[Fora de Cena] Mary and Max
“(…) Ele disse que eu teria que aceitar a mim mesmo, meus defeitos e tudo mais, e que nós não escolhemos nossos defeitos. Eles são part...
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“(…) Ele disse que eu teria que aceitar a mim mesmo, meus defeitos e tudo mais, e que nós não escolhemos nossos defeitos. Eles são parte de nós e temos que viver com eles. Nós podemos, entretanto, escolher nossos amigos e eu fico feliz por ter escolhido você (…)”
Olá, leitores! Para começar bem o ano, trouxe um filme cujo brilhantismo surpreende nossas mentes sedentas por cinema. Por essa razão, decidi que Mary and Max é a melhor opção para o primeiro post do ano da coluna.
Sinopse: Mary Daisy Dinkle (Toni Collette) é uma menina solitária de oito anos que vive em Melbourne, na Austrália. Max Jerry Horovitz (Philip Seymour Hoffman) tem 44 anos e vive em Nova York. Obeso e também solitário, ele tem Síndrome de Asperger. Mesmo com tamanha distância e a diferença de idade existente entre eles, Mary e Max desenvolvem uma forte amizade, que transcorre de acordo com os altos e baixos da vida.
O filme é uma animação de massinhas muito bem produzida. Possui um dos roteiros mais bem elaboradas do século atual. Adam Elliot, roteirista e diretor do filme, com uma linguagem poética e uma direção de dar gosto assistir, conduz o filme com maestria, nos mostrando que não é preciso atores de carne e osso para fazer com que lágrimas escorram pelos nossos olhos, ou para que uma produção cinematográfica seja considerada digna de um prêmio da academia na categoria melhor filme (apesar de Mary and Max não ter concorrido na época, acredito que grande maioria achará ou já acha que era digno de ser nomeado).
Adam Elliot utiliza dois personagens, aparentemente comuns, com problemas bastante incomuns. De um lado temos Mary Daisy Dinkle, uma garota bastante peculiar, criada por pais problemáticos, solitária e que sofre bullying. Do outro temos Max Jerry Horovitz, um homem solitário, lógico e com Síndrome de Asperger. Apesar de ambos viverem realidades diferentes, eles possuem diversos pontos em comum: a vontade de ter um amigo, as visões de mundo diferenciadas, solidão, características físicas que são motivos de piadas pela sociedade, ou gosto por um doce específico e um programa de TV. Sem contar que Mary é uma menina bastante curiosa e Max gosta de ler bastante, obtendo um conhecimento vasto de assuntos aleatórios e interessantes.
Ao longo da história podemos acompanhar o crescimento e o brilhante desenvolvimento dos personagens apresentados. Quem diria que uma carta de uma menina de oito anos em busca de uma resposta para sua curiosidade resultaria em uma amizade duradoura. No decorrer da história, os personagens encaram muitos desafios tanto individuais quanto dentro da amizade.
O filme é australiano e foi lançado mundialmente em 2009. Possui uma produção de tirar o chapéu em todos os quesitos da mesma. Diria aqui que Mary and Max não peca em nenhum detalhe. Genialidade não só define grandes nomes como: Tim Burton, Woody Allen, Michael Arndt, Andrew Stanton, Charles Chaplin, Quentin Tarantino, Pedro Almodóvar, entre tantos outros famosos mundialmente, mas também define Adam Elliot, o maestro dessa verdadeira obra de arte.
Vivemos em uma época de amizades a distância devido a facilidade que a tecnologia nos propõe, portanto, uma coisa bastante interessante neste filme é observar esse desenvolvimento de uma amizade com quilômetros e quilômetros entre os envolvidos.
Espero que tenham gostado. Até a próxima!
That's all folks!