[Crítica] Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário
Contém spoilers ... e algumas reclamações.
http://siteloggado.blogspot.com/2014/09/critica-os-cavaleiros-do-zodiaco-lenda.html
Contém spoilers... e algumas reclamações.
Depois
de muito tempo de espera, especulações e preocupações por parte de alguns fãs, Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do
Santuário finalmente chegou aos cinemas nacionais. O filme, sexto da série
e o primeiro em CG, foi um reboot da primeira saga do mangá feito com a
intenção de atrair novos fãs. O que dificilmente vai acontecer como se
planejava.
As características principais do filme foram o ritmo acelerado e o grande número de mudanças, que em sua maioria foram geradas exatamente pelo ritmo. Mas vamos começar falando da velocidade da trama. Uma hora e meia é um tempo curtíssimo, e para que um filme funcione nesse pequeno espaço de tempo, é necessário que a sua história não seja muito grande, cheia de detalhes, ou pelo menos que não sejam necessárias muitas explicações para entender o enredo. E Os Cavaleiros do Zodíaco não é assim. São 43 capítulos no mangá e 73 episódios no anime, ou seja, mesmo sem contar os fillers, ainda existe uma enorme quantidade de eventos e interações que são necessárias para que o desenvolvimento da história faça sentido; e a maioria dessas coisas foram cortadas.
No primeiro momento isso não parece um grande problema, e a primeira parte do filme (antes da ida ao santuário) é de fato muito boa. Vemos Aioros tentando salvar Atena, e depois somos apresentados aos personagens principais em uma batalha extremamente dinâmica e divertida de assistir. O problema é que a partir daí é jogada no telespectador (e jogada é uma expressão bem precisa) uma quantidade enorme de informações, sem tempo para que tudo seja absorvido. E a situação não melhora muito na segunda parte do filme. Apesar de alguns momentos fantásticos durante o confronto nas doze casas (Hyoga x Camus e Seiya x Aioria), o ritmo acelerado, acompanhado de alguns furos na história, só piora; criando combates rápidos demais e um confronto final que, de forma alguma, pareceu ser difícil. E sendo um pouco mais específico nos exemplos, um dos absurdos que esse ritmo gerou foi o fato de que o Tatsumi possui mais falas do que Ikki e Afrodite juntos.
Mas esquecendo um pouco do ritmo e olhando as mudanças feitas, o filme quase sai com saldo positivo. Por se tratar de um reboot e por ter uma duração tão pequena, todos sabíamos que a história teria que ser mudada e coisas desapareceriam, e o fato de que algumas mudanças deram muito certo me agradou enormemente enquanto assistia o filme. Começando pelo tom da obra: A Lenda do Santuário é muito menos dramático e mais focado na comédia do que a série original. Eu, particularmente, preferiria o drama original, mas a comédia deu muito certo. Não foi forçada demais e em alguns momentos me fez rir de verdade. Talvez encaixar os momentos cômicos no curto tempo fosse mais fácil do que aumentar a carga dramática, mas o que importa é que ficou bem feito. Uma alteração que eu realmente não esperava até a confirmação há algum tempo atrás, e que também me agradou, foi o fato que no filme o Milo, cavaleiro de ouro de Escorpião, é de fato a Milo, amazona de ouro. A personagem ficou bem interessante, sua personalidade foi até mais semelhante com a da sua versão masculina do que a de outros cavaleiros de ouro em sua comparação com o mangá (falarei do Máscara da Morte mais tarde). Sempre me perguntei por que não havia uma amazona de ouro entre os doze mais fortes, e gostei de ver que essa dúvida não precisa mais existir. Outra boa mudança foi a aparência das armaduras. Desde que as primeiras imagens foram reveladas, eu já estava adorando os novos modelos: extremamente detalhadas, visivelmente mais modernas e com cores incríveis, as armaduras dos cavaleiros de bronze e ouro foram um espetáculo a parte.
As características principais do filme foram o ritmo acelerado e o grande número de mudanças, que em sua maioria foram geradas exatamente pelo ritmo. Mas vamos começar falando da velocidade da trama. Uma hora e meia é um tempo curtíssimo, e para que um filme funcione nesse pequeno espaço de tempo, é necessário que a sua história não seja muito grande, cheia de detalhes, ou pelo menos que não sejam necessárias muitas explicações para entender o enredo. E Os Cavaleiros do Zodíaco não é assim. São 43 capítulos no mangá e 73 episódios no anime, ou seja, mesmo sem contar os fillers, ainda existe uma enorme quantidade de eventos e interações que são necessárias para que o desenvolvimento da história faça sentido; e a maioria dessas coisas foram cortadas.
No primeiro momento isso não parece um grande problema, e a primeira parte do filme (antes da ida ao santuário) é de fato muito boa. Vemos Aioros tentando salvar Atena, e depois somos apresentados aos personagens principais em uma batalha extremamente dinâmica e divertida de assistir. O problema é que a partir daí é jogada no telespectador (e jogada é uma expressão bem precisa) uma quantidade enorme de informações, sem tempo para que tudo seja absorvido. E a situação não melhora muito na segunda parte do filme. Apesar de alguns momentos fantásticos durante o confronto nas doze casas (Hyoga x Camus e Seiya x Aioria), o ritmo acelerado, acompanhado de alguns furos na história, só piora; criando combates rápidos demais e um confronto final que, de forma alguma, pareceu ser difícil. E sendo um pouco mais específico nos exemplos, um dos absurdos que esse ritmo gerou foi o fato de que o Tatsumi possui mais falas do que Ikki e Afrodite juntos.
Mas esquecendo um pouco do ritmo e olhando as mudanças feitas, o filme quase sai com saldo positivo. Por se tratar de um reboot e por ter uma duração tão pequena, todos sabíamos que a história teria que ser mudada e coisas desapareceriam, e o fato de que algumas mudanças deram muito certo me agradou enormemente enquanto assistia o filme. Começando pelo tom da obra: A Lenda do Santuário é muito menos dramático e mais focado na comédia do que a série original. Eu, particularmente, preferiria o drama original, mas a comédia deu muito certo. Não foi forçada demais e em alguns momentos me fez rir de verdade. Talvez encaixar os momentos cômicos no curto tempo fosse mais fácil do que aumentar a carga dramática, mas o que importa é que ficou bem feito. Uma alteração que eu realmente não esperava até a confirmação há algum tempo atrás, e que também me agradou, foi o fato que no filme o Milo, cavaleiro de ouro de Escorpião, é de fato a Milo, amazona de ouro. A personagem ficou bem interessante, sua personalidade foi até mais semelhante com a da sua versão masculina do que a de outros cavaleiros de ouro em sua comparação com o mangá (falarei do Máscara da Morte mais tarde). Sempre me perguntei por que não havia uma amazona de ouro entre os doze mais fortes, e gostei de ver que essa dúvida não precisa mais existir. Outra boa mudança foi a aparência das armaduras. Desde que as primeiras imagens foram reveladas, eu já estava adorando os novos modelos: extremamente detalhadas, visivelmente mais modernas e com cores incríveis, as armaduras dos cavaleiros de bronze e ouro foram um espetáculo a parte.
Mas nem tudo ficou bom. E algumas coisas realmente me aborreceram durante o filme. Começando pela maior decepção: o que fizeram com o Máscara da Morte? Sua personalidade foi completamente alterada, o “momento musical” do qual ele fez parte tinha intenção de ser cômico, mas acabou virando a piada em si. Essa mudança foi desnecessária, mal feita e decepcionante para todos aqueles que gostam da personagem. Outros que também sofreram com o enredo foram Shun e Ikki. A dupla de irmãos foi basicamente ignorada e não tiveram nenhum momento importante no filme. Shun, no confronto original das doze casas, foi um dos cavaleiros que mais se destacou salvando a vida do Hyoga e derrotando sozinho um dos cavaleiros de ouro, mas no filme ele não serviu para nada. Ele só admitiu ser fraco enquanto enfrentava o Shura, e quando finalmente ele mostraria seu poder, a luta foi interrompida por Ikki. Que apesar de todo a força que possuía na obra original, só apareceu três vezes no filme, e na hora em que ia combater um cavaleiro de ouro e poderia ter se destacado, acabou sendo espancado em dois segundos.
Outro que também foi ignorado pelo filme foi Afrodite. Diferente do mangá, onde Afrodite sabia de tudo e mesmo assim escolheu proteger Saga, no filme ele foi mais um dos enganados pelo cavaleiro de Gêmeos, e quando descobriu tudo, foi derrotado pelo golpe mais fraco do geminiano. Tudo bem que Saga estava usando o cosmo de Atena e que, afinal de contas, segundo a internet, o pisciano não morreu, mas parece que Kurumada realmente não gosta dos cavaleiros originais de Peixes e Câncer. Logo após a aparente morte de Afrodite, o combate final teve seu início, e devo compensar que foi outra decepção. Seiya também possuía o cosmo de Atena em seu corpo (não sei como, já que Saga havia roubado quase tudo) e lutou contra Saga de uma maneira completamente incoerente com o que vinha acontecendo até aqui. E esse é um problema grande que devemos considerar: o poder dos cavaleiros de bronze durante quase todo o combate nas doze casas foi coerente com o desenvolvimento quase nulo que apresentaram durante o filme (exceção foi Hyoga, que superou Camus de maneira absurdamente rápida, e Shiryu, que acabando parecendo ser muito superior a Máscara da Morte), e nesse período o Seiya somente apanhou. Um pouco do cosmo de Atena e do cosmo dos outros cavaleiros de bronze até poderia estar nele, mas falar que aquilo é o bastante para enfrentar o Saga é subestimar o intelecto de quem está assistindo.
Entretanto, falar que o último combate do filme só teve problemas não é necessariamente verdade. Não teve sentido, é verdade, mas o tom épico que teve foi interessante. Não entendi como ou por que o Saga se fundiu aos destroços do santuário e se tornou uma espécie definal boss de rpg monstro, mas esse
elemento foi um dos poucos que acabou tornando tudo mais dramático neste filme.
A cena em que Seiya usa a armadura de Sagitário também contribui com isso, além
de ser um choque de nostalgia para aqueles que viram isso pela primeira vez há
muito tempo atrás no anime.
Entretanto, falar que o último combate do filme só teve problemas não é necessariamente verdade. Não teve sentido, é verdade, mas o tom épico que teve foi interessante. Não entendi como ou por que o Saga se fundiu aos destroços do santuário e se tornou uma espécie de
A verdade é que é difícil dar nota para este filme. O fato de ver Os Cavaleiros
do Zodíaco no cinema e em uma adaptação tão visualmente incrível, afeta meu
julgamento. Mas o filme teve problemas. Alguém que nunca tenha lido ou visto
nada da obra original, dificilmente entendeu o filme todo, e alguns furos na
história só pioram isso. Nas adaptações tivemos muitas que ficaram boas, e
outras que foram péssimas, o que também divide a opinião dos fãs antigos. A
verdade é que Os Cavaleiros do Zodíaco: A lenda
do Santuário é um espetáculo visual e nostálgico, que merece continuação. Mas
que, apesar dos acertos, acabou falhando em alguns pontos importantes. Foi
interessante e divertido, mas desperdiçou o potencial que tinha para ser algo
fantástico.