[Crítica] Oscar 2013: O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook)

O Lado Bom da Vida é o mais cativante da lista do Oscar.

O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook) é um filme dirigido por David O. Russel (The Fighter)  com Bradley Cooper, Jennifer Lawrence,  Rober De Niro e Jackie Weaver.

Aqui conhecemos a história de Pat Solitano, um ex-professor de História que sai de um hospital psiquiátrico após oito meses. Pat agora tenta restaurar sua vida, uma tarefa que se mostrará bem complicada, e aí que conhece Tiffany, uma jovem que também passa por problemas após a morte do marido.

Pela premissa, O Lado Bom da Vida parece ser apenas outra comédia romântica previsível, mas o filme está longe de ser isso. Com um bom roteiro, o que vemos na verdade é a história de pessoas tentando superar seus problemas e voltar a viver. Para isso, há um excelente trabalho na construção do personagem Pat (Bradley Cooper), um sujeito bipolar, que surtou após pegar sua esposa o traindo. O filme usa uma boa parte de seu tempo apenas para apresentar bem Pat e sua família. O pai, Pat Sr. (De Niro), é obsessivo com apostas e a mãe, Dolores (Jacki Weaver), tenta ajudar Pat a voltar a ter uma vida normal.

O ritmo muda completamente com a entrada de Tiffany (Jennifer Lawrence). A jovem também tem seus traumas por perder o marido precocemente. O que a levou a depressão e a uma fase de ninfomania. A partir dai o foco trata de apontar a relação entre Pat e Tiffany e seus respectivos problemas. E assim o filme ganha o espectador, graças ao carisma de todos os personagens e a perfeita química entre Cooper e Lawrence.

Os eventos vão sendo perfeitamente conduzidos pelo diretor, que consegue criar um clima envolvente durante todo o tempo. David O. Russel também explorou o melhor de seu elenco, que atua em sintonia passando toda a emoção na medida certa. Jennifer Lawrence é a alma de O Lado Bom da Vida, com performance perfeita vamos nos envolvendo com Tiffany junto com Pat. Mesmo as melhores cenas do filme sendo com ela, é válido destacar que Bradley Cooper e Robert De Niro também estavam em perfeita sintonia e convenceram ao mostrar a conturbada relação entre pai e filho.

A trilha sonora é simplesmente a melhor entre os indicados ao Oscar (junto com Django Livre) e aparece nos momentos certos. É também instrumento para mostrar a personalidade desses personagens na genial cena da apresentação de dança, clímax do filme.

Enfim, O Lado Bom da Vida é uma obra fiel à sua história, capricha nos detalhes e é extremamente carismático. O fato de ser um projeto mais pessoal para David O. Russel deve ter feito muita diferença. O diretor apresenta um ótimo trabalho e consegue fazer do filme um dos mais bem narrados da lista. Com uma boa montagem, não cansamos com o ritmo (fato que aconteceu em muitos dos indicados desse ano) e o filme deixa um gosto de "quero mais".

A Academia parece ter gostado muito deste trabalho no saldo geral, pois ele conseguiu o feito de ser indicado em todas as principais categorias (isso não acontecia há muito tempo), e deve ser premiado no próximo domingo com algumas delas. Não nego que Jennifer é minha favorita e quero que ganhe o Oscar. Se ainda não viu, corre para ver! Descubra O Lado Bom da Vida você também!

OBS: Você encontra toda a trilha sonora do filme clicando aqui.