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[Review] Masters of Sex 1x10 - Fallout

Quando confrontar é preciso.


Quando confrontar é preciso.

Mais uma vez Masters of Sex opta pela passagem de tempo para dar sentido e avançar na história de seus personagens. Como era de se esperar, não custou muito para que Virginia e Ethan engatassem um romance novamente, e é a partir daqui que vemos bombas explodirem. Para todos os lados.

William Masters tem se mostrado cada vez mais um sujeito determinado, mas ao mesmo tempo perdido em suas ações. Desde o início dos estudos, ficou claro o quanto a presença de Gini foi essencial para que tudo pudesse dar certo. Foi ela quem conseguiu convencer o próprio Bill de que a pesquisa era algo pela qual valia a pena lutar, recrutando cobaias e fazendo os mais oportunos questionamentos dentro da área. Sem ela, como pudemos ver em Fallout, Bill é alguém sem o mínimo dom em lidar com pessoas, fazendo de cada novo experimento um caos completo. Tanto mal-estar só poderia nos levar a sequência mais icônica deste episódio: a discussão entre William e Virginia. A assistente foi capaz de confrontar seu chefe como nunca antes havíamos visto. Sem falhar e de cabeça erguida, Virginia colocou para fora as maiores e mais profundas verdades sobre o "relacionamento" entre os dois. Ela nunca foi uma voluntária qualquer, como bem sabemos, e foi sim o sentimento de culpa por parte de Bill que o fez querer cortar sua ligação com Virginia da pior maneira possível. Estava na hora de alguém admitir os fatos, e não houve maneira melhor para que isto acontecesse.

E por falar em relacionamentos e Virginia, ela agora está em outra. É com Ethan que Gini parece ter se entendido, e confesso que tomei um susto ao ver os dois juntos já no iniciozinho do episódio. Em Fallout, o casal já havia se estabilizado, e mesmo depois de tudo que aconteceu ente os dois, a relação está sólida. Ou pelo menos é o que aparenta. Namorar com Vivian foi um grande passo para a evolução de Ethan Haas, que agora está mais seguro de suas ações. Não sei até onde este relacionamento com Virginia irá, mas já temo que não chegue tão longe. Além de ela ainda estar profundamente ligada a Bill, este vem fazendo o máximo para prejudicar Ethan em sua carreira, após descobrir que ele ajudou sua esposa a novamente engravidar às escondidas, culminado em uma briga das grandes. Haas está conectado a muitos núcleos de toda uma confusão maior que envolve Bill-Virgina-Libby, e claro que a coisa não deve terminar bem para o lado dele.

Quem esteve de volta neste episódio foi Margaret, trazendo consigo mais do sofrimento causado pelo seu casamento. Dessa vez, no entanto, a coisa foi diferente: Margaret agora sabe que seu marido é homossexual. A ingenuidade dela quanto aquilo que está abaixo do seu nariz é de cortar o coração. Todos os sinais estavam ali, prontos para serem interpretados, e quão triste foi ver sua expressão ao descobrir a verdade. Perdida e envolta em tantos preconceitos quando o assunto é ser uma mulher separada, parece claro que Margaret irá aceitar a situação e permanecer nesse estado deplorável. O destaque vai, sem dúvida, para Allison Janney e sua interpretação desta mulher tão incrível que é Margaret Scully. Espero por muitas indicações nas premiações que estão por vir.

Um personagem que ainda não ganhou minha simpatia - e eu duvido que isso vá acontecer tão cedo - é Austin. Suas tramas quase sempre beiram a superficialidade, e não adicionam muito na história no geral. As únicas vezes em que suas participações têm a chance de ser marcantes é quando o personagem divide cenas com Margaret, mas que mesmo assim não possuem uma continuidade sólida. O fato de Austin "ter engravidado" uma de suas parceiras de estudo não prendeu muito a atenção, e não fosse o fato de Virginia oferecer dinheiro à moça para resolver seus problemas - em paralelo a sua trama com Bill no episódio anterior - seria uma história que teria passado despercebida. Aliás, espero que o assunto volte a ser tratado na série. Às vezes sinto falta de um aprofundamento no que diz respeito justamente a essa questão ética da pesquisa, ainda mais se tratando de um estudo que envolve o sexo e suas vertentes. Dar um pouco de atenção a como os experimentos são planejados e executados e como problemas como este tendem a ser solucionados, talvez seja uma boa para dar um tom de veracidade a mais à série.

Neste episódio tivemos, ainda, um diferencial que fez bem. O clima de guerra ficcional adicionado às cenas que se seguiram foi essencial para criar uma atmosfera de apreensão em meio a tudo que estava se passando na história. Cortes de luz pontuais e barulhos atormentadores em cenas decisivas entre vários personagens - destaco a de Bill e Virginia na discussão sobre a gravidez por acidente da participante do estudo - foram espetaculares. E em meio a esta pseudo-guerra, como não falar de Lilian DePaul, que chegou de vez para conquistar? Sua química com Virginia é indiscutível, e como é bom saber que elas trabalharão juntos, mesmo que isso possa durar pouco. DePaul é uma mulher forte e destemida, mas que precisa claramente de alguém com quem contar. Seja no seu trabalho - que não é fácil, dadas as circunstâncias -, seja na sua vida pessoal. Este final de episódio deixou uma vontade de querer ver mais e mais de cenas entre as duas, e eu espero que atendam nossos desejos.

P.S.: Lester e Jane, já torço.

P.S.2: William Masters, por que tão insuportável?


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