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[Homevideo] O Amante da Rainha, Sem Perdão, Chamada de Emergência, O Reino Gelado e Os Ilusionauta


Como não era previsto, a Coluna Homevideo volta uma semana antes do normal para informar e argumentar sobre vários dos filmes que chegaram às locadoras brasileiras nos últimos dias, afinal de contas, o mês de Julho sempre é popular neste segmento. Então confira:

O Amante da Rainha

En Kongelig Affære

Drama dinamarquês indicado ao Oscar 2013 de melhor filme estrangeiro, que passou brevemente pelos cinemas brasileiros estreando no dia 08 de Fevereiro e agora chega às locadoras protagonizado por um ator europeu que vêm em ascensão na carreira americana: Mads Mikkelsen, da série Hannibal, que vive o personagem que intitula a produção. Durante um período século XVIII, a conservadora Dinamarca tinha como rei o excêntrico Christian VII (Mikkel Boa Folsgaard), que casou-se com a jovem plebeia Caroline Mathilde (Alicia Vikander), embora ela não o amasse, mas a chegada do médico Johann Struensee (Mads Mikkelsen) à vida dos governantes do país mudará não somente suas vidas, mas também o destino da Dinamarca a partir daquele momento, pois seu poder de influência sobre o rei aliada de sua ideologia diferente a dele trará grandes mudanças para a situação política do país, em pleno período da ascensão do iluminismo. Além de viver uma paixão com Caroline. Apesar de a abordagem da jovem que se casa a força com um monarca já ser algo conhecido pelo público, o filme de Nikolaj Arcel foge desta fórmula (talvez, justamente por não ser americano) ao tecer uma sagaz e inteligente crítica política desde seu início, quando confronta a chegada do pouco nobre Struensee no reino com ideias avançadas em relação ao comando do país, enquanto os denominados nobres não apresentavam a inteligência daquele simples homem, mas ao mesmo tempo em que apresenta o frescor benéfico que estas novas ideias trarão ao comando do país, também aborda a excessiva ganância de Struensee que acaba por vezes o desvirtuando de sua ideologia em função do alcance atual de seu poder. Construindo uma bela trama de ascensão do poder com representações políticas das mais interessantes (quando os conservadores aliam-se contra o alemão, por exemplo, numa "revolução conservadora" pode-se tecer uma metáfora à situações recentemente presenciadas no nosso país, inclusive), O Amante da Rainha deixa seu enredo principal em tese, do romance, de lado e tem perceptíveis quebras de ritmo quando este é focado, mas isto está longe de ser um problema, afinal de contas, isto é uma de suas características mais interessantes, pois foge de fórmulas convencionais e é originalmente inteligente, tornando-se um objeto de estudo do período retratado.


Sem Perdão

Dead Man Down

O thriller de ação estrelado por nomes conhecidos do público como Colin Farrell (O Vingador do Futuro), Noomi Rapace (Passion) e Terrence Howard (Homem de Ferro), acabou entrando para o grupo em que várias obras do gênero acabam caindo e indo direto para as locadoras aqui no Brasil. Do mesmo diretor da versão original de Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, Sem Perdão traz a história de um criminoso vivido por Farrell que tem seus serviços requisitados por uma jovem, vivida por Rapace, em busca de vingança contra o homem que colidiu com seu carro e a causou um grave acidente com sérios danos a sua face. Enquanto planeja os serviços, o protagonista acaba envolvendo-se com ainda mais problemas por seu passado que contém envolvimentos perigosos com a máfia. Com um clima frio e tenso durante toda a projeção, o longa é um thriller de ação de ótima qualidade que consegue transmitir esta ambientação a uma situação da qual não há saída para sua dupla de protagonistas com muita eficiência, e é uma grata surpresa para as locadoras receberem diretamente em suas prateleiras esta produção mais humilde e ainda assim muito competente, enquanto roteiros genéricos dão origem a produções gigantes nas telonas (um grande abraço para o exemplo mais recente, o sexto filme de uma lucrativa franquia sobre carros e roubos improváveis), mas é uma pena pelo fato de a mesma não chegar aos olhos de uma parte tão grande do público com isto. Ainda que acabe caindo nas armadilhas que muitos colegas de gênero caem em seu terceiro ato, quando força alguns eventos para chegar ao seu desfecho, Sem Perdão já havia construído uma jornada com muita tensão e um clima de urgência notável, digno de memoráveis thrillers de ação, e mesmo que este não venha a se tornar um, ainda assim é uma ótima pedida.


Chamada de Emergência

The Call

Após ter passagem pelos cinemas brasileiros no mês de Abril, sendo lançado no dia 12, o longa Chamada de Emergência chega às locadoras estrelado por Halle Berry (A Viagem), no papel de uma veterana atendente do serviço de emergência norte-americano que terá que quebrar todas as regras de burocracia do serviço para manter-se numa ligação com a adolescente Casey Wilson (Abigail Breslin, a eterna Pequena Miss Sunshine) que acaba de ser sequestrada por um homem, mas para efetuar o resgate, a atendente terá que fazer esforços além dos cotidianos. Acredito que todo fã do bom suspense sabe que uma premissa como esta, que mantém um suspense de isolamento através da chamada, dos ambientes pequenos e derivados, costumam gerar uma boa tensão, e este é o principal mérito de Chamada de Emergência, que mesmo com diversos problemas, consegue gerar uma tensão surpreendente para o espectador durante seus dois primeiros atos, através justamente destes planos extremamente próximos à personagem sequestrada para nos gerar mais preocupação a respeito desta, e com todo o esforço da atendente, para gerar ainda mais torcida para que esta realize sua missão. Mas o problema já nestes dois atos é que, além destes recursos, o longa insere uma série de conveniências para proporcionar mais dificuldades para a busca e nos fazer torcer ainda mais - sim - para o êxito do resgate, o que acaba funcionando de forma bastante artificial aos olhos mais atentos, ainda que não atrapalhe a tensão criada. Uma pena que seu terceiro ato jogue todo este bom caminho traçado no lixo, na tentativa de criar um desfecho surpreendente, que está longe de funcionar como deveria. Acho interessante que os fãs de um suspense deste segmento confiram o longa pela simples boa tensão gerada durante grande parte do mesmo, algo que não é apagado por seus erros, ainda que ofuscado.


O Reino Gelado

Sneshnaya Koroleva

Longa animado russo que teve humilde passagem pelos cinemas brasileiros durante a última semana de Fevereiro (com direito a exibições em 3D) agora chega às locadoras em DVD e Blu-ray - também na terceira dimensão -, e apresenta um erro de imediato: Ao menos nos DVDs do filme (a mídia em que o conferi) simplesmente não há a opção do áudio original, o russo, mas pior, apresenta duas opções de dublagem, além do português, o inglês, algo que somente comprova a triste falta de aceitação do grande público por produtos culturais que não sejam do mercado hollywoodiano e o descaso da distribuidora com a obra em seu estado original. De qualquer forma, O Reino Gelado é dirigido por Maxim Sveshnikov e Vlad Barbe e conta a história de um mundo imperado por uma cruel rainha que desejava congelar as almas humanas, mas a corajosa Gerda está partindo numa aventura para salvar seu irmão que está nas mãos desta rainha e enfrentá-la para tentar salvar o seu mundo. Por mais que não seja muito original, é um conceito competente para uma animação de fantasia, e como tal, com um visual bonito para que agrade, especialmente, as crianças, e apesar de tecnicamente simples, a produção russa tem um visual bastante funcional, com um grande destaque nas grandes sequências no gelo que apostam bastante na predominância do branco. Com algumas estranhezas, O Reino Gelado acaba parcialmente minado por sua narrativa episódica - cada um dos desafios enfrentados por Gerda aparenta ser um bloco - e por seu apelo menos infantil, que aposta num clima mais sombrio que pode não agradar as crianças pela falta de leveza. Talvez por isto, a animação apresenta uma bem-vinda maturidade que em nenhum momento subestima seu público-alvo e aproveita sua mitologia da forma que pode, sendo funcional apesar dos problemas.


Os Ilusionautas

Los Ilusionautas

A animação peruana é mais uma daquelas que chegam direto em DVD por aqui e costumam servir mais para o consumo infantil durante as férias, por isso lançada neste mês, com a única diferença de que esta também chega em Blu-ray 3D, uma mídia que ainda não engatou muito comercialmente por aqui. A premissa é até divertida, mesmo que bobinha, já que narra uma missão de cinco crianças e um cão que viajam pela imaginação de um popular autor de ficção científica e atravessam por várias das histórias por ele criadas, tudo isso a mando do governo francês, mas a execução não confirma este divertimento. Tecnicamente simples, o longa apresenta sérios problemas na animação nos planos abertos espaciais, mas no resto de seus 80 minutos não tem falhas gigantes neste quesito, mas também nunca é competente. Porém, o principal problema não esta na animação em si, mas sim no seu texto, que apresenta uma infinidade de gags cômicas previsíveis (nem todas funcionarão com crianças) e momentos educativos típicos de qualquer série televisiva animada, complementando com algumas improbabilidades científicas que subestimam os conhecimentos das crianças. Talvez o caso de valer o aluguel seja por alguns meros minutos de maior movimentação em que o 3D seja funcional e consiga prender a atenção do público infantil, mas nada que passe de alguns minutos.
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