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[Review] Hannibal 2x01/2x02 - Kaiseki/Sakizuki

Que comece o acerto de contas.


Que comece o acerto de contas.

Sendo uma das maiores surpresas no mundo das séries em 2013, quando Hannibal se despediu após um primeiro ano excepcional, as expectativas para o seu segundo capítulo eram altíssimas. Assim, os dois episódios que deram início a segunda temporada não só superaram o que se esperava do retorno, como também provaram definitivamente que a história orquestrada por Bryan Fuller é mais do que um simples prequel da obra de Thomas Harris e, ouso dizer: consegue desde já se fazer única, e por enquanto definitiva, ao lado do seu irmão cinematográfico, O Silêncio dos Inocentes. A curiosa inversão de papéis entre Will e Hannibal que se mostrou como o poderoso cliffhanger da finale passada, são as duas forças motrizes dos episódios iniciais, sendo Kaiseki dedicado ao agigantamento de Hannibal dentro do próprio FBI, já Sakizuki, decidido a mostrar um lado de Will, tão calculista quanto o do seu algoz.

O arrebatador flashforward que abre a première é só uma violenta deixa para as doze semanas que antecedem o sangrento embate entre Hannibal e Crawford. Toda a sequência na cozinha do psicopata foi de arrepiar, e eu não conseguia piscar os olhos durante a coreografada, porém não menos brutal luta entre os dois homens. O melhor é que o clima opressivo não sofre nenhuma redução, quando voltamos no tempo, para o ápice da acusação de Will como o copycat do Picanço e como o Estripador de Chesapeake. Mostrar que Will ainda usa a mente, como sua principal arma, foi simplesmente genial. Porém o seu refúgio solitário não está livre da sombria presença do Alce Negro, agora assumindo uma forma hominídea e com as feições de Hannibal, como vimos na assustadora metamorfose da season finale passada.

Mesmo acusando o psiquiatra, Will não tem provas concretas que o conectem ao Estripador – e convenhamos, contar para alguém como a orelha de Abigail foi parar no seu esôfago soaria ainda mais louco, por mais que seja verdade –, e se nem Alana acredita na sua inocência, vai ser difícil convencer Crawford do mesmo. Por falar em Crawford, sua covardia ainda me irrita um pouco, mas confesso que só o fato dele aceitar que Alana relatasse a verdade por detrás da contratação de Will para a nova investigadora da promotoria, contou pontos a seu favor.

A première ainda guarda duas importantíssimas fontes, a relação cada vez mais desconfiada entre Hannibal e Bedelia (Gillian Anderson mais linda do que nunca) e o surgimento de um novo serial killer. As costumeiras sessões de terapias de Will foram substituídas exclusivamente pelas de Hannibal, e é impossível não ficar hipnotizado com os diálogos cheios de nuances e verdades veladas entre ele e Bedelia. Tanto é que no segundo episódio, a terapeuta passa a se apresentar como a possível primeira aliada de Will, na luta para provar sua inocência. Já o aparecimento de corpos descartados numa pequena represa, é o passe de entrada de Hannibal, o novo Will Graham, para a cadeira de consultor no FBI. Os tais corpos são nada mais do que os “rascunhos” de um assassino ainda mais sinistro que o Picanço e sua “obra” é um dos temas do episódio Sakizuki.


Ainda mais sensorial que a première, Sakizuki como eu disse anteriormente, é mais sobre Will aceitando sua nova condição e se preparando para batalha, do que sobre qualquer outra coisa. Sim, o “Mural Humano” deve figurar entre uma das sequências mais ousadas da TV aberta nos últimos anos e todo o gore que envolve a fuga da “última peça”, me deu um nervoso absurdo, porém antes de tudo isto, muito mais foi desenvolvido no que se refere a Will e sua certeza de inocência. Gostei bastante do destaque dado a Beverly e é bem mais plausível que seja ela a ligar Will novamente aos casos do que a própria Alana. Todos ali se culpam pelo que aconteceu ao consultor e cada um tem sua própria forma de lidar com a nova e triste situação.

Outra sacada genial de Sakizuki foi a de colocar Hannibal subestimando Will, justo por ter sido ele o responsável por colocar o consultor atrás das grades. Ao não resistir e coletar um troféu do corpo do serial killer, Hannibal abriu mais uma vez o seu verdadeiro mundo para Will e tenho quase certeza de que será com isto que ele vai se agarrar. O “this is not my design” arrepiou demais. Ainda tomando as decisões de Hannibal como precipitadas, eu quase achei que Bedelia ia virar um prato francês nesse episódio, mas o retorno da terapeuta deve ter um foco certo, quando o julgamento de Will estiver no ápice, ou numa hora bem mais surpreendente, já que a série sempre rebate nossas previsões.

Retornando tão provocativa quanto se despediu, fica fácil ficar ávido e faminto por novos episódios de Hannibal. A audiência infelizmente não é justa, mas continuo tendo plena fé nos fãs da série e algo me diz que teremos a chance de ver os planos de Bryan Fuller para série, chegarem até o fim. Difícil é encontrar alguém que não tenha a mesma torcida, não é mesmo?

P.S.: Voltamos para os melhores momentos culinários da TV. É macabro, mas eu sinto uma fome desgraçada vendo a série.

P.S.2: Quem mais aqui teme ter pesadelos com o Alce Negro na forma de Hannibal? Que troço sombrio.

P.S.3: Estamos de volta Fannibals!

Season Premiere 7793940682825445181

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