[Review] Game of Thrones 4x02 - The Lion and the Rose
Leões, rosas e muito vinho.
http://siteloggado.blogspot.com/2014/04/review-game-of-thrones-4x02-lion-and.html
Leões, rosas e muito
vinho.
Episódios evento em Game of Thrones geralmente são palcos
para os twists mais cabulosos, para uma
reforçada básica no apelo narrativo da série ou mesmo para nos lembrar que, antes de qualquer coisa, esta ainda é uma história que tem o dedo sanguinário
de George R.R. Martin. Encerrando a
adaptação – perfeita, diga-se de passagem – da Trilogia dos Casamentos presente
no livro A Tormenta de Espadas, The Lion and the Rose trás o primeiro
movimento em pró da derrocada dos Lannister, tendo o alardeado casamento real
(ou Casamento Roxo) como pano de fundo para uma magistral partida do jogo dos
tronos. Magistral, porque o roteiro escrito pelo próprio Martin privilegia a narrativa com pinceladas nem um pouco sutis em
subtramas que se desenvolverão por todo esse quarto ano, conseguindo um efeito
catártico até na mais simples troca de farpas entre os Lannister e seus “aliados”.
Mostrando de início um norte que, sem o domínio dos Stark, passa pelos mais terríveis horrores, somos levados até o Forte do Pavor da família Bolton. Aqui fica claro que o intuito de Martin em trazer Theon Greyjoy ainda torturado pelo psicótico Ramsay Snow - promotor de uma caçada desumana a uma jovem garota, que me deu arrepios - serve para reforçar mais uma vez as consequências do Casamento Vermelho. Não que Theon tenha tido parte no massacre organizado pelos Frey, porém a chegada de Roose Bolton - o novo Senhor do Norte - e todo o diálogo em que Ramsay faz o seu refém confessar o verdadeiro destino de Bran e Rickon, remete diretamente ao quão desgraçada continua a sina dos Stark. Caçados, perdidos, órfãos e tudo isto por terem optado pela honra.
Ainda nas terras do inverno, Bran nos dá um breve "olá" para lá da Muralha. Mas pelo menos para mim, assim como acontece com a história de Daenerys, a impressão que a trama pela qual o jovem warg passa é a de que nada aconteceu de relevante desde a sua fuga de Winterfell no fim da segunda temporada. Sim, os irmãos Reed explicaram um pouco sobre o seu verdadeiro destino, porém existe uma grande parcela de espectadores que já não aguenta a repetição das mesmas frases ditas anteriormente. Aqui eu confesso a vocês um certo receio com a história de Bran, pois já foi noticiado que um personagem icônico e de grande importância na jornada dele nos livros - o misterioso Mãos-Frias - será limado da série. Não que eu esteja sendo xiita, mas um sopro de novidade faria bem e poderia imprimir um ritmo melhor e menos deslocado de tudo; só que a julgar pela visão do jovem Stark ao tocar na árvore-coração, a adaptação vai mesmo diminuir a fantasia aqui e optar por escolhas mais práticas. Uma pena, infelizmente.
Em Pedra do Dragão não é nem a falta de ritmo que diminui e empalidece o núcleo de Stannis e Melisandre, mas sim a total antipatia de todo o elenco por lá. A sacerdotisa vermelha continua fazendo sacrifícios para o Deus da Luz, enquanto Davos continua não gostando nenhum pouco da nova fé do seu rei. E a rainha Selyse? É só uma carola louca capaz de vibrar com a morte do próprio irmão numa fogueira. Falta um tom mais orgânico, menos truncado e que consiga pôr o propósito desses personagens em pauta sem parecer que estamos diante de mais uma adaptação aleatória.
“Café da Manhã com os Lannister”, tá aí um talk show que eu não perderia por nada. Brincadeiras a parte, antes mesmo do Rei Joffrey ganhar seus presentes num desses eventos matutinos, Jaime e Tyrion protagonizaram uma excepcional conversa sobre a falsa perfeição da família dourada num café de sinceridades que só me fez torcer por mais cenas entre eles dois. É visível a admiração que um sente pelo outro, e talvez a amizade entre os dois irmãos seja o único sentimento verdadeiro que exista entre os Lannister. Tyrion indicar Bronn para treinar o irmão quebrado na surdina também rendeu boas sequências, e mais uma vez Porto Real desponta como a melhor coisa desta quarta temporada.
No café dos presentes, a gente começa a relembrar o quão desprezível e detestável Joffrey consegue ser em uma fração de segundos. O momento em que ele pega a segunda espada valiriana e fatia o presente de Tyrion é de assombrar. Ao mesmo tempo, a dolorosa jornada do duende continua em curso, e o fato de Cersei finalmente descobrir sobre a identidade de Shae muda tudo mais uma vez. Foi bem difícil a cena em que Tyrion diminui sua amada da pior forma possível, mas em Game of Thrones a gente já aprendeu que seguir os conselhos de Varys é geralmente a melhor das opções dentro de várias ruins.
Quando o verdadeiro circo que foi o casamento real teve início nos jardins da Fortaleza Vermelha, começou também o desfile de diálogos inspiradíssimos. Olenna e Oberyn destinados a calar Tywin e Cersei, respectivamente, foi dos melhores momentos em toda a série. E claro, a leoa Lannister reforçando o que eu já tinha comentado sobre a relação de Brienne e Jaime na review passada, me deixou com um sorriso no rosto. O roteiro também não abre mão de nos dar informações extras como a dívida que Tywin tem com o Banco de Ferro, ou mesmo sobre as origens sombrias do meistre de Cersei, como bem aponta meistre Pycelle. Porém, quando o ofensivo show de horrores organizado por Joffrey para representar a Guerra dos Cinco Reis toma conta da tela, a catárse final do episódio tem início.
Que o reizinho Lannister é doentio a gente já sabe, mas a representação dos anões - numa triste afronta a Tyrion - sobre os acontecimentos que o levaram ao poder foi de embrulhar o estômago, como nunca antes. Os detalhes atentados pela direção da cena, com a expressão de cada um dos convidados (em especial para de Sansa na sequência com Robb) colocadas em foco, me causou arrepios. Os arranjos finais ditando o último embate entre Tyrion e seu sobrinho também foram de uma tensão descomunal. É sombrio torcermos assim pela morte de um jovem, mas o engasgar de Joffrey e o desespero grotesco no seu olhar quando ele foi ficando roxo e finalmente morrendo, só se compara à felicidade que senti com a morte do Viserys lá na primeira temporada.
Quando o Valar Morghulis apareceu por toda a divulgação desse novo ano, muito já se havia dito sobre o quão difícil e ousada seria a quarta temporada de Game of Thrones. Não precisa falar muito depois desse final não é mesmo...? Os homens - certos - começaram a morrer.
P.S.: Aos preconceituosos de plantão, aceitem que dói menos. Pois Oberyn Martell é sim bissexual nos livros. Logo, a paquerinha com Loras me fez rir um bocado.
P.S.2: Ei, é sério que Mindinho perdeu um evento desses?
P.S.3: Não sei não, mas acho que Lady Olenna tá doida para paquerar mais com o papai Lannister. Imaginem a parceria.
Mostrando de início um norte que, sem o domínio dos Stark, passa pelos mais terríveis horrores, somos levados até o Forte do Pavor da família Bolton. Aqui fica claro que o intuito de Martin em trazer Theon Greyjoy ainda torturado pelo psicótico Ramsay Snow - promotor de uma caçada desumana a uma jovem garota, que me deu arrepios - serve para reforçar mais uma vez as consequências do Casamento Vermelho. Não que Theon tenha tido parte no massacre organizado pelos Frey, porém a chegada de Roose Bolton - o novo Senhor do Norte - e todo o diálogo em que Ramsay faz o seu refém confessar o verdadeiro destino de Bran e Rickon, remete diretamente ao quão desgraçada continua a sina dos Stark. Caçados, perdidos, órfãos e tudo isto por terem optado pela honra.
Ainda nas terras do inverno, Bran nos dá um breve "olá" para lá da Muralha. Mas pelo menos para mim, assim como acontece com a história de Daenerys, a impressão que a trama pela qual o jovem warg passa é a de que nada aconteceu de relevante desde a sua fuga de Winterfell no fim da segunda temporada. Sim, os irmãos Reed explicaram um pouco sobre o seu verdadeiro destino, porém existe uma grande parcela de espectadores que já não aguenta a repetição das mesmas frases ditas anteriormente. Aqui eu confesso a vocês um certo receio com a história de Bran, pois já foi noticiado que um personagem icônico e de grande importância na jornada dele nos livros - o misterioso Mãos-Frias - será limado da série. Não que eu esteja sendo xiita, mas um sopro de novidade faria bem e poderia imprimir um ritmo melhor e menos deslocado de tudo; só que a julgar pela visão do jovem Stark ao tocar na árvore-coração, a adaptação vai mesmo diminuir a fantasia aqui e optar por escolhas mais práticas. Uma pena, infelizmente.
Em Pedra do Dragão não é nem a falta de ritmo que diminui e empalidece o núcleo de Stannis e Melisandre, mas sim a total antipatia de todo o elenco por lá. A sacerdotisa vermelha continua fazendo sacrifícios para o Deus da Luz, enquanto Davos continua não gostando nenhum pouco da nova fé do seu rei. E a rainha Selyse? É só uma carola louca capaz de vibrar com a morte do próprio irmão numa fogueira. Falta um tom mais orgânico, menos truncado e que consiga pôr o propósito desses personagens em pauta sem parecer que estamos diante de mais uma adaptação aleatória.
“Café da Manhã com os Lannister”, tá aí um talk show que eu não perderia por nada. Brincadeiras a parte, antes mesmo do Rei Joffrey ganhar seus presentes num desses eventos matutinos, Jaime e Tyrion protagonizaram uma excepcional conversa sobre a falsa perfeição da família dourada num café de sinceridades que só me fez torcer por mais cenas entre eles dois. É visível a admiração que um sente pelo outro, e talvez a amizade entre os dois irmãos seja o único sentimento verdadeiro que exista entre os Lannister. Tyrion indicar Bronn para treinar o irmão quebrado na surdina também rendeu boas sequências, e mais uma vez Porto Real desponta como a melhor coisa desta quarta temporada.
No café dos presentes, a gente começa a relembrar o quão desprezível e detestável Joffrey consegue ser em uma fração de segundos. O momento em que ele pega a segunda espada valiriana e fatia o presente de Tyrion é de assombrar. Ao mesmo tempo, a dolorosa jornada do duende continua em curso, e o fato de Cersei finalmente descobrir sobre a identidade de Shae muda tudo mais uma vez. Foi bem difícil a cena em que Tyrion diminui sua amada da pior forma possível, mas em Game of Thrones a gente já aprendeu que seguir os conselhos de Varys é geralmente a melhor das opções dentro de várias ruins.
Quando o verdadeiro circo que foi o casamento real teve início nos jardins da Fortaleza Vermelha, começou também o desfile de diálogos inspiradíssimos. Olenna e Oberyn destinados a calar Tywin e Cersei, respectivamente, foi dos melhores momentos em toda a série. E claro, a leoa Lannister reforçando o que eu já tinha comentado sobre a relação de Brienne e Jaime na review passada, me deixou com um sorriso no rosto. O roteiro também não abre mão de nos dar informações extras como a dívida que Tywin tem com o Banco de Ferro, ou mesmo sobre as origens sombrias do meistre de Cersei, como bem aponta meistre Pycelle. Porém, quando o ofensivo show de horrores organizado por Joffrey para representar a Guerra dos Cinco Reis toma conta da tela, a catárse final do episódio tem início.
Que o reizinho Lannister é doentio a gente já sabe, mas a representação dos anões - numa triste afronta a Tyrion - sobre os acontecimentos que o levaram ao poder foi de embrulhar o estômago, como nunca antes. Os detalhes atentados pela direção da cena, com a expressão de cada um dos convidados (em especial para de Sansa na sequência com Robb) colocadas em foco, me causou arrepios. Os arranjos finais ditando o último embate entre Tyrion e seu sobrinho também foram de uma tensão descomunal. É sombrio torcermos assim pela morte de um jovem, mas o engasgar de Joffrey e o desespero grotesco no seu olhar quando ele foi ficando roxo e finalmente morrendo, só se compara à felicidade que senti com a morte do Viserys lá na primeira temporada.
Quando o Valar Morghulis apareceu por toda a divulgação desse novo ano, muito já se havia dito sobre o quão difícil e ousada seria a quarta temporada de Game of Thrones. Não precisa falar muito depois desse final não é mesmo...? Os homens - certos - começaram a morrer.
P.S.: Aos preconceituosos de plantão, aceitem que dói menos. Pois Oberyn Martell é sim bissexual nos livros. Logo, a paquerinha com Loras me fez rir um bocado.
P.S.2: Ei, é sério que Mindinho perdeu um evento desses?
P.S.3: Não sei não, mas acho que Lady Olenna tá doida para paquerar mais com o papai Lannister. Imaginem a parceria.