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[Falando Sobre...] Orange is the New Black - Primeira Temporada

Todo mundo é culpado por alguma coisa. A diferença é que alguns são pegos, outros não.


Todo mundo é culpado por alguma coisa.
A diferença é que alguns são pegos, outros não.

LIVRE DE SPOILER

Piper (Taylor Schilling) é uma mulher feliz na vida. Namorada de Larry (Jason Biggs), a moça é bem doce e compreensiva, e junto com o homem dos seus sonhos, protagoniza uma bela história de amor. Ou melhor, protagonizava.

Antes de conhecer Larry, Piper se aventurou amorosamente com Alex (Laura Prepon), uma sedutora traficante que arrematou seu coração, convencendo-a cegamente (e com doses sensuais de chantagem) a juntar-se a ela neste mundo obscuro. Piper bem que tentou se esquivar, mas quando percebeu que tudo aquilo estava errado, a coisa já havia se aprofundado. Mesmo voltando a si e caindo fora da situação, Piper já era considerada cúmplice do esquema, podendo ser entregue a qualquer momento, e dessa forma aconteceu.

Seu relacionamento amoroso e ilegal com Alex, ainda que no passado, lhe rendeu a prisão. Piper foi entregue "misteriosamente" às autoridades, com quem acordou passar um ano atrás das grades para pagar sua pena, e é a partir daí que vemos a mudança drástica da personagem e de todos aqueles que estão ao seu redor.

Na prisão há uma série de personagens icônicos e capazes de nos fazer morrer de rir mas ao mesmo tempo emocionar em uma fração de segundos, além, é claro, da própria Alex que está detida lá. A fórmula utilizada na maioria dos episódios, e que funciona bem, é a de flashbacks da vida das detentas, fazendo com que desta forma nós, os espectadores, nos identifiquemos mais com a história de cada uma.

Conhecemos Red (Kate Mulgrew), uma russa mal encarada que encrenca com a vida de Piper na primeira oportunidade; conhecemos também “Crazy Eyes” (Uzo Aduba), que faz jus ao seu nome e logo promove a protagonista a sua namorada e protegida dentro da prisão, chamando-a sempre carinhosamente de “Dente-de-Leão”; entre tantas outras destaca-se Claudette (Michelle Hurst), uma senhora amarga, com complexo de limpeza e sem muito contato com as demais presas, mas que esconde muito mais da vida do que aparenta; além de Sofia, um trans tão bem trabalhado em sua personalidade, que causa simpatia logo de cara. Ao longo dos episódios, somos apresentados a outras dezenas de personagens. Tem a ala latina, a ala negra, a ala evangélica e tantas outras que, juntas ou não, garantem diversão na certa.

Em Orange is the New Black, por mais que Piper seja a protagonista, o roteiro consegue passear por vários outros personagens, promovendo eventos paralelos entre diversas tramas. Com ajuda dos flashbacks, nos deparamos com o que cada uma daquelas mulheres sofreram no passado para ter chegado até ali. Algumas por merecimento, outras de maneira injusta ou por tentarem promover justiça com as próprias mãos. Outras, ainda, pela pura falta de sorte.

A corrupção e troca de favores não poderia faltar numa série que se passa dentro de uma prisão federal, e o núcleo “nojo” é bem representado por alguns de seus policiais. Comercialização de drogas, muitas vezes em troca de sexo, gera, sem dúvidas, algumas das cenas mais desagradáveis. Medo, brigas, ansiedade, tristeza, desânimo, perdas e desilusões também são constantes.

No entanto, mesmo num lugar tão cercado de tristeza, e talvez justamente por isso, é incrível como alguns momentos conseguem desenvolver em quem assiste uma sensação de felicidade. Um bilhetinho de amor, um Twix conseguido numa aposta, uma refeição com direito a ovo bem passado, um chinelo para tomar banho. Coisas simples, mas que são transmitidas tão verdadeiramente por aqueles personagens, que são capazes de mexer com o coração mais peludo.

A desconstrução de Piper é um dos pontos fortes da série. Se pararmos para prestar atenção nos trejeitos da personagem nos primeiros episódios, seguindo a análise até os últimos, a mudança é estrondosa. É como soltar um gato mansinho no meio de uma mata desprotegida, cheia de monstros para atacá-lo. Piper se tornou destemida, invencível, foi perdendo sensibilidade para certas situações e ganhando destreza para outras, e esta é uma das coisas mais impressionantes e gostosas de se ver. 

Orange is the New Black é criação de Jenji Kohan (Weeds), possui treze episódios em sua primeira temporada que, antes mesmo de estrear, já garantiu renovação para uma segunda. Sem dúvida, uma das melhores surpresas da summer season, época do ano em que a dificuldade vem tanto em qualidade quanto em agradar a quem assiste, coisas que a série tira de letra. O elenco é excelente, exceto por alguns atores, incluindo Jason Biggs que, mesmo estando bem, não conseguiu muito sair do seu papel na franquia American Pie. Por outro lado, Taylor Schilling e sua Piper conseguem agradar logo de cara.

Orange is the New Black encerrou sua primeira temporada com um gancho bem grande, e deixando uma sensação de saudade e ansiedade àqueles que a assistiram. Se você procura por uma série que misture drama e comédia na medida certa, corra já e faça sua maratona, Orange is the New Black garante ótimos momentos! Já assistiu? Conte-nos então sua experiência!
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