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[Review] Hannibal 1x07 - Sorbet

Onde nada é vegetariano.


Onde nada é vegetariano.

Assistir a um episódio de Hannibal tem sido uma experiência no mínimo peculiar. Fazia um bom tempo que eu não me sentia hipnotizado por todos os diálogos de uma série. Porém, não é só o roteiro excepcional que vem chamando a atenção, afinal o visual arrebatador e a montagem dão um banho de ousadia, colocando ela no patamar de qualquer outra produção da TV fechada. Agora, a sensação claustrofóbica que o recado dado pelo Estripador de Chesapeake despertou em Jack Crawford, leva o agente a sentir a presença do assassino em toda cena de homicídio que lembre o seu estilo. Nem o design certeiro de Will, demove Crawford da ideia de que um novo ciclo de crimes já começou ou está para começar.

Se durante todo esse tempo a presença onisciente de Hannibal era só um catalizador dos demônios enfrentados por Will e da insegurança de Jack, pegar o solitário dia-a-dia do verdadeiro Estripador e agregá-lo as investigações sobre o seu próprio modus operandi foi um insight de gênio. A obsessão por contato humano desenvolvida por Franklin, o penoso paciente de Hannibal, só nos guiou pela solitária realidade do psiquiatra. A continuidade na cena em que Hannibal repete praticamente o mesmo tema da consulta de Franklin, no diálogo com a sua colega (Gillian Anderson, elegante e belíssima) foi bem explicativa.

O proveito que Hannibal vem tirando das (informativas) conversas com Will, também desperta o desejo por um novo banquete, que segundo ele precisa ser inspirador para funcionar. Segue-se então uma sequência de arrepiar aonde o Estripador de Chesapeake vai escolhendo os pratos a serem feitos e logo depois selecionando as melhores carnes. O preparo do patê de pulmão, coração assado, das “saborosas” linguiças, são acompanhados do encontro das carcaças pelo departamento forense do FBI. Fica fácil para Will provar a existência de dois criminosos, o verdadeiro e o avulso, que no final era apenas um residente de medicina entrando no ramo de tráfico de órgãos.

A culpa de Jack continuou em destaque e já ficou claro que Will é a nova agente Lass para ele. Mesmo Alana acreditando que para Jack Will é apenas o meio mais certo de chegar ao Estripador, as visões causadas pelo estresse mostra uma preocupação real com o consultor. Sobre os sentimentos que a Dra. Bloom nutre por Will, foi bom notar que eles não passaram despercebidos a Hannibal. Só não sei o quão distante Will está de sentir algo que vá além do trabalho, se por hora formos medir através dos sonhos acordados que ele vem tendo com a incógnita que é Abigail Hobbs, digamos que a psiquiatra ainda vai ficar na friendzone por um tempo. 

Mostrando pela primeira vez uma suspeita consciente de Will sobre Hannibal (um gancho que com certeza vai martelar na cabeça dele), o episódio não se cansa de exaltar a elegância de uma trama que no momento só cresce. Se formos agraciados com jantares tão memoráveis nas próximas semanas, já fica explicado para NBC o por quê do pedido geral pela renovação. Hannibal até agora é arte pura.
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