[Review] Hannibal 1x07 - Sorbet
Onde nada é vegetariano.
http://siteloggado.blogspot.com/2013/05/review-hannibal-1x07-sorbet.html
Assistir a um episódio de Hannibal tem sido uma experiência no
mínimo peculiar. Fazia um bom tempo que eu não me sentia hipnotizado por todos
os diálogos de uma série. Porém, não é só o roteiro excepcional que vem chamando
a atenção, afinal o visual arrebatador e a montagem dão um banho de ousadia, colocando
ela no patamar de qualquer outra produção da TV fechada. Agora, a sensação claustrofóbica
que o recado dado pelo Estripador de Chesapeake despertou em Jack Crawford,
leva o agente a sentir a presença do assassino em toda cena de homicídio que
lembre o seu estilo. Nem o design certeiro
de Will, demove Crawford da ideia de que um novo ciclo de crimes já começou ou
está para começar.
Se durante todo esse tempo a presença
onisciente de Hannibal era só um catalizador dos demônios enfrentados por Will
e da insegurança de Jack, pegar o solitário dia-a-dia do verdadeiro Estripador
e agregá-lo as investigações sobre o seu próprio modus operandi foi um insight
de gênio. A obsessão por contato humano desenvolvida por Franklin, o penoso
paciente de Hannibal, só nos guiou pela solitária realidade do psiquiatra. A
continuidade na cena em que Hannibal repete praticamente o mesmo tema da
consulta de Franklin, no diálogo com a sua colega (Gillian Anderson, elegante e belíssima) foi bem explicativa.
O proveito que Hannibal vem
tirando das (informativas) conversas com Will, também desperta o desejo por um
novo banquete, que segundo ele precisa ser inspirador para funcionar. Segue-se
então uma sequência de arrepiar aonde o Estripador de Chesapeake vai escolhendo
os pratos a serem feitos e logo depois selecionando as melhores carnes. O preparo
do patê de pulmão, coração assado, das “saborosas” linguiças, são acompanhados
do encontro das carcaças pelo departamento forense do FBI. Fica fácil para
Will provar a existência de dois criminosos, o verdadeiro e o avulso, que no
final era apenas um residente de medicina entrando no ramo de tráfico de órgãos.
A culpa de Jack continuou em
destaque e já ficou claro que Will é a nova agente Lass para ele. Mesmo Alana
acreditando que para Jack Will é apenas o meio mais certo de chegar ao
Estripador, as visões causadas pelo estresse mostra uma preocupação real com o
consultor. Sobre os sentimentos que a Dra. Bloom nutre por Will, foi bom notar
que eles não passaram despercebidos a Hannibal. Só não sei o quão distante Will
está de sentir algo que vá além do trabalho, se por hora formos medir através
dos sonhos acordados que ele vem tendo com a incógnita que é Abigail Hobbs,
digamos que a psiquiatra ainda vai ficar na friendzone
por um tempo.
Mostrando pela primeira vez uma
suspeita consciente de Will sobre Hannibal (um gancho que com certeza vai
martelar na cabeça dele), o episódio não se cansa de exaltar a elegância de uma
trama que no momento só cresce. Se formos agraciados com jantares tão
memoráveis nas próximas semanas, já fica explicado para NBC o por quê do pedido geral pela renovação. Hannibal até agora é arte pura.