Crítica | Cães de Guerra
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Apesar de Scarface, de Brian De
Palma, ser exaustivamente citado ao longo de Cães de Guerra, a verdadeira
referência seguida pelo diretor Todd Phillips e que transparece em cada uma de
suas sequências é Martin Scorsese. Seja através de movimentos de câmera,
enquadramentos, truques de montagem, trilha sonora eclética e até na narração
do personagem interpretado por Miles Teller, Cães de Guerra tenta emular os
filmes do diretor que nos entregou obras como Taxi Driver, Os Bons
Companheiros, Cassino e O Lobo de Wall Street.
Passando perrengue como massagista em Miami em 2005, David Packouz (Miles Teller) reencontra Efraim Diveroli (Jonah Hill) no funeral de um amigo mútuo. David nutre uma admiração por Efraim desde sempre, o que o leva a constantemente cair no papo do amigo. Certo dia, Efraim comunica a David que está precisando de ajuda com seus negócios no ramo bélico, e o jovem, com uma companheira grávida (Ana de Armas), aceita ser parceiro de Efraim nessa empreitada. À medida que os dois vão crescendo no negócio de venda de armas, os perigos também crescem para ambos. E à medida que a ganância de Efraim fala mais alto, os riscos para a vida de David também crescem em igual proporção.
Diretor egresso de comédias como Dias Incríveis, Escola de Idiotas, Um Parto de Viagem e a trilogia Se Beber, Não Case!, o cineasta Todd Phillips encontra espaço em Cães de Guerra para experimentar uma nova abordagem. O filme ainda tem um tom cômico bastante evidente e investe em situações absurdas como o personagem Efraim pegar do porta-malas de seu carro uma metralhadora para intimidar os traficantes que roubaram seu dinheiro e o humilharam, e os soldados americanos resgatando o caminhão conduzido pelos dois protagonistas que está sendo alvejado por combatentes iraquianos. Assistindo ao filme, percebemos que a melhor escolha para dirigi-lo era mesmo Phillips. No entanto, percebe-se que Phillips está dividido quanto ao tom do filme. Não sabe se faz uma comédia ou um drama, misturando sequências cômicas com momentos de tensão.
Mas isso está longe de tornar Cães de Guerra um total desastre, até porque o cineasta, além de saber contornar os problemas do filme com elegância, conta com a presença de dois dos melhores atores do momento: Miles Teller e Jonah Hill. Ator que vem marcando presença em filmes como O Maravilhoso Agora, Namoro ou Liberdade, Whiplash: Em Busca da Perfeição, além dos filmes da série Divergente, Teller realiza um ótimo trabalho ao ser a bússola moral que conduz a história, descobrindo um mundo novo no negócio de venda de armas ao mesmo tempo em que tem que lidar com suas próprias contradições por ser um pacifista. Por outro lado, Jonah Hill chama a atenção com sua presença magnética em cena. Investindo em uma composição que mescla sua atuação em O Lobo de Wall Street com uma dose de Tony Montana (o personagem surtado de Al Pacino em Scarface), Hill cria uma figura capaz de gerar um incômodo desconforto só com sua presença, revelando uma natureza imprevisível apenas com o olhar.
Contando com um final ambíguo apropriado para a história, é uma pena que a ambição desta sequência em especial não foi igualada pelo restante do filme. Contudo, Cães de Guerra é um bom e divertido estudo de personagem dentro de um grande tema que é o faturamento da indústria de armas à custa de vidas humanas. Como o filme bem mostra, para se ter sucesso neste ramo, basta colocar de lado sua consciência.
Passando perrengue como massagista em Miami em 2005, David Packouz (Miles Teller) reencontra Efraim Diveroli (Jonah Hill) no funeral de um amigo mútuo. David nutre uma admiração por Efraim desde sempre, o que o leva a constantemente cair no papo do amigo. Certo dia, Efraim comunica a David que está precisando de ajuda com seus negócios no ramo bélico, e o jovem, com uma companheira grávida (Ana de Armas), aceita ser parceiro de Efraim nessa empreitada. À medida que os dois vão crescendo no negócio de venda de armas, os perigos também crescem para ambos. E à medida que a ganância de Efraim fala mais alto, os riscos para a vida de David também crescem em igual proporção.
Diretor egresso de comédias como Dias Incríveis, Escola de Idiotas, Um Parto de Viagem e a trilogia Se Beber, Não Case!, o cineasta Todd Phillips encontra espaço em Cães de Guerra para experimentar uma nova abordagem. O filme ainda tem um tom cômico bastante evidente e investe em situações absurdas como o personagem Efraim pegar do porta-malas de seu carro uma metralhadora para intimidar os traficantes que roubaram seu dinheiro e o humilharam, e os soldados americanos resgatando o caminhão conduzido pelos dois protagonistas que está sendo alvejado por combatentes iraquianos. Assistindo ao filme, percebemos que a melhor escolha para dirigi-lo era mesmo Phillips. No entanto, percebe-se que Phillips está dividido quanto ao tom do filme. Não sabe se faz uma comédia ou um drama, misturando sequências cômicas com momentos de tensão.
Mas isso está longe de tornar Cães de Guerra um total desastre, até porque o cineasta, além de saber contornar os problemas do filme com elegância, conta com a presença de dois dos melhores atores do momento: Miles Teller e Jonah Hill. Ator que vem marcando presença em filmes como O Maravilhoso Agora, Namoro ou Liberdade, Whiplash: Em Busca da Perfeição, além dos filmes da série Divergente, Teller realiza um ótimo trabalho ao ser a bússola moral que conduz a história, descobrindo um mundo novo no negócio de venda de armas ao mesmo tempo em que tem que lidar com suas próprias contradições por ser um pacifista. Por outro lado, Jonah Hill chama a atenção com sua presença magnética em cena. Investindo em uma composição que mescla sua atuação em O Lobo de Wall Street com uma dose de Tony Montana (o personagem surtado de Al Pacino em Scarface), Hill cria uma figura capaz de gerar um incômodo desconforto só com sua presença, revelando uma natureza imprevisível apenas com o olhar.
Contando com um final ambíguo apropriado para a história, é uma pena que a ambição desta sequência em especial não foi igualada pelo restante do filme. Contudo, Cães de Guerra é um bom e divertido estudo de personagem dentro de um grande tema que é o faturamento da indústria de armas à custa de vidas humanas. Como o filme bem mostra, para se ter sucesso neste ramo, basta colocar de lado sua consciência.