[Review] The Strain 1x09 - The Disappeared

Andando em círculos.

Se em Creatures of the Night The Strain mostrou o que de melhor ela pode oferecer, esse The Disappeared chegou apresentando tudo o que ainda soa estranho na série. Não que tenha sido um episódio ruim, porém a condução da história em si foi bastante problemática. Acredito que não seja coincidência o nome da diretora Charlotte Sieling despontar como o maior problema aqui, já que no sétimo episódio ela também não demonstrou muita destreza na condução das sequências de ação (leia-se nos ataques dos strigoi). Sendo assim, todos os momentos que deveriam ser tensos acabaram sem um senso de urgência mais apurado, soando mais trash do que qualquer outra coisa.

No entanto, mais uma vez, os elogios da semana vão para a dupla Setrakian e Vasiliy. O primeiro continua sendo nosso maior ponto de empatia, seja nos flashbacks - que sempre se mostram necessários -, seja quando explica sem nenhum receio sobre a praga vampírica para o jovem Zach. Já Vasiliy é sarcástico e frio na medida certa, encontrando um comentário divertido e pontual toda vez que a situação fica estranha, ou tensa demais.

Eph e Nora continuam chatos e eu tenho medo de que isso comece a pesar negativamente para o desenvolvimento dos próprios personagens. A história chegou num ponto em que Eph não precisa mais ter dúvidas sobre o que é a infecção, e ficar remoendo o destino de Jim (por mais triste que seja) acaba tornando a narrativa arrastada e um tanto quanto cíclica. O mesmo aqui vale para Nora e seu pesar, portanto confesso que fiquei feliz com o pequeno tempo que os dois tiraram para ficar juntos, mesmo Eph estragando o momento ao dar a declaração sobre Kelly para a amiga da ex-mulher.

Gus também não aparenta ter andado muito na história, e seu plot na cadeia só serviu para termos o strigoi da semana com a transformação de Felix (o que para a gente não é mais novidade). Eu espero que o roteiro se prontifique em dar um rumo para o mexicano antes que ele acabe perdendo a justificativa para existir dentro da trama, visto que sua ligação com Eichhorst está praticamente terminada.

Minha maior surpresa até aqui foi a hacker Dutch Velders. Sim, a atriz não é lá essas coisas, mas o texto dela encaixa bem, e a dobradinha com Vasiliy e Setrakian deu força à personagem. Na obra original, o team Setrakian não tinha um expert em tecnologia, e acho que Dutch será de grande ajuda futuramente. Ainda nos destaques positivos, Zach se enquadra na definição. O ator mirim Ben Hyland é ótimo e todos nós sabemos que crianças em séries do gênero tendem a ser um pé no saco com a maior facilidade. Pelo menos nisto The Strain segue acertando.

Como era de se esperar, o vilão Eichhorst rouba a cena, numa última sequência, ao presenciarmos sua transformação num strigoi supremo. Mesmo com o fim dos flashbacks nos campos de concentração, a visão hedionda do Mestre já deixa claro que veremos a ascensão de Eichhorst, e é a partir de agora que também descobriremos como Setrakian começou a sua luta contra a linhagem de strigoi que domina Nova York. É torcer para que a série dê uma alavancada e empolgue novamente.