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[Crítica] Colegas

Toda forma de amizade...


Toda forma de amizade...

Dirigido por Marcelo GalvãoColegas nos apresenta a história da amizade entre três portadores de síndrome de down, Stallone, Aninha e Márcio, que após sofrerem, de alguma forma, a rejeição de suas famílias, vão parar em um instituto de convivência para os portadores da síndrome e num dia, inspirando-se no Cinema, decidem mudar suas vidas: roubando o carro do jardineiro do instituto (Lima Duarte) para sair numa viagem pelo Brasil, vivendo diversas aventuras para realizar seus sonhos, sejam casos mais simples - como o de Stallone, em conhecer o mar - ou mais complexos, como voar, o de Márcio - acabam gerando mais repercussão do que esperavam. Embora a jornada possa parecer já batida dentro da sétima Arte, o roteiro do longa sabe inserir elementos que o tornam o filme que é.

Com diversas referências cinematográficas, que variam de Rain Man - com a saída da instituição - a Thelma&Louise - com a inspiração para a viagem - ainda existem inserções muito bem inseridas como a utilização da fotografia intencionalmente clichê dos road movies, que formulam a observação que posso fazer de que o filme é muito válido também como uma homenagem ao próprio Cinema, embora utilize em alguns momentos suas referências como substituições para certos diálogos, em grande parte dos outros insere da forma correta estas referências.

Mas o verdadeiro foco é seu desenvolvimento nessa amizade durante a viagem, que não estereotipa nenhum dos membros do trio, ainda inserindo como uma adição de alívio cômico ao filme uma dupla de policiais - estes sim estereotipados - que vão atrás do trio protagonista devido a uma série de situações caóticas que eles causam por várias cidades do Brasil. Voltando ao trio principal, com as diversas cenas que demonstram o afeto e proteção que um tem pelo outro, e o grande diferencial de Colegas é, na verdade, a forma natural como ele conduz esta amizade, em que mesmo podendo utilizar o fato de seus protagonistas serem portadores de síndrome de down para gerar uma dramatização clichê em torno desta amizade, a conduz da forma mais adequada na situação: tratá-la de forma natural, proporcionando a identificação do espectador por ela ser como realmente é.

Fora o quesito do desenvolvimento de Colegas, ainda há um destaque para sua excelente trilha sonora, - um quesito que sempre costuma ser marcante em road movies - dominada pelo sempre genial Raul Seixas. E mesmo que chegue a levar algumas de suas cenas cômicas de forma mais artificial, o longa ainda consegue se tornar uma divertidíssima comédia.

"A vida é muito curta para ser pequena."
Crítica 3105248162342085694

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