é totalmente coerente a escolha de Steven Spielberg
para a direção. O premiado diretor não vem com seu melhor trabalho, mas
realiza uma direção competente, que soube explorar bem o
roteiro e as magníficas atuações do elenco. É clara a intenção de exaltar a figura de Lincoln em quase todas as cenas em que ele aparece. Com a inquestionável perfeição na atuação de Daniel Day-Lewis, a mensagem de que Lincoln foi um dos grandes líderes da História Americana fica facilmente compreensível.
Apesar de Day-Lewis ser o grande destaque, Lincoln conta com outras fortes atuações. Tommy Lee Jones apresenta uma performance excelente com seu Thaddeus Stevens, um dos deputados que mais brigou pela abolição. Além de Sally Field, que faz a esposa de Lincoln, Mary Tood. Não é inesperado que os três estejam concorrendo ao Oscar. As atuações corresponderam bem ao excelente roteiro.
O texto de Tony Kusner é extremamente bem escrito e trabalhado para mostrar a visão dele de Lincoln. É inegável que o filme apresenta Lincoln
como um homem a frente de seu tempo, e mais preocupado com direitos
humanos do que com questões politicas. Uma versão politicamente correta
que exalta o patriotismo americano. Tudo que a Academia gosta. Quem
terminar de ver o filme, repito, sairá com a ideia de que Lincoln foi um dos
maiores e mais inspiradores líderes da humanidade. Se essa era a
mensagem que Kushner queria passar, conseguiu. Se a história de fato é assim, essa é outra questão que não será abordada aqui.
Quanto as questões técnicas, Lincoln
não fica devendo também. Apresenta uma boa fotografia e excelente arte.
A trilha sonora não é marcante, mas aparece nos momentos certos e mais
importantes do filme. A edição também não comete erros graves, porém a
narrativa é lenta na primeira hora, o que pode desagradar o público. Entretanto o filme consegue fazer o espectador se interessar pela
história contada e mantém um bom ritmo. Lincoln, porém, não evitou se livrar de alguns defeitos, como um final prolongado demais
(erro que muitos filmes do Oscar estão cometendo esse ano). Spielberg
poderia ter encerrado a história com alguns minutos a menos. Por sorte
isso não tira o mérito dessa grande produção.
Lincoln
é um dos grandes favoritos ao Oscar de Melhor Filme e deve levar o
prêmio. Uma história emocionante e inspiradora, com uma das melhores
atuações dos últimos tempos. Um filme feito sob medida para a Academia. A questão é se a premiação manterá seu conservadorismo, ou tentará surpreender.