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Crítica | Rogue One - Uma História Star Wars


Quando a Disney comprou a Lucasfilm, em 2012, e Star Wars ganhou vida nova no cinema, muitos se perguntaram se a quantidade excessiva de filmes programados teriam a qualidade que a série merece. A experiência com os prequels já não tinha sido a ideal para muitos fãs e um clima de incerteza, mas de muita expectativa, era gerado. Com o lançamento, um ano atrás, de O Despertar da Força, que se tornou a maior bilheteria em solo americano, não só os fãs mas muitas pessoas tiveram certeza de que Star Wars voltava com todo seu potencial em um filme que conseguiu equilibrar nostalgia com algo novo, algo para o século XXI.

Pois bem, passada a euforia com o Episódio VII, era a vez do primeiro spin-off da saga ganhar a atenção, e os olhos dos fãs se voltaram para Rogue One, que tem como premissa contar a história dos espiões que roubaram dados decisivos para que Luke Skywalker pudesse destruir a Estrela da Morte, já no distante ano de 1977, em Uma Nova Esperança. Se era necessário contar essa história ou não, eu como fã posso dizer: sim, era. Rogue One - Uma História Star Wars não só é um filme que dá mais camadas de profundidade ao universo da franquia como arrisco dizer que é tudo o que a trilogia dos prequels deveria ter sido. Um filme para ver e se emocionar, e isso vale até para quem é marinheiro de primeira viagem.

A principal vantagem de Rogue One, se comparado com outros filmes da saga, é que ele é fechado em si mesmo, com começo, meio e fim. Isso permitiu ao diretor Gareth Edwards (Godzilla) e aos roteiristas Chris Weitz (Cinderela) e Tony Gilroy (franquia Bourne) dedicarem cada segundo de Rogue One para desenvolver bem suas personagens, sem se preocupar com deixas para filmes posteriores. Afinal, a continuação já saiu há 39 anos e se chama Star Wars - Uma Nova Esperança.

Assim somos apresentados a um grupo de pessoas que não faz parte do alto escalão do Império ou da Aliança Rebelde, nem da família mais melodramática da galáxia. Skywalkers e Jedis dão lugar a pessoas comuns, que também sofreram com as ações do Império. Nossa protagonista é Jyn Erso (Felicity Jones, de A Teoria de Tudo), filha de Galen Erso (Mads Mikkelsen, de Doutor Estranho), um dos engenheiros responsáveis pela construção da Estrela da Morte, aquela famosa estação espacial bélica que pode destruir um planeta inteiro.

A missão de Jyn é reencontrar o pai e conseguir os dados com a falha estrutural presente na Estrela da Morte. Para isso, ela contará com uma equipe que não deve em nada ao trio Luke, Leia e Han, como o membro da Aliança Rebelde, Cassian Andor (Diego Luna), a dupla Chirrut Îmwe (Donnie Yen) e Baze Malbus (Wen Jiang) e o peculiar robô K-2SO, dublado por Alan Tudyk. O elenco ainda conta com Forest Whitaker, que interpreta o extremista Saw Gerrera, e Alistair Petrie, que faz o papel do vilão Orson Krennic.

Rogue One tem um ritmo diferente de O Despertar da Força, com uma narrativa mais lenta, principalmente nos dois primeiros atos do filme, o que pode incomodar quem não é fã chegado da franquia. Para quem é, isso não chega a ser um problema, pois a quantidade de referências aos filmes anteriores (ou posteriores?) é suficiente para levar a nostalgia ao extremo. Como não se emocionar vendo Yavin 4 ou a Estrela da Morte em 3D com o que a tecnologia atual permite? Rogue One é até ambicioso nesse sentido, trazendo o Almirante Tarkin, vilão do filme de 1977, de volta.

O visual gráfico continua deslumbrante relevando novas possibilidades até então nunca vistas no universo Star Wars, e que não vou contar para não estragar a surpresa de quem ainda não assistiu. Observei que o 3D escurece muito a imagem, problema recorrente no cinema, entretanto ele é indispensável aos fãs da saga principalmente. Sequências mais claras, como uma batalha em uma praia, incomodam menos nesse sentido.

Entre outros aspectos, rever Darth Vader é um dos ápices de Rogue One. Ele está longe de ser o protagonista do filme desta vez, mas é incrível a imponência do maior vilão da história do cinema. É neste momento que percebe-se que este spin-off se torna o que os prequels jamais foram, sendo um filme original, mas sem deixar de lado a nostalgia. O filme também tem personagens que permitem muito mais empatia, fazendo o espectador entender a dificuldade da missão que eles carregam, a dificuldade da luta contra o Império, em perspectivas nunca antes mostradas. Por isso, Rogue One torna essa história muito mais profunda, mostrando a realidade de se viver o regime imperial para quem não é Jedi. E não é por não ter Jedi na história que a Força ficou de lado, ela está lá, muito viva e sendo apresentada da forma mais poética e bonita possível.

Rogue One não cumpre só sua missão de ser um bom filme Star Wars, vai além. Dá mais camadas a essa história, gera empatia e emociona. Cumpre sua missão enquanto experiência cinematográfica. Talvez quem não seja fã não vá se emocionar com as referências e nem com Darth Vader (entre outras aparições em maior e menor grau), mas vai se emocionar com Jyn e sua equipe, com a missão deles, que se baseia na esperança de um mundo (ou seria galáxia?) melhor. Chega a ser inspirador. O elenco enquanto grupo é o mais forte que já vi em um Star Wars e realmente se entrega para apresentar uma produção de qualidade. Um filme para ser visto e revisto para os velhos e novos fãs de Star Wars.

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