[Review] Homeland 3x10/11/12 - Good Night/Big Man in Tehran/The Star (Season Finale)

Um final chocante e um futuro incerto marcam essa Season Finale.

A reta final de Homeland conseguiu criar um ritmo interessante e absolutamente tenso que muitos outros episódios da temporada ficaram devendo. A missão iniciada em Good Night e que gerou o angustiante cliffhanger de Big Man in Tehran conseguiu deixar a expectativa lá em cima para os acontecimentos finais da temporada. Em uma temporada onde Saul foi o grande boss, mas que, em seu fim, lembra que os protagonistas são Carrie e Brody. 

Good Night conseguiu trazer profundidade à relação entre Carrie e Brody novamente. O fato do ex-fuzileiro confiar que a agente da CIA conseguirá salvá-lo é uma prova de que as palavras trocadas na season finale passada não foram esquecidas. As ações de Carrie confirmaram isso no episódio seguinte, quando ela salvou Brody da morte, ignorando seus chefes novamente. A situação dos dois se complicou em um momento crítico de mudanças de planos e estratégias. 

O ápice da tensão se materializa na cena onde Brody mata o líder da guarda revolucionária do Irã, trazendo de volta momentos de tirar o fôlego clássicos da série. Chegamos na season finale em um cenário caótico, onde tudo poderia acontecer. Big Man in Tehran deixou tudo pronto para mais um fim de temporada de Homeland. E The Star fecha não só a temporada, mas toda a história contada desde o piloto.

Carrie Mathinson pode ter vários defeitos e muita falta de bom senso, porém se teve algo onde ela nunca errou, foi sobre Nicholas Brody. De fato, ela sempre esteve certa sobre as intenções do ex-fuzileiro naval. Juntos os dois formaram um casal inusitado, visto que Carrie atravessou um longo caminho onde era a única a desconfiar dele, para ser a única a confiar em Brody. O resultado disso torna ainda mais trágico para ela o desfecho da temporada.

A morte de Brody vem em um momento confuso para a própria série, que tentou encontrar uma nova dinâmica nessa temporada. O ex-fuzileiro só apareceu em um terço dos episódios, e talvez isso tenha facilitado no compreendimento de sua morte. Após tanto sofrimento, Brody já havia desistido há muito tempo. Os oito anos de sequestro, os assassinatos de Walden e Akbari, os dias em Caracas, tudo isso se tornou um peso imenso, aliado ao fato de ser odiado pela própria filha. Brody aceitou tão pacificamente seu fim, pois era isso que ele queria, essa era a forma de encontrar a paz há muito tempo perdida. 

Para Carrie restou apenas presenciar seu enforcamento, onde Brody foi retalhado pelo próprio povo que o abraçou dias antes. Claro que essa retratação do Irã feita pela série é muito questionável e americanizada, porém, para efeitos de narrativa, se tornou um momento impactante. Ao perceber que ninguém poderia fazer nada já que a ordem de deixar Brody ser capturado veio do próprio Obama (ninguém cita o nome dele na série, mas eu cito aqui então rs) vemos a expressão de que não havia nada a ser feito. Neste episódio Carrie teve que aceitar que ela não pode fazer tudo. Restou a ela simplesmente homenagear o pai de sua criança desenhando aquela singela estrela. 

Os outros personagens se tornaram meros figurantes nessa finale, exceto Saul que conseguiu o que queria e agora desfruta de suas merecidas férias. Peter Quinn terá que esperar até ano que vem para ver se finalmente ganhará muito destaque. 

E ano que vem? O que será do futuro dessa série? Todo o dilema de Carrie em ser ou não ser mãe deve trazer alguns frutos. Seu novo posto na CIA também pode trazer novas possibilidades, mas o que fica claro é que a premissa oficial de Homeland termina nesse episódio. O futuro deve trazer algo totalmente novo e será um momento decisivo para saber se a série terá vida longa ou não. Em minha opinião eu sinto que o final deveria ter sido agora. A relação conturbada entre Carrie e Brody era um dos pilares da série, a prova disso está na melhora dos episódios com a participação de ex-fuzileiro. Agora o caminho é incerto, o que gera alguma expectativa. O final desta temporada encerra de maneira poeticamente triste a vida de Brody. Os novos rumos da série são um mistério e só podemos esperar para ver. 

No saldo geral a temporada foi inferior às duas últimas em alguns quesitos importantes, como criar uma tensão igual a mostrada nos três últimos episódios. Os pontos positivos ficam pelo aprofundamento dos personagens. Carrie não se destacou tanto, mas ficou verossímil seu sofrimento por Brody. Minha aposta para o ano que vem é uma série focada nesta Carrie que viu alguém que amava morrer diante dos seus olhos sem poder fazer nada. Isso deve mudá-la de algum jeito. Começando um novo arco, Homeland terá a chance de voltar a ser uma série que prende totalmente o espectador. Pelos últimos episódios, acredito que isso seja totalmente possível.