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[Crítica] Finalmente 18


Quando um jovem está próximo de atingir a maioridade, costuma ter vários desejos para cumprir assim que a data chegar, mas estes desejos variam muito conforme a personalidade deste jovem, sejam mais simples ou mais, digamos, ousados. Os desejos de Miller (Miles Teller) para o seu amigo Jeff Chang (Justin Chon), completando a maioridade, não fogem desta simplicidade, visto que ambos gostariam apenas de sair e beber um pouco, agora que Jeff poderá fazer isto legalmente. Para isto Miller se junta a um outro grande amigo, Casey (Skylar Astin) para realizar a farra para o amigo, mas o problema é que Jeff terá que passar por uma entrevista de emprego essencial para sua futura carreira na manhã seguinte, e seu exigente pai não permitiu que o filho comemorasse a simbólica data.

Você pode notar a simplicidade clichê desde este momento, afinal de contas, inserir um personagem numa importante data para sua vida - neste caso, a chegada à maioridade - e um conflito para impedi-lo de aproveitá-la - o pai que cobra muito do filho - e os amigos que querem ajudá-lo a burlar seus conflitos e conseguir aproveitar esta data, e por um acaso estes amigos ainda são o certinho - Casey - que quer preservar as regras e consciência do amigo, e aquele que busca com que o amigo apenas aproveite-a sem consequências - Miller. Mas quando os amigos finalmente conseguem driblar a desconfiança de Jeff e levá-lo para a comemoração, um novo conflito surge, já que ele acaba se embebedando demasiadamente e praticamente desmaiando, tendo que acordar em algumas horas. Desorientados, os dois amigos que completam a trupe não tem ideia de como encontrar o caminho de volta à casa do rapaz, e é claro que, ao invés de simplesmente tentarem recuperá-lo, decidem procurar uma amiga dele que há pouco conheceram e imaginam ter o endereço de Jeff. Tendo que invadir uma irmandade em que acreditam que a moça more, a dupla - já que o protagonista inicial da história está adormecido - acaba errando e invadindo uma irmandade de latinas, com espaço para os típicos estereótipos como estes imigrantes costumam ser retratados em longas como este, e utilizando mais da atração que Miller sente por estar no local, enquanto Casey tenta atrai-lo de volta para o objetivo inicial, e este é um dos primeiros exemplos dos ocorridos que se seguem ainda dentro do cenário do complexo universitário entre seus protagonistas, que inserem mais aventuras decorridas somente da busca deste endereço.

Mas é interessante observar como Finalmente 18 flerta com temas como a liberdade jovem e seu embate com as obrigações e responsabilidades maiores com a chegada da idade, o culto de aproveitar a vida e a história de amizades, visto que um dos arcos com maior intensidade do filme é o que insere segredos por parte de seus protagonistas sendo revelados para os outros e revelando também com isso o afastamento que os amigos tiveram com o tempo, e embora não tenha as pretensões de um Curtindo a Vida Adoidado ou Sociedade dos Poetas Mortos, por exemplo, que tanto representaram para sua época em relação a alguns destes temas, basta para conseguir um texto eficiente nestes quesitos, mas o que o roteiro de Jon Lucas e Scott Moore - também diretores - presará será mais objetivo e simples: O humor. E se fosse por isto, seria plenamente satisfatório analisar que Finalmente 18 cumpre bem esta função, garantindo risadas inclusive em suas situações absurdas, mesmo que de vez em quando se perca pelo excesso destas, ignorando a simplicidade e certo realismo demonstrados até aqui e preferindo inserir conceitos inimagináveis - como a competição pelos andares na festa, ou - pasmem - o rapto pela seita latina - ou conveniências furadas - como o modo como o pai de Jeff acaba descobrindo sobre o provável paradeiro do garoto - e isto em conjunto com o citado excesso de clichês, inclusive aos próprios outros trabalhos da dupla de roteiristas, não conseguem permitir que este projeto atinja o potencial que poderia, com mais esforço criativo.

E enquanto a trilha sonora adota um clima inspirador a grande parte das cenas da projeção, conseguindo certa eficiência justamente pela identificação que grande parte do público pode ter tido com algumas das intenções de suas personagens, sua montagem é bastante dinâmica e tem a sua disposição para isto diversas passagens rápidas para revelar um pouco dos ocorridos em parte da farra de seus protagonistas, como podemos avistar na sequência dos bares. A direção estreante de Lucas e Moore conduz a narrativa de forma simples, por vezes quase despercebida, mas que sabe evitar os excessos que poderiam vir a ser cometidos por sua falta de experiência, mas se os mesmos estivessem mais inspirados em função da escrita, na qual já contam com boa experiência, talvez pudéssemos ter a chance de presenciar um longa que contasse com uma maior quantidade de, além de suas sempre divertidas proporções grandiosas vindo de despretensiosidades e suas confusas e carismáticas personagens, diálogos com mais qualidade cômica e inteligente, mas quem sabe a própria chegada de Jon Lucas e Scott Moore na "maioridade" como diretores não os levará a isto? Esperamos que sim.
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