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[Fora de Cena] Speed Racer

" Go Speed Racer! Go!!! "


"Go Speed Racer! Go!!!"

Lana e Andy Wachowski revolucionaram o cinema quando mostraram ao mundo o capítulo inicial da trilogia Matrix. É certo que depois dos três filmes, os irmãos nunca mais conseguiram capturar o público cativo que se formou ao redor da primeira grande investida da dupla. No entanto, a despeito do que muita gente acredita, os Wachowskis não afundaram na ambição de criar universos incomuns. O problema é que os mesmos fãs de Matrix passaram a julgar o que eles produziam, tomado como base o que foi realizado no conto de Neo.

Sim, é aquele velho estigma de lidar com comparações ou subverter expectativas que poucos cineastas atuais conseguem reparar. Como um fã confesso do trabalho deles, nunca deixei de acompanhar o que era anunciado sob a batuta da dupla, e foi com emoção que eu recebi a notícia de que os Wachowskis estariam dando vida a um dos meus animes/mangás favoritos: Speed Racer. Retomando a parceria com o produtor Joel Silver, os irmãos trariam para luz da sétima arte a obra máxima do mangaká Tatsuo Yoshida. Somando todos esses nomes com um elenco estelar (John Goodman e Susan Sarandon, só para exemplificar) e com o esmero técnico de figuras como o mago das trilhas sonoras Michael Giacchino, ansiedade foi o sentimento que nasceu em mim durante toda a pré-produção da fita.

Os visuais de Speed e Trixie (Emile Hirsch e Christina Ricci inspiradíssimos) foram os primeiros a serem revelados, bem como a clássica estrutura do Mach 5, a máquina que o herói pilota. Depois disto veio a premissa que não ficou devendo ao texto divertido e despretensioso de Yoshida. Contando a história do destemido Speed, um instintivo e agressivo jovem piloto e da relação trágica, porém apaixonada de sua família com o universo das corridas, o longa fez os Wachowskis experimentarem uma linguagem quadrinística que anos depois o próprio Edgar Wright também utilizaria na adaptação de Scott Pilgrim.  

Com coloridos desconcertantes e uma decupagem estilizada, Speed Racer teve uma recepção pouco calorosa da crítica, mas não deixou de despertar o interesse de quem um dia acompanhou as aventuras 2D de Speed, Gorducho, Trixie e do chimpanzé Zequinha. Ver respeito numa adaptação é sempre bom, e com Speed Racer os diretores levaram as mínimas expressões da obra original ao sentido literal da imagem, tornando a experiência do filme num exercício cinematográfico ousado e até mesmo inusitado. 

Os Wachowskis em 2008 trouxeram, em menor escala, um exemplar tão forte e inovador quanto o futuro distópico da sua obra máxima no início dos anos 2000. É uma pena que poucas pessoas tenham levado o filme a sério. Speed Racer merece ser visto e revisto com o mesmo cuidado e amor que a gente costuma desprender a Matrix. Estar nas pistas mirabolantes das provas que Speed e o Corredor X disputam é estar na mente de dois gênios do cinema contemporâneo, ou seja, sempre uma viagem imprevisível. 
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