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[Falando Sobre...] Grey's Anatomy: de volta à décima segunda temporada


Se torna cada vez mais repetitivo ressaltar o quanto é louvável o fato de que, mesmo após tantos e tantos anos no ar, Grey's Anatomy é uma das maiores atrações televisivas em vários níveis, desde sua equipe de produção e elenco até um roteiro que trabalha exaustivamente e de maneira brilhante a personalidade de seus personagens.

Ainda que lá no início não fosse Meredith a sua interna favorita (shame on you), foi o desenvolvimento da personagem que a fez se tornar o ícone que permeia a série que mais do que nunca é feita de sua própria essência. De uma pobre estudante fadada para sempre a viver à sombra de sua própria mãe e daqueles que a veneravam, Meredith Grey patinou entre especialidades, serviu a deuses de diferentes pensamentos, sofreu, chorou, se desesperou e se tornou a maior e mais completa profissional que a ficção já viu, e não tenho medo de estar exagerando. Não preciso listar a quantidade de desgraças pelas quais essa mulher já passou. Para alguém que para completar seu álbum de figurinhas trágicas só precisa do elemento morte (e que esse não chegue tão cedo!), é para sua intérprete, Ellen Pompeo, que me junto às vozes que clamam por um prêmio sério que há muito a série não vê.

E não adianta deixar de lado o mérito de um roteiro que corajosamente se emaranha entre o sutil e o óbvio durante todos esses anos. A coleção de tragédias é incontável, mas de que outra forma conseguiríamos desidratar em lágrimas, chorando por alguém que já consideramos parte da nossa vida, se os textos e subtextos não fossem capazes - desde aquele piloto desengonçado e descompromissado - de plantar em nossa mente o fator "eu me importo, sim". Em meio a atrações medíocres que rastejam contra inevitáveis cancelamentos no meio de temporadas mais medíocres ainda, é preciso deixar claro o quanto precisamos agradecer por ter algo como Grey's Anatomy no ar.


Falta ainda mais da metade da temporada para chegarmos ao fim deste ano para a série, e por isso mesmo soa ousado - ou diferente, o que é ótimo - voltar de um hiato dando de cara com um momento péssimo na vida de Grey. Graças a um texto ágil e coerente, não parece que há muito pouco tempo perdemos Derek e que a vida de Meredith seguiu firme e forte; seguindo a mesma agilidade, não tivemos os famosos episódios duplos para poder contar com uma amostra visceral de uma atuação espetacular vinda de Ellen Pompeo. Em um único episódio seguimos o ataque desastroso, suas consequências para Grey, o processo de recuperação e a volta por cima que mais uma vez a personagem insiste em jogar bem em cima de cada um de nós. Se foi Derek, Lexie e até mesmo Cristina... todos os dias mais pessoas se vão, mas Meredith é ainda uma das maiores referências de fortaleza humana.

Como se não bastasse, este retorno se tornou ainda mais completo por não deixar de lado subtramas que permearam os últimos dois ou três episódios; tivemos amostras de Jackson e April, um recomeço para Alex e Jo e o espaço para uma vila inteira de novas pessoas para o coração de Meredith. E sobre este último ponto, que coisa linda se tornou a amizade de Karev e Grey. Aposto todas as minhas temporadas se você sonhava com isso há dez anos (mentira, não aposto não! ;p). É puro, é verdadeiro. É quase que uma versão recauchutada de Cristina Yang - me julguem, tô amando essa amizade do pop mesmo.

E se essa amizade é motivo de tanta alegria, o comportamento inadmissível de Amelia se torna cada vez mais indefensável. Já listei em textos anteriores o quanto as atitudes da neuro são... idiotas. Não fosse pelas palavras de Richard e um pedido lindo para que Mer a perdoasse, não daria a mínima para a presença dela. Amelia falhou quando Derek se foi, falhou como cunhada, falhou acima de tudo como médica quando Meredith precisou de sua ajuda. Tentar se tornar a única pessoa que importa na vida de Grey não vai rolar mesmo. Tomara que esse recomeço e as medalhinhas de sobriedade tragam para ela mais esperança e um pouco mais de respeito aos que estão ao seu lado.


Retornando com um episódio que pode muito bem ser uma Emmy Tape inteira para Ellen Pompeo, Grey's Anatomy mostra cada vez mais energia em discutir temas pesados e dramáticos das maneiras mais sensacionais possíveis. Mais do que nunca, a mensagem foi aquela de lutar sempre, mesmo quando tudo rema contra. Mesmo quando o peso parece impossível de carregar. E ainda, num mundo onde tudo parece injusto, perceber que temas relacionados ao empoderamento feminino e à força das mulheres vêm cada vez mais sendo retratados em séries onde Shonda Rhimes esteja envolvida chega a ser um presente.

"Em reuniões, homens tem uma chance 75% maior de falar do que mulheres, e quando uma mulher fala, é cientificamente provável que seus colegas homens irão interrompê-la ou falar por cima dela. Não é porque eles são rudes. É ciência. A voz feminina é cientificamente provada de ser mais difícil para um cérebro masculino registrar. O que isso significa? Significa que num mundo onde homens são maiores, mais fortes, mais rápidos… Se você não estiver pronta para brigar, o silêncio vai te matar.

Você tem uma voz, então use-a. Fale. Levante suas mãos. Grite suas respostas. Faça com que seja ouvida, não importa como. Apenas encontre sua voz, e quando fizer isso, preencha o maldito silêncio."

Tradução: Grey's Anatomy BR

Seja você Meredith Grey, Annalise Keating, Maria, Joana, Aline, Jéssica, Mariana... não importa. FALE, LUTE. Sempre.

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