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[Review] Game of Thrones 4x04/05 Oathkeeper/First of His Name

“ Injustice with justice. ”


Injustice with justice.

É incrível como a espera por uma nova temporada de Game of Thrones sempre parece excruciante e em tão pouco tempo já passamos da metade da mesma. Sim, este quarto ano pode ser considerado o mais consistente de todos os anos e, felizmente, mesmo quando a série faz suas horas mais fracas somos presenteados com entretenimento de qualidade, coisa rara na TV americana hoje em dia. Assim, comandados de forma pontual pela diretora Michelle MacLaren, os episódios Oathkeeper e First of His Name podem até não ser memoráveis como os seus antecessores, porém demonstram um senso certeiro por parte dos seus realizadores, no que tange a liberdade criativa da adaptação. Dessa forma, fica fácil considerar a ousada empreitada narrativa da série, como uma espécie de resposta às críticas bobas que os fãs xiitas dos livros nunca irão cansar de tecer.

O poder de Oathkeeper está, sem nenhuma surpresa, no núcleo de Porto Real. Do primeiro encontro de Tyrion e Jaime após a morte de Joffrey até a despedida de Olenna com a confirmação da autoria do regicídio, é impossível não se sentir completamente fisgado pelas redes de intrigas da capital de Westeros. Mesmo com um ou outro diálogo expositivo, eu não tenho do que reclamar. Fiquei surpreso também com o quão simpático Tommem conseguiu se tornar em tão pouco tempo. A conversa do jovem Lannister com Margaery na calada da noite já dita um pouco de como será a nova tentativa dos Tyrell para ascender ao reinado. Da mesma forma, Brienne e Jaime voltam a protagonizar a cena mais emocional do episódio, confirmando que a simpática relação construída pelos dois vai fazer falta a partir de agora.

Quem vem crescendo - pelo menos para mim - desde a bela demonstração de força no fim do terceiro episódio, é Daenerys. Vocês podem até se perguntar “como assim? A Mãe dos Dragões sempre foi o melhor da série!”. Para uma grande maioria sim, mas em minha opinião a teatralidade de Emilia Clarke quase sempre incomodava e deixava a personagem artificial. Agora parecem ter achado um tom certo para apresentar a trama da Baía dos Escravos, e confesso que pela primeira vez desde a primeira temporada eu consigo me importar com o que pode acontecer com Daenerys e seus companheiros. Vale dizer também que o elenco de apoio tem boa parte nessa mudança de tom, afinal diferente da galera de Stannis, a corte da rainha Targaryen é infinitamente mais simpática.

No quesito choque, o cliffhanger de Oathkeeper fez muito bem o dever de casa. Sou só elogios para as escolhas dos roteiristas quanto à trama da Muralha e das Terras de Sempre Inverno. Colocar um espião do Forte do Pavor na Patrulha da noite; promover o sequestro de Bran, Hodor e dos Reed pelos dissidentes na Fortaleza de Craster e ainda pincelar de uma forma enigmática e assombrosa a origem dos White Walkers, não merece menos do que o adjetivo 'corajoso'. É um ponto de ruptura final com a trama dos livros, só que isto não interfere e nem empalidece a qualidade da série. Pelo contrário: as mudanças - que nem são tão drásticas, diga-se de passagem - conseguem finalmente dar corpo e urgência para o núcleo mais estático de Game of Thrones.


Para comentar sobre First of His Name, eu retorno outra vez ao problema mais palpável dos últimos episódios exibidos: os diálogos expositivos. Numa cena que deveria ter servido para coroar Mindinho como o personagem mais perigoso de Game of Thrones, o que senti foi um vazio emocional comparável às revelações das novelas das nove. O retorno ao Ninho da Águia foi bem colocado na trama, mas a forma como revelaram quem matou Jon Arryn me deu uma vergonha absurda. Felizmente, a loucura psicótica de Lysa promete render bons momentos como o do interrogatório de Sansa, e quero ver mais do jovem Robin, que continua convencendo bastante, sendo um presente em termos de adaptação.

Voltando para Porto Real, acho que o espaço dado para Cersei foi mais do que justo. Sou encantado pela composição de Lena Headey, e Cersei de luto não só me comoveu como também entregou os melhores diálogos do episódio. Os meus favoritos foram sem sombra de dúvidas os que a Rainha deixa claro que sabe da importância de Margaery e sua família para o reinado Lannister, além daquele em que ela deixa de lado as diferenças e faz um comovido pedido para Oberyn. Quem retorna às conversas, também, é o temido Banco de Ferro, e cada vez mais eu fico curioso sobre como a série vai adaptar essa trama. Não é sempre que vemos Tywin receoso, mas o tom que ele usa para tratar a dívida da coroa já deixa claro que problemas nem um pouco auspiciosos virão desse lado.

Na vibe road movie as pequenas cenas entre Arya e o Cão, assim como as de Podrick e Brienne podem até destoar do episódio em si, porém não deixam de me divertir. É incrível como a série sempre consegue pôr personagens que tem uma química imensa juntos, e mesmo as sequências sendo de certa forma adaptadas diretamente dos livros, não tem como não ficar surpreso com a força que essas relações imprimem em tão pouco tempo de tela.

A agilidade que escolheram para fechar o núcleo da Fortaleza de Craster foi bastante eficiente e rendeu as melhores cenas de morte da temporada até o momento. Gosto de ver Bran usar as habilidades de warg sem precisar de nenhuma limitação boba como honra ou questões do tipo, e confesso ter ficado surpreso com o fim abrupto do espião de Roose Bolton. Eu retorno também meus elogios ao que estão fazendo com Jon Snow, e finalmente posso dizer que o personagem é tão interessante como sempre quiseram vendê-lo. Sendo assim, restam apenas cinco episódios para o fim da quarta temporada e a julgar pelo ritmo das coisas até aqui, a montanha-russa de emoções engrena mesmo a partir de agora. Estou ansioso, de verdade.
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