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[Crítica] Velozes e Furiosos 6


Em seus créditos iniciais, Velozes e Furiosos 6 apresenta uma montagem que recapitula um pouco do que foram os cinco primeiros filmes, aproveito a deixa para relembrar um pouco das mudanças desta saga, franquia, ou seja lá como for. No quinto filme, a franquia Velozes e Furiosos passou por grandes e positivas mudanças, visto que funcionou muito melhor como filme de ação e ganhou ares mais descontraídos do que seus antecessores, o que combina bem melhor com a franquia. Sim, pois seu primeiro filme inicialmente parece ser uma brincadeira de si mesmo, ao se levar tanto a sério, enquanto +Velozes+Furiosos é simplesmente desastroso. Já quando a franquia foi levada a Tóquio, mesmo fugindo completamente do foco, ousou bem mais com Justin Lin assumindo a direção, e o quarto filme soou quase como um reboot com a volta de seus protagonistas, mas ainda não consegue deixar de ser um filme de ação genérico e com muita velocidade. Mas somente quando a franquia foi ao Rio de Janeiro houve um acerto genuíno, ainda que Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio não seja um grande filme, é definitivamente o melhor da franquia, e tomou uma atmosfera que deixa um pouco seus possantes de lado e decide se tornar um verdadeiro filme de ação, mesmo com todos os seus exageros, percebendo que não adiantava colocar seus diálogos pouco inspirados e máquinas excessivamente inspiradas para tentar criar uma atmosfera séria, e fez uma reunião satisfatória com todas as principais personagens da franquia. Velozes e Furiosos 6 segue esta mesma atmosfera iniciada no quinto filme, ainda com a direção de Lin, mas não consegue funcionar como seu antecessor.

Após o roubo que a equipe fez no Rio de Janeiro, seus integrantes ficaram em excelentes situações econômicas - e é curioso como esta mudança econômica parece ser a única evolução pela qual suas personagens passaram desde o filme anterior -, mas apesar de viverem mais confortavelmente, Toretto (Vin Diesel) e Brian (Paul Walker) citam por algumas vezes durante seu primeiro ato que não se sentem em paz como estavam quando em casa, já que após o roubo no Rio tiveram que se mudar para a Europa para não serem presos, como aconteceria se voltassem aos EUA. Mas então o oficial Hobbs (Dwayne Johnson), procura Toretto para ajudá-lo na captura de um criminoso, não somente pela captura em si, mas pelo fato de que fotos registram que o criminoso está com Letty (Michelle Rodriguez) - que havia morrido no quarto filme - mas Toretto, é claro, acha completamente normal que sua namorada morta tenha ressurgido, e decide ajudá-lo na busca, relevando a caricatural rivalidade entre os dois na busca de um objetivo que beneficiará ambos. Então Toretto reúne sua equipe para cumprir o objetivo, mas Brian adiciona uma recompensa pela ajuda da equipe: O perdão judicial para que eles possam retomar suas vidas tranquilamente.

E o problema não deixa de ser tudo de genérico que há no roteiro escrito por Chris Morgan, que utiliza os objetivos daquele típico "último crime" para poder retomar suas vidas dentro da lei, e o fato da motivação de Brian para isto ser ele ter se tornado pai somente reforça isso. Como se não bastasse, Morgan ainda insere a personagem que deve ser resgatada pela equipe. Mas o problema é que seus diálogos pouco inspirados poderiam não atrapalhar Velozes e Furiosos 6 caso a abordagem dada aos mesmos não tentasse torná-los maiores do que realmente são, ao tentar inserir uma carga dramática e quase épica a alguns destes diálogos, como na cena já citada em que Brian cita a condição necessária para que a equipe cumpra a parceria com Hobbs, e Toretto completa com algo como: "É isso, ou nada."

Mas por sorte a divertida interação entre seu elenco, que mais uma vez parecem estar se divertindo muito em voltar a suas personagens, e mesmo que não seja uma missão tão complexa, acertam na composição de suas personagens, sempre carismáticas e que após um bom tempo de franquia conseguem ganhar o público para conferir suas novas jornadas mesmo quando o filme em si não empolga, e o fato desta própria inspiração conduzir o clima que descontrai sua narrativa, sendo que os próprios funcionam como alívios cômicos quando necessário, especialmente Roman (Tyrese Gibson) e Tej (Ludacris). Enquanto o sempre carismático Dwayne Johnson funciona mais uma vez no papel de Hobbs, e se Gina Carano prova novamente que a decisão desta de se tornar atriz foi um erro, já que esta só funciona nas cenas de ação - justamente por ela ser originalmente uma lutadora -, quem mais comparece às cenas de ação é Vin Diesel, que constrói seu Toretto da forma de sempre, mas eficaz.

Cenas de ação estas que, inclusive, são o que proporcionam os verdadeiros pontos fortes de Velozes e Furiosos 6, e seria besteira cobrar um maior realismo destas cenas, visto que esta abordagem não condiz com a do filme em si. E por isto a direção de Justin Lin soa mais uma vez eficaz, desta vez em sua despedida da franquia, protagonizando junto da fotografia de Stephen F.Windon - que volta a funcionar como o diretor da fotografia de ação, bem como fez em G.I.Joe: Retaliação - uma das sequências mais divertidas do filme, já no ato final, com uma longa perseguição numa rodovia que aposta em grandes planos abertos que permitem avistar todo o território da ação, contrapondo-se a outros igualmente bem filmados mais fechados, que filmam seus veículos de forma próxima, com direito a batidas, um tanque de guerra e um Vin Diesel voador. Embora o mesmo não se aplique a montagem de Greg D'Auria, Kelly Matsumoto e Christian Wagner, que tornam o filme mais longo do que o necessário para contar sua história, embora isso possa até condizer, de certa forma, com as tentativas de uma ambição grandiosa que por vezes são lançadas.

Embora não possa dizer que minhas conclusões sobre esta sexta parte da franquia sejam as mais animadoras, após uma baita cena que surge durante os créditos, eu posso dizer sim que uma sétima parte poderá ser bem-vinda, mas só poderemos tirar a prova verdadeira disto no ano que vem, com mais um Velozes e Furiosos para a lista.
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