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[Resenha] Jogos Vorazes: Em Chamas


Com a experiência que o cinema e a literatura tem com trilogias, quando a sequência supera o primeiro em quase todo aspecto, sabemos que algo bom está por vir. E quando esta sequência se trata da continuação de um livro tão bom quanto Jogos Vorazes, bem... Em Chamas continua com louvor a saga de Katniss Everdeen, elevando a tensão e o perigo a níveis alarmantes e ameaçando destruir tudo o que ela ama (e nós também).

Em Chamas começa meses depois de Katniss e Peeta serem vitoriosos na arena. Após a reviravolta que permitiu que ambos sobrevivessem, eles tem que fingir que estão perdidamente apaixonados para convencer o público de Panem - e assim impedir que suas famílias e seus amigos sejam mortos. Os atos de Katniss inspiram revoltas nos Distritos, ameaçando mergulhar Panem numa nova guerra em que as perdas serão estarrecedoras. Paralelamente, a Capital desenvolve uma nova edição dos Jogos Vorazes, que irão mudar todas as regras e obrigar Katniss a voltar a lutar na Arena.

O livro demonstra, logo no início, a maior maturidade da narrativa e dos personagens. Katniss está sendo atormentada por pesadelos de seus momentos na Arena, uma marca da violência da Capital que nunca irá deixá-la. A narração está mais sofisticada, sem, claro, perder sua simplicidade. Mais prazerosos de serem lidos, os pensamentos de Katniss são genuinamente assustadores, e a pressão psicológica que a personagem passa é aterradora. Neste ponto, Suzanne Collins se supera em relação ao primeiro volume, conseguindo envolver o leitor de forma ainda mais emocional e introspectiva.

A forma, sim, melhorou, mas e a história? Ela se mantém no nível do anterior? Não. Em Chamas é muito mais denso do que Jogos Vorazes. Enquanto o primeiro livro se focou nas reflexões de Katniss quanto à sociedade injusta de Panem e no aspecto chocante da banalização da violência e da morte, Em Chamas prossegue para um discurso político maior, novamente demonstrando etapas da alienação da mídia; dessa vez, porém, com uma revolta no horizonte, Katniss é obrigada a flertar com o lado da Capital, passando a observar o mundo daquele ângulo superficial e repulsivo.

Porém, deixemos a política e o comentário social pesados para o terceiro volume; um dos maiores atrativos de Em Chamas é a construção da tensão extremamente emocional. Temos menos ação - no livro, passamos apenas cem páginas na Arena, enquanto em Jogos Vorazes passamos mais de duzentas -, mas a estrutura tensa de cada capítulo, intercalando reviravoltas bombásticas com o choque da violência da Capital, nos mantém virando as páginas e devorando cada capítulo. Execuções, torturas e muito mais pão e circo estão presentes. Suzanne Collins consegue tocar particularmente bem em feridas, abrindo-as e expondo-as ao mundo, resultando numa trama trágica e melancólica, que constrói toda uma atmosfera de ameaças e possibilidades antes de tudo atingir o ventilador. E então, a bomba explode para todos os lados.

É maior do que Jogos Vorazes em todos os aspectos. Não é mais a simples luta de uma garota pela sobrevivência. É a luta para manter uma nação inteira em equilíbrio, juntamente com sua vida pessoal e sua sanidade psicológica. Em Chamas é, possivelmente, o melhor livro da trilogia (tenho minhas dúvidas se meu favorito é este ou A Esperança), e consegue elevar a saga dos Jogos Vorazes a um novo nível - maduro, violento e adulto. Definitivamente um desafio para leitores acostumados a permanecer na sua zona de conforto, o que também se aplica para o final desta história no terceiro livro.


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