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[Review] Breaking Bad 5x14 - Ozymandias

" Say goodbye to everyone, goodbye to everyone. "


"Say goodbye to everyone, goodbye to everyone."

Foi num piscar de olhos. Esta é minha primeira impressão após presenciar este, que pode ser considerado o melhor episódio desta temporada. Eis um problema (ou não), pois quase todos os episódios podem ser considerados os melhores da temporada, e assim Breaking Bad vai se despedindo de forma praticamente perfeita. Sempre creditei a Mad Men o posto de melhor série da atualidade, porém devo admitir que a série de Vince Gilligan está merecendo mais esse posto no presente momento. Isso porque Breaking Bad vem apresentando um roteiro entrelaçado desde o começo, e a execução desta história vem sendo feita com excelência constante. Chegamos praticamente ao extremo do que ela pode nos oferecer, mas faltam ainda dois episódios, e não é nenhum erro esperar um final mais do que épico (Entenda-se por épico, dentro do estilo Breaking Bad de ser). 

Toda a tensão do final de To'hajiilee é interrompida por um flashback no próprio local, na primeira vez que Jesse e Walter foram "cozinhar". A ligação de Skyler era sobre a escolha do nome da filha, e em destaque no plano, o telefone e um faqueiro. E tudo isso foi recolocado em cena na parte final do episódio. Depois, Walter, Jesse e o saudoso trailer desaparecem, e muita coisa se passou até o momento presente. Uma singela reflexão em um momento bem apropriado.

O episódio começa, mas não há mais tensão. A batalha, iniciada anteriormente, já terminara. O que era previsível se confirmou, Hank e seu parceiro já não tinham muitas chances. A morte do agente Schrader foi de acordo com seu personagem, moralmente correta. Hank não se corrompeu, não implorou, sua moral foi mais forte que seu instinto de viver, ou sobreviver. Totalmente oposto ao seu cunhado Walter White, que grita e cai ao ver seu parente morto, porém pouco depois não se recusa a apertar a mão do assassino. A coragem de Hank não existe em Walter, pois para ele o que importa é se manter vivo o quanto for possível, não havendo sentido em morrer por moral alguma. E no seu desespero em salvar um membro de sua família as coisas pioram, e Heinsenberg perde grande parte do seu dinheiro. A sorte de Walter, como já afirmei anteriormente, é paradoxalmente azarada. O mesmo não se pode dizer de Jesse Pinkman. Não há sorte aqui, não mesmo.

Antes de voltar a Walter e ao sensacional final do episódio, devemos dedicar um parágrafo a Pinkman. Quando afirmo que Pinkman não tem sorte é por um simples motivo: apenas observo sua trajetória na série. Aluno ruim; Walter White; viciado em drogas; brigado com a família; namorada morta por overdose; Walter White; se tornou um assassino quando não precisava ser; foi criando traumas insuperáveis; Walter White; e agora é escravo de Todd. A morte seria um castigo pior? Não sei dizer. Para Walter sim. Para Hank não. Entretanto sei que o que ele ouviu de Walter antes de ser levado não será esquecido. Cheio de ódio, Mr. White entrega sem receios a verdade sobre Jane. Novamente Heinsenberg foi estúpido. Ao acreditar que Jesse será morto, acaba transformando ele de vez em seu inimigo. Jesse deve sofrer muito, mas creio que não morrerá, eles vão se reencontrar e isso deverá selar o fim da vida de um deles, mas não arrisco dizer quem. Enquanto isso não acontece ele continua sobre tortura e chantagem, cozinhando para Todd. O azar de Jesse se deve muito ao seu antigo professor e isso não será esquecido no final das contas.

Voltando às atenções ao protagonista, ou melhor, a família deste. Marie obriga Skyler a contar a verdade para Walter Jr. Foi necessário ela acreditar que seu marido estava preso para ela finalmente fazer isso. A reação do filho foi a esperada, não aceitar logo de inicio. Contudo eis que Walter já está em casa quando eles chegam lá, com as malas prontas e uma camionete que o destino deu de presente. Suficiente para caber umas roupas e o único barril que sobrou pela consideração que os nazistas tiveram com o respeito de Todd por ele. E então a família White encontra seu fim. O plano do faqueiro e do telefone retornam, mas não é mais o telefone que está em destaque, não é mais uma ligação comum, daquelas que fazemos para algum familiar todo dia, agora é a faca que ganha atenção. Opa, acho que isso não é muito comum no dia a dia. Isso nos dá uma ideia clara de como Walter destruiu o que mais prezava, ou o que pelo menos lá no inicio da série ele prezava. O estopim para Skyler finalmente se voltar contra o marido foi a morte de Hank. Assim presenciamos a trágica cena da briga onde Walter e Skyler quase se matam e o filho tem que intervir para salvar a mãe. 

Assim cai Walter diante quem mais amava. Melhor sequência para elucidar isso não me passa pela cabeça. Ver o próprio filho ligar para a polícia para que ele seja detido faz a ficha de Walter White cair: Acabou, é hora de fugir sozinho. E em mais um ato impulsivo, essa pessoa sequestra a própria filha, para usar como garantia. A que nível chegou aquele simples professor de ensino médio. A que ponto o personagem foi detalhadamente explorado, se tornando uma das figuras mais complexas vistas na história da TV. Skyler corre em desespero atrás da filha, numa cena difícil de esquecer, pois é quase impossível não se colocar no lugar dela. A sensação de tensão se alia a de desespero, uma combinação perfeita para o momento, tudo isso em um único episódio. Mas ainda não é o fim. 

Não é o fim, pois como dito, Walter é complexo, complicado, difícil de entender... ou será que não? E assim, ao ver a filha chamar pela mãe (momento de cortar o coração!) ele decide fazer o que é certo, justo no momento em que todos começam a descobrir o que ele fez de errado. Na ligação para Skyler, tenta isentar a esposa de culpa, mas não dá para saber se Marie vai deixar isso barato, ainda mais depois de saber da morte de Hank. Depois deixa a filha no Corpo de Bombeiros. E então desaparece de vez (Assim descobrimos, muitos já deviam ter deduzido, como Walter consegue sua nova identidade).

Enfim, um a um os adversários de Heinsenberg foram caindo. Citando os mais recentes, Gus, Mike e agora Hank. Restam Lydia, Todd, seu tio Jack e Jesse Pinkman. Restam dois episódios. Finalmente ele é um fugitivo, curiosamente foi o sequestro da filha e não a morte de Hank ou a produção de metanfetamina que desencadeou presença da polícia indo atrás dele, mas avaliando que em Breaking Bad tudo acontece por linhas tortas, faz muito sentido ser desse jeito. Como Walter lidará com seus últimos obstáculos, inimigos e outras situações, eu não sei, apenas sei que será tudo, como já disse, ao estilo Breaking Bad de ser. O fim de fato está chegando, mas pode-se dizer que ele aconteceu neste episódio, o que resta é apenas a pincelada final dessa grande obra. 

Considerações Finais

Seriam as calças que Walter perdeu no piloto da série? Acredito que sim.

- Curiosidade: A trilha sonora desta cena, e que caiu perfeitamente no contexto do episódio, é Time's A-Gettin' Hard, de Eddy Arnold.

- O poema Ozymandias de Percy Bysshe Shelley foi recitado por Bryan Cranston em um promo especial para a quinta temporada. Quem não viu, pode conferir ele clicando aqui. E quem quiser ler a tradução, pode clicar aqui. Não é necessário dizer que o episódio foi muito baseado no texto.

- Atuações grandiosas de Bryan Cranston, Anna Gunn, Aaron Paul e Dean Norris. Emmy neles!

- Parte técnica novamente merece elogios, principalmente Edição e Som. Direção de Rian Johnson.

- Episódio 6 estrelas!
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