loggado
Carregando...

[Review] Homeland 3x01/02 - Tin Man is Down/Uh... Oh... Ah...

Não será fácil lidar com a culpa. Nem com os culpados.


Não será fácil lidar com a culpa. Nem com os culpados.


3x01 - Tin Man is Down

Em um longo episódio de 58 minutos, acompanhamos o retorno de Homeland após os eventos catastróficos da temporada anterior. E o que era esperado aconteceu, o episódio abordou as consequências do atentado à sede da CIA. Apesar de toda a missão de Saul e Peter Quinn, a grande operação de fato foi a caçada que está sendo feita para descobrir o que aconteceu no fatídico dia. Geralmente nesses casos, a corda arrebenta para o lado mais fraco, e aqui não fugimos à regra. Pior para Carrie, que como sempre não tem nem mesmo a sorte ao seu lado.

Quem temia que a série se transformasse em um dramalhão amoroso pode ter se enganado. Brody nem sequer deu as caras durante o episódio, e o relacionamento dele com Carrie está sendo tratado de maneira bem racional e fria tanto por Saul quanto pelos membros da comissão que tenta apurar os fatos. Novamente demostrando sua atitude impulsiva, já uma marca de Carrie, a agente não hesita em tentar defender Brody diante daqueles homens sedentos para indicar um culpado. Um grande erro, visto que aquela matéria que "vazou" no jornal, vai colocá-la em uma situação ainda pior. Fato é, que Brody sempre atrapalha a vida de Carrie, direta ou indiretamente, ela sendo contra ou à favor ao ex-deputado. Não à toa que ela está levando uma vida desregrada, se apegando a uma "medicina alternativa". Colocar o pai dela de volta em cena é uma escolha oportuna, mas que ainda merece mais desenvolvimento para ser justificável. Por ora, Carrie continua tendo que lidar com seus próprios problemas, porém ela não contava que seu mentor fosse expor seus problemas diante de tanta gente, como Saul fez na cena final. O que deve ser deixado claro, e foi durante o episódio, é que não é só Carrie que tem problemas e dilemas e decisões a tomar. Saul também tem, Peter Quinn e Dana igualmente. O mundo não pode girar ao redor da agente da CIA e agora ela começa a perceber isso.

Saul, como novo chefe, não está tendo uma vida muito fácil, cercado de inimigos e amigos pouco confiáveis, como Dar Adal. Pressionado, ele comandou uma operação para eliminar os envolvidos no atentado a CIA. Porém, é Brody que interessa aos seus chefes. O temperamento de Saul também não é dos mais fáceis, mas isso é essencial para deixar um clima de instabilidade naquela agência. Saul não tem tanto poder assim, e vai precisar de um bom jogo político para continuar no comando da CIA. E levantar a credibilidade, agora perdida, da agência será seu principal dever. Não é assim tão estranho ele queimar Carrie, alguém teria que levar a culpa, Saul fez o que pode, mas Carrie não ajuda muito também, dado seu temperamento impulsivo tanto diante da comissão, quanto na cena do restaurante.

E temos Dana e a família Brody. A impressão que tenho é que, assim como na temporada passada, o plot deles vai acabar com a paciência de muita gente. O que podemos ver foi uma família tentado juntar os cacos após Brody se tornar um fugitivo internacional. Dana continuará com sua história, mais que dramática, tentando lidar com a situação. A tentativa de suicídio, o novo namorado, os problemas em lidar com a mãe e a avó são só indícios de que, indiretamente, Dana é só mais uma vítima do terrorismo. Resta esperar que saia algo realmente importante daí.

Alguém que realmente pode ter algo a mostrar é Peter. O suspense gerado por ele na cena inicial logo foi relevado. A tentativa de evitar a morte do garoto provou ser inútil, visto que aquela era uma missão de alto risco. O importante aqui é que esse dilema de Peter ainda pode resultar em momentos cruciais no futuro. Provavelmente ele se arrepende de ter deixado Brody viver na temporada passada.

Enfim, após esse longo episódio podemos ver ainda uma certa falta de ritmo em Homeland. A série deve trazer aquela tensão de volta em breve. Tin Man is Down foi na verdade um episódio para mostrar de todos ali estão tentando se reorganizar após o atentado. A grande questão é como cada um vai lidar com sua própria culpa. Isso permite prever que a série não virou dramalhão e o thriller psicológico continua. Só é preciso um pouco mais de ritmo, afinal o fator surpresa sempre foi o grande trunfo dessa série.


3x02 - Uh... Oh... Ah...



Em seu segundo episódio desta terceira temporada, Homeland cria uma atmosfera que consegue envolver melhor seus espectadores. O episódio, sabiamente mais curto que o anterior, passa mais rápido devida toda a tensão proporcionada por Carrie Mathison. Porque há poucas coisas mais tensas na TV do que Carrie em crise, e novamente Claire Danes não decepciona na atuação. Além disso, a trama se desenvolve para caminhos ainda obscuros, porém a chegada de uma nova personagem, aliada a evolução do personagem de Peter Quinn surgem como pontos positivos.

A briga de Carrie contra a CIA continua, o que é pior para a agente que, novamente, é hospitalizada. Enquanto isso, a parte mais importante da trama não envolve a agente Mathison. Saul, Peter e a novata Fara se destacam quando investigam a responsabilidade de certos bancos que podem ser indiretamente responsáveis pelo atentado em Langley, mantendo contas de terroristas. A situação nada boa da CIA, acaba deixando todos nervosos, então surgem cenas como Saul sendo severo com Fara, e Peter Quinn (quase tão maníaco quanto Carrie) ameaçando o banqueiro. Essa é uma amostra de que Homeland consegue se virar bem utilizando seus coadjuvantes.

Reservando sempre um parágrafo para comentar sobre Dana, eu poderia dizer que o plot de fugir para encontrar Leo cairia melhor em uma série da CW, porém toda essa questão da tentativa de suicídio e da dificuldade de comunicação com a mãe é motivada pela influência, ou ausência de Brody. O impacto causado pelos atos do ex-fuzileiro são muito fortes nessa família, e não creio que seja tudo para encher linguiça durante alguns minutos do episódio. O momento em que Dana encontra o tapete onde Brody costumava rezar é uma cena forte, provando que a conexão entre ela e seu pai era muito forte para ser rompida do jeito que foi, o problema é que é difícil se interessar por essa história, visto a falta de carisma da personagem. Isso será melhor quando Brody resolver aparecer.

Enquanto ele não aparece, esse sentimento de que a história caminha devagar continua. Porém tivemos um episódio melhor que o anterior. As cenas de Carrie dando entrevista, ou diante do juiz, trazem de volta o thriller psicológico que nos acostumamos a ver em momentos importantes de Homeland. Carrie agora está impossibilitada, porém a cena final demonstra que quando ela voltar ao normal é melhor que Saul esteja preparado para sua reação. E claro, já é hora de Brody ressurgir e agitar mais essa temporada que por enquanto está bem morna.
Reviews 2856412677492428487

Postar um comentário Comentários Disqus

Página inicial item