[Crítica] Oscar 2013: Indomável Sonhadora (Beasts of the Southern Wild)
Abordando importantes questões, Indomável Sonhadora transmite sua simpatia.
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Abordando importantes questões, Indomável Sonhadora transmite sua simpatia.
Com quatro indicações nesta edição do Oscar, Indomável Sonhadora traz a história de um vilarejo ilhado e completamente isolado do resto da sociedade e do mundo, e sobre sua população, que intencionalmente opta por viver no local, já que prefere ficar longe do capitalismo e consumismo urbanos e viver com uma qualidade mais natural de vida, e eis neste ponto a importante questão social do filme, que abordará de forma muito interessante esta questão.
Além destas questões, o roteiro do longa foca na relação entre um pai e uma filha, Wink e Hushpuppy (Henry e Wallis), e o desenvolvimento desta durante o período. Wink aparentemente cria a filha para que esta seja como um garoto, e ao mesmo tempo que a relação entre ambos parece ser muito afetuosa, em outros a garota parece sentir falta da mãe, ao passo que o pai vai a ensinando as questões humanas e sociais que a garota seguirá ao viver na ilha.
Quando uma catástrofe atinge o local, o pai e a filha passam a se esconder numa área em ainda maiores dificuldades, em que a relação entre a garota e Wink ganhará ainda mais proximidade, quando descobrimos os problemas de saúde do homem que o fazem constantemente preparar a garota para sua partida, e é interessante como o filme opta por manter os problemas de que ele sofre como um enigma até o seu clímax.
Embora saiba inserir de forma inteligente estas questões sociais e ambientais dentro do enredo do longa, seu desenvolvimento da trama principal que envolve o pai e a garota se mostra extremamente irregular, especialmente na construção de seus personagens, que demonstram expositivamente esta irregularidade.
A própria relação entre os dois, como o fato de em certos pontos eles aparentarem uma relação de extrema proximidade e em outras demonstrar um relacionamento frio, e enquanto opta por demonstrar com realismo a miséria vivida na região, mas por outras vezes construir a ambientação e construção de cenas completamente implausíveis, acaba sendo o ponto mais problemático do filme.
Após a construção de dois atos desta forma irregular, em seu terceiro ato toma um rumo que leva às sensíveis e simbólicas conclusões do filme, que após uma interessante jornada que comprova a evolução da personagem de Hushpuppy, insere uma cena de grande força dramática em que a garota encara javalis sob a visão orgulhosa de seu pai, a sensibilidade presente neste terceiro ato insere o seu verdadeiro ponto forte, em que podemos concluir o modo carismático como o filme se desenvolveu, mesmo falhando em quesitos importantes que o tornam uma experiência cinematográfica que não se faz marcante.
Contando com uma eficiente trilha sonora na condução de cenas dramáticas, é uma pena que a direção de Benh Zeitlin prefira conduzir Indomável Sonhadora de uma forma extremamente monótona dentro deste sub-gênero como se considera formado com os indies.
Enfrente seus medos, desenvolva seus personagens.