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Review | Once Upon a Time 6x01 - The Savior


Quando estamos assistindo qualquer coisa, o ritmo do programa é muito importante. Independente de ser mais lento ou mais rápido, muitas vezes a velocidade na qual uma trama é apresentada ajuda ou prejudica muito o seu desenvolvimento, e infelizmente o que vimos nesse retorno de OUaT foi um dos casos negativos, onde a velocidade dos acontecimentos foi prejudicial para a história. E como isso pode ficar pior? Simples, a história, para começo de conversa, já não era lá muito boa.

Tendo saído de sua pior temporada até aqui, Once Upon a Time precisava mudar muita coisa em seu retorno para fazer com que os fãs continuassem interessados. Tentar corrigir os problemas, e quem sabe apresentar alguma mudança drástica na história, por exemplo, seria um bom começo, mas nada disso aconteceu. A série vem, há algum tempo, apresentando dificuldades em encontrar um ritmo que contribuísse com sua proposta, e se The Savior serviu para alguma coisa foi para mostrar que isso ainda não mudou.

Talvez por falta de imaginação para colocar ideias novas dentro de mais uma história reciclada de tramas do passado, as partes do episódio que se passaram em Storybrooke foram tão aceleradas que muitas vezes ficaram completamente sem sentido (mesmo para os padrões da série). O mesmo vilão capaz de suportar os poderes combinados da ex-Rainha Má e da Salvadora foi derrotado menos de dez minutos depois por uma “arma” feita na feira de ciências da escola às pressas com escombros de um dirigível que, sem nenhuma explicação melhor, caiu na cidade alguns momentos antes. Talvez isso esteja nos planos de Hyde, talvez ele só não seja um vilão importante ou talvez porque os filhos dos roteiristas escreveram essa parte. De qualquer modo ele já está preso, e isso é frustrante. Mas isso cobriu apenas os primeiros 15 minutos do episódio, e antes de falar dos poucos acertos ainda tem muita a coisa a ser dita sobre os problemas.

OUaT é uma série marcada por diálogos fantásticos. Existem conversas ótimas entre alguns personagens, uma nesse mesmo episódio, mas nas últimas temporadas o oposto vem acontecendo com uma frequência preocupante. Esse episódio não só apresentou alguns diálogos sem nenhuma utilidade, como também teve alguns pontos negativos que entram para a história da série. Hyde virar para a Emma e falar que ela tem cara de presidiária depois de ficar dez segundos de frente para ela foi completamente sem sentido, e só não foi mais ridículo do que a inesquecível fala do David na temporada passada: “Você acha que eu não saberia escapar da minha própria cadeia?”.


Falando em interações complicadas, é impossível não citar Regina e Zelena. O final do episódio trouxe um cliffhanger horrível, por falta de palavra melhor, e nós podemos ter que lidar com a Zelena voltando a ser uma vilã. Não vou criticar esse momento em si, uma vez que não sabemos o que de fato vai acontecer, mas é impossível não achar isso uma péssima ideia. A temporada passada fez de tudo para forçar um relacionamento entre as irmãs, de modo que elas se aproximassem rápido o bastante para estarem morando juntas logo no começo dessa nova temporada. E a pergunta que fica é: para quê? Se elas não vão se tornar inimigas de novo, então essa discussão foi irrelevante e ocorreu e um momento impróprio, quando elas ainda deveriam estar fortalecendo sua conexão antes de colocá-la à prova. E se elas de fato vão se enfrentar novamente, qual foi o sentido de tudo aquilo que aconteceu no submundo? Não importa qual seja a resposta aqui, de qualquer modo esse desentendimento entre as irmãs veio em um péssimo momento.

Mas nem tudo foi decepcionante. Um dos casais mais complicados da história é a Belle e o Rumple, e se no começo o amor deles parecia real e interessante, depois de um tempo ficou claro que o relacionamento abusivo que eles tinham não deveria ir muito longe. The Savior foi interessante nesse sentido porque nos mostrou os dois lados dessa história. As interações entre Rumple e Belle nos sonhos dela mostraram um pouco a parte bonita do relacionamento, quando ela viu beleza por trás da fera e ele enxergou nela uma forma de ser uma pessoa melhor. Mas o melhor de tudo foi o que veio em seguida e, por mais que seja difícil de comprar a história de que aquele era o filho deles, foi interessante ver o porquê que esse casal não daria certo. Rumple já se mostrou completamente incapaz de melhorar, e insistir em um relacionamento com ele só acabaria com a vida da Belle e da criança que ela carrega. Isso foi uma forma bem interessante de mostrar o que um relacionamento abusivo pode causar, e ao mesmo tempo não entrar de cabeça em um assunto tão complicado. E se isso significar o fim definitivo do casal, então esse episódio já valeu a pena.

Mas o melhor momento ainda não foi comentado: o diálogo entre Regina e Snow. A Regina é, desde o começo, a melhor personagem da série. E apesar de ter ficado um tempo sem receber a devida atenção, parece que agora ela volta para o centro dos holofotes. A conversa que ela teve com a Mary Margaret foi provavelmente uma das mais importantes para a história da personagem. Ela mudou muito nos últimos anos e se esforçou demais para ter seu final feliz. E agora, ao invés de se resignar ao sofrimento, ela escolheu tentar reescrever sua história. Começar um novo capítulo onde o final seja feliz. Não vai ser fácil, mas era necessário, e o crescimento que a personagem mostrou nesse momento foi algo incrível.

É uma pena que momentos tão marcantes para o desenvolvimento de duas das personagens mais importantes da série tenham servido como salvação de um episódio que, no geral, foi ruim e desinteressante. O que os resta agora é esperar que todo esse desenvolvimento não só se espalhe e atinja outros personagens que tanto precisam disso, mas que também ele não seja ignorado em um futuro próximo.

Obs.: Alguém aí acredita que a vida da Emma realmente esteja em perigo? Pois é, nem eu.

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