[Review] Glee 4x18 - Shooting Star
Sob o prisma da inocência.
http://siteloggado.blogspot.com/2013/04/review-glee-4x18-shooting-star.html
É
difícil crescer e enxergar o mundo com olhos de quem viu muita coisa cedo
demais. É desumano perder aquele sentimento de unidade e segurança que nos
afasta de uma realidade que na maioria das vezes é hedionda e imprevisível. Em
quatro anos de série, Glee teve como
santuário aquela sala de ensaios, e o McKinley mesmo se mostrando duro com os losers que compunham o coral, nunca foi
menos que um lar, o ponto de aventuras de uma adolescência em seu auge.
Imaginem então que tudo isso veio abaixo em aterrorizantes minutos, que só
emularam da forma mais humana e coerente possível o horror enfrentado
anualmente por jovens do mundo inteiro.
Aos olhos dos detratores, Shooting Star vai ser só mais um
episódio para Ryan Murphy
contabilizar polêmicas. Aos nossos olhos, foi o crescimento incomum, mas
emocionante, de um programa que nunca teve medo de ousar ao decidir abordar
assuntos que infelizmente estão a um pé do nosso dia a dia.
Casualidade foi a palavra que
definiu o plot twist da semana. Em um
episódio onde Brittany estava fofa, por querer aproveitar o seu tempo com Lord
Tubbington (o gato mais megaevil da
história), já que um asteroide/meteorito/cometa estava vindo em direção a Lima;
onde Ryder teve uma chocante revelação sobre a verdadeira identidade de Katie;
onde Coach Beiste declarou seu amor
para Will em um jantar saído direto da banheira dos atletas do McKinley, o
espírito gleek não poderia ser mais
evidente, só que dois disparos ressonantes foram o suficiente para nos jogar em
uma emocionada sequência, que destruiu meu coração.
Até as músicas cantadas antes
do “tiroteio”, pareciam se encaixar num dia/episódio comum. More Than Words para dose de nonsense e Your Song para vibe
romântica. Quando o desespero tocante dos personagens que amamos guiou uma cena
silenciosa e ofegante, a não ser pelo incômodo som de um metrônomo, eu fui
jogado em outro universo e isso doeu mais do que qualquer outra coisa que eu já
tivesse visto o Glee Club enfrentar.
Sam e Kitty me deixaram sem chão. Brittany no banheiro também. A única coisa
pela qual eu torcia, era pelo fim dos longos minutos naquela escura sala.
O dom de subverter algo tão
macabro em outra reviravolta emocionante me fez amar ainda mais a trama de Shooting Star. Todos já se pegaram
chorosos pelo menos uma vez com a Sue Sylvester altruísta, e mesmo sem precisar
de redenção ela nos surpreendeu novamente. Assumir a culpa de tudo por Becky derrubou
qualquer plano diabólico elaborado contra o New Directions. O monólogo que a
treinadora sempre dispara quando se sente acuada, também fez sentido pela
primeira vez, com Glee pondo o dedo
na ferida quando Sue expressa toda a sua descrença para o Diretor Figgins.
Não tem como conseguir de
volta algo que se foi para sempre. Perder a visão brilhante do senso de
segurança é a marca que todos que estavam no McKinley vão ter, mesmo que tudo
tenha sido um mal entendido. Talvez o maior susto de todos, foi perceber que
muito tinha sido deixado de lado por nada, e o som de Say para encerrar esse divisor, não poderia ter sido escolhido
melhor.
Gleeks gonna gleeks: Kitty já tem o seu tom e minha admiração. As duas piadas com Ryder foram as melhores do episódio.
Gleeks gonna gleeks [2]: O PETA
ou o IBAMA não podem ver pelo que
Lady Tubbington passou.
Gleeks gonna gleeks [3]: Apostas sobre a identidade de Kate?
Músicas do Episódio:
Your Song (Elton John) – Ryder
More Than Words
(Extreme) – Sam e
Brittany
Say (John Mayer) – New Directions