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[Review] Glee 5x09/10/11 - Frenemies/Trio/City of Angels

Um feijão com arroz requentado, porém com gosto de quero mais.


Um feijão com arroz requentado, porém com gosto de quero mais.

Estamos bem perto do que eu venho chamando de primeira series finale de Glee e já assumi estar bastante satisfeito com os rumos que a série tomou em 2014. Aos poucos, os personagens secundários que não fazem parte do plano final de Ryan Murphy para sexta e última temporada, foram sendo apagados e o que vai ficando de verdade é o que sempre fez a diferença na série, ou seja, os integrantes do Glee Club original. Frenemies e Trio tem mais da metade das suas horas destinadas ao embate entre Rachel e Santana – um duelo bastante anunciado nos últimos meses e que trouxe um novo ar para série –, já City of Angels é o prelúdio do derradeiro capítulo do New Directions em Lima que, mesmo oferecendo uma das Nacionais mais fracas da história de Glee, ainda consegue utilizar do fator emoção e saudosismo para nos deixar com um sorriso no rosto.

Existe uma mítica competição nos bastidores de qualquer musical quando se fala do protagonista e do seu substituto. Frenemies é genial justo ao conseguir evocar esse clima – utilizado a exaustão por séries do gênero como a finada Smash – inserindo ele no contexto da própria Glee. Eu falo isso porque chega a ser surpreendente o fato de algo tão cliché resultar num comovente estudo de personagem (sim, Glee também pode ser PNC). Santana e as amigas fizeram da vida de Rachel um verdadeiro inferno no colegial, logo a jovem estrela entra em desespero só de cogitar estar sob a sombra da sua antiga bully no ambiente de certa forma sagrado para ela. Eu pensei que eu não conseguiria escolher um lado, pois gosto bastante das duas, mas quando Santana entra no auditório cantando o solo clássico de Rachel e copiando até os trejeitos dela, eu percebi quem era a canalha da vez.

A escolha de um tom mais sério para ressaltar a briga das “amigas” foi outra decisão acertada. Claro, é exagero Rachel achar que Don't Rain on My Parade é patente dela, mas há nas ações de Santana uma vontade de afrontar a colega de quarto, pois ela sabe que na Broadway Rachel vai conseguir ser a estrela que sempre sonhou. Não, Santana não é ruim, porém ela sempre foi fria e sempre colocou qualquer que fosse a sua vontade na frente da dos outros. E aqui ela pode recuperar um pouco do status de bitch que perdeu desde que foi para o mundo fora do McKinley. Nisto tudo, eu confesso que a merecida tapa dada por Rachel foi uma das sequências mais dolorosas e impactantes de Glee, assim como cada uma das cenas de briga até o fim do episódio.

No McKinley, o conceito de amigos/rivais foi tão capenga que eu não queria nem me dar ao trabalho de comentar. Desculpa quem é fã de Tina, mas não existiu um momento na série que eu simpatizasse com a personagem. Acho a atriz Jenna Ushkowitz bem antipática e isso só aumenta o meu desprezo para com os plots de Tina. Fiquei feliz por Artie estar lá e dizer na cara dela todas as verdades possíveis e teria comemorado ainda mais se não tivessem dado um espaço desnecessário para ela no episódio Trio. Sorte nossa que o McKinley ainda tem Sue Sylvester para fazer piadas inspiradas com as incongruências e exageros da série, portanto, eu sempre comemoro a tirada genial da vez. 


O deboche utilizado em Trio para trazer, por exemplo, o sonho de Will em ser pai, me divertiu mais do que todos os choros dramáticos de Tina ao constatar que o fim do colegial está se aproximando. É bem avulso Emma voltar só para protagonizar um plot de rapidinha no banheiro com Will, mas eu fiquei sorridente com a versão do casal para a clássica Danny's Song. Dando a César o que é de César, pelo menos Don't You (Forget About Me) cantada nos corredores do McKinley – numa merecida homenagem ao indispensável Clube dos Cinco – por Sam, Tina e Blaine, me agradou mais do que eu achei que fosse agradar.

Como nada em Glee é levado a sério por muito tempo, a disputa Rachel/Santana assume um tom pastelão e eu fiquei feliz, pois não gosto da série com clima sombrio. Excelente o dueto de Rachel com Elliott, assim como a versão de Gloria cantada no Spotlight Diner pelos dois e Santana. Por falar em Elliott, o personagem do Adam Lambert consegue fazer a diferença em Nova York e confesso que desde a aproximação dele com Kurt em Frenemies, eu desisti ainda mais facilmente da ideia de Blaine migrar para Big Apple.


Nacionais em Glee sempre trazem eventos clássicos, histórias bacanas e uma vez ou outra músicas que dão vontade de ficar ouvindo repetidamente. No caso de City of Angels, fica difícil algo assim acontecer, já que, convenhamos, o New Directions não é mais o mesmo. Na minha concepção, há uma constatação geral de que o coral, o McKinley e tudo o que envolva Lima, tem de ter um fim merecido quando o cansaço gera má vontade na maioria dos expectadores em comprar as ideias pretendidas, por exemplo, com a construção de mais uma homenagem a Finn. Eu gostei muito do episódio, me emocionei na apresentação do New Directions, fiquei com um nó na garganta em todas as cenas com a Carol, porém a sensação de que faltava algo mais permeou todos os quarenta minutos que deveriam ser marcantes.

A fala de Sue no final do episódio mostra que o fim do coral no McKinley não foi algo planejado de última hora e pasmem, foi estabelecido da forma mais crível e sincera possível. Existe uma marca a ser comemorada nos dois episódios que virão a partir de agora, e nós gleeks sabemos que ela merece toda a pompa saudosista que conseguirmos angariar. São 100 episódios e o fim de uma era. E aí, ansiosos?

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