loggado
Carregando...

[Review] True Detective 1x04/05 - Who Goes There/The Secret Fate of All Time


Quando pensamos que surpresas não mais virão, True Detective consegue, outra vez, entregar-nos alguns dos grandes momentos da televisão atual.

Nos dois episódios abordados neste texto, temos uma importantíssima evolução - de certa forma, conclusiva - na busca pelo principal suspeito do assassinato previamente apresentado, onde Rust infiltra-se numa gangue criminosa, Martin perde o controle de seu casamento, e a investigação caminha para seus passos finais, onde existe um enfrentamento entre os dois investigadores e os dois suspeitos principais, que acabam mortos. O caso não estaria finalizado, no entanto, com o surgimento, tempos depois, de um possível suspeito que ainda estaria solto. Possivelmente, daí parte a grande motivação para as investigações posteriores sobre os dois, e não do enfrentamento com execuções em si. O mistério, afinal de contas, está apenas começando.

O quarto episódio, Who Goes There, ganha importância por retratar um importante passo de Rust para a autodestruição, que finda no estado onde este se encontra à altura dos depoimentos posteriores, já que aqui ele passa, explicitamente, a envolver-se com drogas lícitas e ilícitas - lembre-se que, no início da obra, ele estava longe de tudo isto -, além de narrar o próprio Martin, até então extremamente estável, vive momentos um pouco mais intensos quando perde o controle de seu casamento. Estes dois pontos trabalhados são essenciais para o desenvolvimento da série neste ponto.

No entanto, pela primeira vez na produção, presenciamos aqui alguns problemas de ritmo, tornando os 50 minutos iniciais do episódio menos interessante do que o normal. Os 50 minutos iniciais, exatamente, pois em seus minutos finais, True Detective nos entrega um plano-sequência absolutamente fascinante do ponto de vista de linguagem, e ainda mais por parte da tensão. Durante cerca de cinco minutos, a perseguição envolvendo Rust mantém o ritmo frenético sem qualquer corte e fascina pelo realismo com que trata o perigo no qual o investigador envolve-se.

A recuperação integral surge no episódio seguinte, onde a evolução no caso é muito mais presente, possivelmente para guardar apenas as resoluções finais dos mistérios nos três capítulos finais. Temos, aqui a narração do grande confrontamento entre a dupla protagonista e seus suspeitos, e ainda mais importante, temos a revelação de que esta conclusão jamais fora conclusiva, guardando o principal mistério para o que ainda está por vir.

A interação entre Rust e Martin cresce, apesar de ambos manterem suas desavenças, com fins apenas investigativos. Repare no crescimento do respeito que Martin tem por Rust conforme o conhece de melhor forma, e este impõe seu elevado conhecimento enquanto investigador. Durante a quase uma hora de projeção, somos fisgados por aquele desenvolvimento, no aguardo de descobrir o que tanto nos aguarda, mas o monstro ainda está por chegar, e isto de modo algum nos deixa menos satisfeitos, especialmente quando o episódio nos entrega o grande momento de Matthew McConaughey na série até aqui, num momento de explosão durante um interrogatório que realiza com um suspeito.

Para uma personalidade conservadora como Martin, perder o comando de sua família e da investigação na qual trabalha com seu parceiro, significa muito, quase uma autodestruição. Mas quem se destrói, na prática, é Rust. Tudo aponta para o monstro estar vivendo neste segundo, mas as aparências sempre podem enganar, ainda mais tratando-se de True Detective. Ele pode estar escondido em alguns anos de sumiço.

True Detective 3938439118745787649

Postar um comentário Comentários Disqus

Página inicial item